Mais um ano falando sobre Call of Duty. Escrever sobre a franquia gera um misto de sensações em mim, fã de longa data e um ávido jogador do online. Em 2023, estamos trazendo um review de Call of Duty: Modern Warfare 3, jogo que deveria trazer uma conclusão para a saga MW e colocar um fim na história de Makarov.
Contudo, tratando-se de um reboot, a Sledgehammer decidiu fazer alterações no plot, trilhando um caminho próprio que certamente vai dividir os adeptos da parte narrativa da saga.
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PS: Este review está sendo liberado como em progresso por que, no momento da escrita desse texto, apenas a campanha foi liberada. O texto será complementado quando o MP e Zombies ficarem disponíveis.
A campanha
Modern Warfare 3 serve como uma sequência direta dos eventos do segundo jogo, portanto, é altamente recomendado que você conclua tanto o Modern Warfare 1 quanto o 2 antes de partir para essa nova aventura.
A Task Force 141 retorna com a finalidade de deter Makarov que se tornou uma ameaça ainda maior. Com os habituais visuais cinematográficos e momentos cheios de adrenalina, a sensação que fica é a de que o time de desenvolvimento não teve nem um ano para escrever o roteiro da história e dar vida à mesma.
O design de boa parte das missões é pífio. Em uma delas, que tinha tudo pra ser promissora, controlamos a agente Laswell em uma missão que não chega a durar nem 10 minutos. A dificuldade nunca esteve tão fácil e até o nível Veterano falha em proporcionar um desafio para quem joga. Os setpieces, momentos que tornaram as campanhas de Call of Duty lendárias, não chegam nem aos pés do que vimos outrora e certamente a história não faz jus a saga original.
Nem tudo é negativo no entanto. Os devs modernizaram a versão de No Russian, colocando os jogadores na pele dos mocinhos para evitar represálias, mas, em um jogo tão realista, faltou impacto e um senso de pavor maior. Outro ponto digno de nota são as Missões de Combate Aberto. Nessas missões, o jogo se comporta como no modo DMZ, onde podemos obter caixas de suprimentos, coletes e trocar nossos armamentos.
Infelizmente, o conceito é formidável e pode ser bem aplicado mas a execução deixou bastante a desejar, muito pelo design de missões que já citei mais acima. Com a estrutura mais aberta, o certo seria oferecer um leque maior de opções nas missões, adicionando uma abordagem mais estratégica ao jogo mas não é isso que acontece aqui. A única exceção é a missão na represa onde a exploração facilita e muito a conclusão dos objetivos. Ao explorar, encontramos armas poderosas com silenciador que permite o abate dos inimigos sem alertar a base inteira.
O mais decepcionante de tudo é que a história não tem conclusão, deixando tudo em aberto. Até o momento não existe nenhum indício do que a Activision vai fazer. Se eles vão extender com DLCs ou continuar a campanha em um possível Modern Warfare 4.
O multiplayer
O multiplayer de Modern Warfare 3 trouxe mudanças extremamente necessárias em cima de tudo que vimos no MW1 e MW2. A movimentação, um dos principais alicerces do modo, está muito mais ágil e versátil. Os queridinhos slide e reload cancel retornam, assim como a mira tática onde o personagem usa o hip fire de maneira estilosa.
No quesito equipamentos, eles agora são divididos em categorias que lembram um RPG. Podemos equipar o nosso operador com luvas botas e coletes com efeitos diferentes. Por exemplo, uma das luvas, as Luvas de Saque Rápido, aumentam a velocidade de troca de armas, já as Luvas de Oportunidade reabastecem a munição através do corpo de jogadores mortos. Esses equipamentos trazem um nível de personalização maior para o jogo, contribuindo para um enriquecimento de opções na jogabilidade. Pensando em manter os jogadores ocupados, Modern Warfare 3 trouxe centenas de desafios de camuflagem inéditos, incluindo novas camos reativas para segurar os players que adoram o grind!
O TTK, outro alicerce do modo, está muito agradável, permitindo que os jogadores façam aquela trocação frenética de maneira justa. Aliado à movimentação veloz, mesmo que você tome alguns tiros primeiro, agora é possível reverter a situação e sair vitorioso do embate. Um tópico sensível na franquia diz respeito ao balanceamento de armas. Apesar de já vermos algumas opções como prediletas dos usuários (Alô, Striker?), o arsenal de MW3 está bem balanceado com muitas opções viáveis.
Um ponto polêmico é que, inicialmente achava o Carry Forward uma decisão ótima por parte da Activision, mas após passar boas horas no MP, sou contrário à medida. Os jogadores novatos serão pulverizados pelos players veteranos que já começam o game com todos os armamentos no nível máximo e com os acoplamentos habilitados.
