Nesta review de Eriksholm: The Stolen Dream, mergulho em uma experiência indie com alma de gigante. Desenvolvido pela River End Games, o título combina ambientação densa, jogabilidade furtiva refinada e personagens cativantes. Com uma campanha que levei cerca de 15 horas para completar 100%, Eriksholm me encantou com sua estética e criatividade, mas também me frustrou com alguns bugs e escolhas questionáveis de design.

Um mundo sombrio, detalhado e inteligente
Ambientado na cidade fictícia de Rosmark, inspirada em uma Escandinávia vitoriana alternativa, Eriksholm nos coloca no controle de três personagens: Hanna, Alva e Sebastian. Portanto, a trama gira em torno do desaparecimento de Herman, irmão de Hanna, em meio a uma praga chamada Praga do Coração e uma polícia cada vez mais opressora.

Logo nas primeiras horas, senti que estava imerso em um universo vivo. As ruas estreitas, os becos escuros e os interiores ricamente detalhados tornam a exploração visualmente recompensadora. Além disso, os NPCs não são apenas figurantes: eles conhecem os protagonistas, chamam os companheiros pelo nome (parecido com The Last of Us 2), interagem de forma natural e reagem ao caos de forma convincente.

Jogabilidade furtiva com múltiplas abordagens
Habilidades distintas e puzzles complexos
O grande trunfo de Eriksholm: The Stolen Dream é como obriga o jogador a usar a inteligência e alternar entre os três personagens jogáveis:
- Hanna: utiliza uma zarabatana com dardos tranquilizantes e se esconde em dutos e sombras;

- Alva: ágil, escala canos e pode arremessar pedras para distrair inimigos ou ativar interações no ambiente;

- Sebastian: nada por canais, enforca inimigos silenciosamente e abre caminhos aquáticos para os demais.

Em muitas missões, é essencial alternar rapidamente entre os três, aproveitando cada habilidade em sequência. Assim, alguns cenários exigem mais paciência, com uso estratégico da câmera e atenção redobrada aos diálogos dos inimigos — muitas vezes, eles soltam dicas importantes sobre o caminho a seguir ou interações ocultas.
IA inconsistente e sombras “milagrosas”
Embora o jogo incentive o pensamento tático, a inteligência artificial dos inimigos compromete parte da imersão. Um dos problemas mais recorrentes é a visão extremamente limitada dos guardas: em diversas situações, fiquei a centímetros deles, mas como eu estava em uma sombra, eles simplesmente me ignoraram. Isso reduz a tensão e facilita demais certas seções que deveriam ser mais desafiadoras.

Um toque de Hitman: criatividade nas missões

Algumas missões brilham pela criatividade e nos lembram o design elaborado de Hitman. Um exemplo marcante acontece em um restaurante, onde o jogador precisa manipular um casal sentado à mesa. A sequência envolve:
- Fazer com que o casal se levante para beber uma garrafa de vinho na sacada;
- Usar Alva para arremessar uma pedra que assusta o casal;
- Causar a queda da garrafa, forçando o casal a pedir uma nova ao garçom;
- Com isso, o garçom se afasta e libera uma passagem vital para o progresso.
Assim, esses momentos elevam o jogo e mostram o cuidado da equipe com a construção de situações furtivas elaboradas.
Trilha sonora que sabe quando respirar
Outro ponto alto é a trilha sonora, que se adapta perfeitamente às emoções de cada momento. Durante as explorações, ela permanece sutil e atmosférica. Assim, já nas seções mais tensas, os arranjos ganham ritmo e urgência, contribuindo de maneira direta para o suspense. Além disso, é uma trilha que sabe quando acalmar e quando acelerar — e faz isso com maestria.

