Quando vi Astor: Blade of Monolith pela primeira vez, tive ótimas impressões iniciais. O jogo me lembrou uma versão mais compacta de Kingdom of Amalur, um clássico mal compreendido que gosto bastante.
Felizmente, tive a oportunidade de experimentar o game de maneira antecipada e, neste review de Astor: Blade of Monolith, você vai descobrir se eu recomendo o jogo ou não.
A história
Infelizmente, a narrativa de Astor é bem genérica. No jogo, assumimos o papel de um aventureiro que, sem grandes explicações, acaba se tornando o Escolhido.
O Escolhido está fadado a colocar um fim na ameaça Hiltsik e restaurar os Criadores. Nesse contexto, os habitantes do mundo estão cansados de acreditar na profecia e completamente desgastados com a guerra.
A ideia central da história infelizmente já foi replicada em vários jogos e em outros meios de entretenimento. Apesar disso, o estúdio colombiano C2 Game Studio tinha uma ótima oportunidade de ao menos entregar uma jornada eletrizante, mas o que acontece é o oposto.
Com um orçamento limitado e um projeto mal concebido, Astor: Blade of Monolith falha em entregar pontos de conexão com o jogador. Os diálogos não possuem voice acting e são extremamente simples.
Até a estrutura e objetivos das missões secundárias relatam a falta de inspiração e vontade no que tange a narrativa. A localização dos textos em PT-BR é de ótima qualidade mas isso por si só não torna o jogo mais atrativo.
Eu já joguei uma porção de jogos com um escopo e ideia similares, como foi o caso de Effie, mas a ideia do estúdio de construir o game com um mundo mais aberto foi a pior possível.
Review de Astor: Blade of Monolith – O combate
No quesito jogabilidade, Astor se sai bem melhor do que no componente narrativo. O combate foi estruturado como um hack’n slash. Temos ataques leves, pesados, parries, esquiva e escudo.
Para despachar os adversários, temos quatro tipos de armas diferentes: Espada, Manopla, Lança e Martelo, cada uma com seus combos. Por mirar em um público mais jovem, as lutas são relativamente simples e os combos são fáceis de serem desencadeados.
Para melhorar as habilidades, como o dano causado pela arma ou para aprender extensores de combos, usamos orbes vermelhos e fragmentos rúnicos. Os orbes são obtidos ao derrotar inimigos e ao destruir cristais vermelhos, já os fragmentos, recurso raro, são coletados ao concluir missões e ao explorar o mapa.
A jogabilidade é bem responsiva e satisfatória, apesar de sentir que os ataques poderiam ter um pouco menos de peso. Os recursos do DualSense também mal foram usados, o que prejudica a experiência sensorial.
As batalhas contra chefes são divertidas, assim como o design deles, mas a variedade de inimigos deixa a desejar e causa um forte senso de repetição.
A exploração
Uma das maiores decisões erradas de Astor: Blade of Monolith foi seguir uma estrutura de mundo aberto. É nítido que o jogo teve um orçamento limitado e seguir essa filosofia acabou sendo terrível.
Temos um mapa com quase nenhuma interatividade, morto e que mais parece uma enorme caixa de areia de gato. Fora a presença constante de paredes invisíveis que são muito mal marcadas.
A travessia pelo cenário não é das melhores, tampouco a navegação pelo mapa múndi. Tenho plena certeza de que perseguir uma aventura mais linear teria sido uma opção muito melhor.
Ao explorar, podemos obter fragmentos para aprender habilidades e encontrar baús que aumentam a vida e o vigor. Um elemento interessante é a presença do Reino dos Espíritos. Um recurso de transição de mundo que faz surgir novas passagens ao custo de redução temporária de vida e consumo de vigor.
A parte técnica
Astor: Blade of Monolith me surpreendeu positivamente no quesito técnico. Apesar do orçamento limitado, a direção de arte concede um charme interessante ao jogo, apostando nas cores vibrantes para formar uma identidade.
As animações de combate são bem feitas e os controles respondem bem. Infelizmente toda a parte sonora acaba sendo uma decepção. Não por funcionar mal, mas por ser tão inexpressiva que na maior parte das vezes mal notamos algum som/música.
O que mais me incomodou nesse quesito inclusive foi a falta de voz nos diálogos do jogo. Isso impede que o jogador mergulhe naquele mundo e permaneça desinteressado pela trama e pelos personagens da história.
Review de Astor: Blade of Monolith – Espere uma promoção
Seria incrivelmente injusto falar que Astor: Blade of Monolith é um jogo ruim, longe disso. Mas não consegui parar de pensar que ele saiu alguns bons anos após o tempo correto.
Se lançassem o game em 2015-2016, seria um baita estouro, mas suas ideias já estão defasadas demais pra 2024 e a parte técnica não ajuda a compensar isso.
Minha recomendação é por aguardar uma promoção ou a entrada do jogo em um dos serviços disponíveis no mercado.
- Narrativa
- Jogabilidade
- Visuais
- Desempenho
- Trilha Sonora