Por fim, mas não menos importante, os desenvolvedores tomaram uma decisão que achei a pior possível para o Modo. Agora temos diversos desbloqueios que acontecem via Arsenal. A granada de luz e a Semtex são dois exemplos de itens que só podem ser habilitados via Arsenal. Qual o problema nisso? Precisamos concluir desafios diários para habilitar esses itens, mas, o jogo só disponibiliza 3 desafios por dia. Ou seja, separe algumas semanas para desbloquear itens básicos e novas armas. Fico na torcida para que os devs revertam a decisão ou alterem a frequência dos desafios.
Uma decisão sábia foi remasterizar os mapas do Modern Warfare 2 original. Aliado à jogabilidade repaginada, jogar Call of Duty nunca foi tão divertido quanto agora. Rust, Favela, Highrise, Terminal.. Os mapas prediletos dos fãs de longa data certamente dão um gostinho de “voltando pra casa”. Agora tudo que os desenvolvedores precisam fazer é manter as armas balanceadas e lançar mapas com uma boa frequência entre as temporadas!
O modo Zumbis
O MWZ, a sigla que representa o Zombies de Modern Warfare 3, era o modo que eu mais estava aguardando. Bom, talvez as expectativas contribuíram para que minha frustração fosse maior.
Joguei dezenas de horas de Outbreak, e, era mais ou menos o que eu esperava esse ano. Quando a Activision falou que o modo teria o maior mapa de Zombies da história, fiquei empolgado. Infelizmente, o modo basicamente se trata de uma partida de Warzone com foco no PvE, isso é, os jogadores contra inimigos do jogo.
O objetivo da partida é mobilizar no mapa, concluir o maior número possível de contratos no tempo limite e extrair com êxito. O modo até apresenta uma “campanha” disfarçada em missões. São 3 atos ao todo mas o aspecto narrativo praticamente inexiste e até os easterggs, uma das principais marcas registradas do modo, foram removidos aqui.
As missões iniciais nos colocam para concluir objetivos como derrotar 30 inimigos com uma arma comprada em uma Caixa do Mistério e por aí vai. Elementos conhecidos dos fãs do modo, como as latinhas de vantagens e a máquina de Pack-a-Punch se fazem presentes. O mapa, gigantesco e que simula uma partida de Warzone, é dividido em 3 camadas, áreas com nível de ameaça. Os contratos na área de nível 3 concedem recompensas melhores mas os adversários virão em maior quantidade e tipos raros de zumbis irão surgir com frequência.
Um elemento interessante é que diversos esquadrões coexistem de maneira simultânea pelo mapa, podendo se unirem até um máximo de 6 jogadores. Esse viés de colaboração torna a experiência um pouco menos sofrível, mas, falando pessoalmente, o MWZ com certeza não era a experiência que eu esperava.
Entendo a importância do Warzone, tenho quase 1000 horas jogadas no Battle Royale e fiz muitos amigos por lá, mas esse foco exacerbado em unificar as experiências tem prejudicado a experiência como um todo. Como mencionei no texto, até a campanha foi prejudicada por essa filosofia. O modo vai servir como uma reposição do DMZ e só deve ser jogado para quem quiser upar armas de maneira mais rápida com os amigos.
A parte técnica
Call of Duty raramente decepciona nesse departamento e isso se confirma em Modern Warfare 3. Os visuais estão belíssimos, aproximando-se cada vez mais do fotorealismo. Os efeitos de explosões e disparos aumentam a imersão nas missões.
Jogando tanto no PS4, quanto no PS5, as quedas de frames são extremamente raras e só as percebi durante certas cutscenes, algo que pode facilmente ser corrigido com patches.
Um ponto negativo diz respeito ao trabalho sonoro e tátil. O uso do DualSense ao longo da campanha é bem tímido e não chega nem perto da experiência sensorial que tivemos com Black Ops Cold War e o próprio Modern Warfare de 2019. Os efeitos sonoros também deixam a desejar em relação aos jogos antecessores da saga, principalmente no que diz respeito à balística.
A trilha sonora continua ótima, assim como a qualidade da dublagem impecável. Um ponto muito criticado pelos fãs permanece no entanto – não dá pra jogar com a dublagem em inglês caso você não altere o idioma do console.
Call of Duty: Modern Warfare 3 – Vale a Pena?
Modern Warfare 3 é uma caixinha de surpresas. Feito às pressas para segurar as finanças da Activision, o jogo entrega uma campanha que decepciona, um modo Zumbis que passa longe do que os fãs esperavam e, surpreendentemente, um dos melhores multiplayers da franquia em muito tempo. Como a comunidade mais devota passa mais tempo no MP, então, eles terão bom proveito do jogo. Caso você seja um adepto da campanha ou modo zumbis, recomendo aguardar uma promoção.
- Campanha
- Multiplayer
- Zumbis
- Visuais
- Som (Trilha Sonora e Efeitos)
- Desempenho