Bugs atrapalham, mas não destroem
Apesar de tantas qualidades, Eriksholm: The Stolen Dream sofre com alguns problemas técnicos que não podem ser ignorados:
- Encontrei bugs de progressão, que me forçaram a reiniciar checkpoints para continuar;
- Hanna ficou presa em partes do cenário algumas vezes, especialmente em cantos apertados;
- Inimigos atravessaram objetos e apresentaram comportamentos esquisitos em certas patrulhas.
Esses erros não inviabilizam a experiência, mas quebram a imersão e exigem paciência do jogador.
História boa, mas com espaço para mais

Embora o enredo tenha um clima denso e personagens bem construídos, senti falta de momentos realmente emocionantes. A história é interessante e certamente vai agradar quem aprecia tramas políticas e sociais, mas faltaram picos de tensão ou reviravoltas mais impactantes. Com tanto potencial, esperava uma carga dramática mais forte.
Colecionáveis e fator replay
Durante minha jornada de 15 horas, coletei todos os itens opcionais e desbloqueei 100% da campanha. Além disso, esses colecionáveis ajudam a expandir o universo e trazem detalhes curiosos sobre os personagens e a cidade. No entanto, em uma segunda jogada, o tempo deve cair bastante, já que a progressão se torna mais fluida com o conhecimento prévio das rotas.

Conclusão: belo, criativo e com alma — mesmo com falhas
Em suma, Eriksholm: The Stolen Dream é uma grata surpresa. Ele entrega uma jogabilidade furtiva criativa, personagens carismáticos e um mundo detalhado que respira vida. Apesar dos bugs e da IA inconsistente, o jogo acerta mais do que erra.
Pensando na platina, o jogo oferece uma jornada tranquila. Ao concluir a campanha, você já terá desbloqueado cerca de 80% dos troféus. Além disso, Eriksholm conta com seleção de capítulos, o que permite revisitar momentos específicos da história para buscar os colecionáveis que ficaram para trás.
No entanto, o sistema de progresso apresenta uma limitação incômoda: o jogo não indica em qual parte do capítulo falta um item coletável. Por conta disso, precisei rejogar vários trechos do zero até encontrar tudo o que faltava para completar os 100%.
Concluo esta review de Eriksholm: The Stolen Dream, enfatizando que temos aqui uma das experiências stealth mais intrigantes dos últimos tempos — especialmente no cenário indie. Portanto, se você valoriza liberdade tática, ambientação rica e desafios bem estruturados, este título merece sua atenção. Com ajustes técnicos e talvez uma expansão narrativa no futuro, Eriksholm tem tudo para se tornar um clássico cult.
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Missões táticas que brilham com o trabalho em equipe de Hanna, Alva e Sebastian
Eriksholm: The Stolen Dream é uma experiência stealth envolvente, com missões criativas, cooperação inteligente entre personagens e uma ambientação belíssima. Apesar de alguns bugs técnicos e uma narrativa que poderia emocionar mais, o jogo conquista com sua jogabilidade tática e mundo vivo. Um título indie marcante para quem valoriza estratégia, atmosfera e boas ideias.
O que funciona bem
- Arte impressionantemente detalhada
- Trilha sonora imersiva
- Jogabilidade tática envolvente
- Personagens cativantes e distintos
- Design de fases interessante
- Cooperação bem integrada
Poderia ser melhor
- Inimigos
- Bugs de progressão
- Emoção narrativa limitada
- Gráficos
- História
- Jogabilidade
- Trilha Sonora
- Desempenho
1 comentário
Jogo simplismente perfeito, não é muito longo nem cansativo, os três ultimos capítulos geram mais ação e precisa-se de uma lógica mais afiada para terminar as missões. Já concluí uma vez o jogo, e depois quando fui repetir o capítulo para buscar colecionáveis simplesmente alguns colecionáveis não foram contabilizados, e não aparecem novamente no mapa. Possuo 3 colecionáveis faltando pelo menu do jogo, mas na contabilidade do trofeu na PSN tenho apenas 95 de 100. Estou um pouco frustrado nesse sentido, se outro jogador passou por essa situação comenta aqui, vâo vou reiniciar todo jogo antes de sair algum patch de atualizaçâo. De restante nota 1000