A Segunda Guerra Mundial foi um período muito singular na história da humanidade, capaz de provocar transformações tectônicas no mundo. Ela sempre me foi um assunto caro, uma vez que ajudava a explicar as razões do mundo ser o mundo e como chegamos aqui, tendo herdado o Século XXI dos consensos (e dissensos) após o conflito que destruiu o terrível e nefasto Eixo.
E não raro esta realidade foi apresentada nos meios audiovisuais com o passar dos anos. Os filmes tornaram-se uma maneira muito única de contar as histórias da guerra destacando seus horrores e grandes características. Posteriormente, os jogos para computador também tiveram o papel de representar momentos ou fazerem alusão a este momento único. Assim, surgiram diversas possibilidades e enfrentamentos a serem realizados nas batalhas.
Por muito tempo imaginei como isto se aplicaria ao gênero RTS (estratégia em tempo real). Sou um grande fã de Age of Empires e gostaria de ver na prática como este modelo de jogo poderia retratar eventos como as Grandes Guerras Mundiais. Com isto em mente tivemos a saga Company of Heroes. Agora em seu terceiro capítulo, ela é desenvolvida pela Relic Entertainment e publicada pela SEGA. Mas será que o a versão de console do jogo vale a pena?
Os visuais de Company of Heroes 3
Company of Heroes 3 traz um visual muito interessante, pautado no realismo misturado a algumas limitações gráficas. Em verdade, os gráficos lembram muito um Age of Empires 3, com um charme próprio mas ainda sem alcançar o potencial máximo que poderia ser conquistado.
Tudo, porém, é muito bem colocado no game e retratado de maneira satisfatória. Temos um cuidado para os modelos de personagens e soldados, as áreas a serem conquistadas, veículos, áreas urbanas… Tudo é muito bem feito. Se não estamos diante do ápice gráfico para um jogo do gênero RTS, temos aqui uma construção bem competente que não incomodará os jogadores.
Jogabilidade
Company of Heroes 3 possui uma jogabilidade que pode estranhar em um primeiro momento. Uma vez tendo sido projetado para o computador, os comandos no console acabam precisando de uma necessária adaptação. Os controles poderiam ser mais precisos, mas ainda assim não é algo que prejudicará as batalhas.
No geral, o game segue o principal de um título do gênero de estratégia: devemos construir unidades, sejam elas soldados ou veículos que podem em muito variar. Estas unidades podem ser reparadas e devem avançar em meio ao campo de batalha, estabelecendo novas posições em meio ao território inimigo.
Não é possível, porém, avançar indiscriminadamente. O uso de blindados, por exemplo, é excelente para destruir fortificações inimigas, mas eles podem ser vulneráveis. Da mesma forma, lutar contra um número maior de adversários prova-se uma estratégia suicida.
É nesse sentido que o ambiente proporciona excelentes oportunidades para ataque e defesa. Há um sistema de cobertura muito útil que proporciona maior êxito e probabilidade de acertar o inimigo atrás de muros, sacos de areia, parapeitos e outros. Além disso, há como interceptar os ataques e contra-ataques inimigos com artilharia, bombardeios e minas.
Não se trata de uma tarefa extremamente simples, uma vez que o gerenciamento de tropas deve ser realizado a todo o momento e o jogador deve compreender a situação em diversos pequenos fronts de batalha para ter êxito. Tudo vai depender do ambiente e também da ocasião. Há ainda o cuidado no jogo em diferenciar as tropas de diferentes nações, tornando os combates mais estratégicos.
No que se refere à jogabilidade, além das campanhas, há modos contra a máquina e também online onde é possível lutar em mais de uma dezena de mapas, o que com certeza dará longa vida ao game.
Duas campanhas em Company of Heroes 3
Em relação à história, Company of Heroes 3 possui duas campanhas distintas. Uma delas pode ser controversa, sendo focada na Afrika Korps, força alemã comandada pelo Marechal Erwin Rommel e que lutou contra tropas europeias no norte da África. A trama, porém, tem um contexto histórico que explica ao jogador os impactos do conflito no local, incluindo aos judeus que ali residiam.
Já a campanha dos Aliados nos traz a conquista da Itália, com o jogador vivenciando a cooperação entre soldados americanos e britânicos contra as tropas fascistas. Há como se aliar aos partisans italianos enquanto se descobre as faces da guerra. Aqui Company of Heroes é interessante porque não romantiza o conflito, mostrando seus momentos realmente duros e os sacrifícios vivenciados pelos Aliados que foram cruciais para a derrubada do Eixo.
Desempenho, trilha sonora e localização
Não tive problemas para rodar Company of Heroes 3 no PlayStation 5, tendo ele um desempenho muito satisfatório. Em relação à trilha sonora, ela é boa e traz uma imersão interessante para o jogador em um mundo dominado pela última grande guerra mundial. Já na localização, o game felizmente conta com legendas e menus em PT-BR. Sendo um título de estratégia em tempo real, isso é vital para que se tenha maior noção de como vencer as partidas.
Conclusão
Company of Heroes 3 – Console Edition é um bom game, pavimentado por um capítulo da História com uma quantidade quase inesgotável de eventos e batalhas. Além disso, é englobado por um robusto sistema de combate e uma narrativa bem distribuída. É um bom título aos amantes de RTS, podendo incomodar, porém, por ser uma adaptação de um game que foi originalmente criado para se jogar no computador com mouse e teclado. Para quem não possui um PC, entretanto, ainda é uma ótima oportunidade de aprender mais sobre a Segunda Guerra e aproveitar o gênero da estratégia em tempo real.
Obs: Esta análise foi feita através de uma cópia cedida pela Relic Entertainment e SEGA, a quem agradecemos.
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Company of Heroes 3 - Console Edition é um bom game, mas a jogabilidade pode acabar confundindo os jogadores em alguns momentos.
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