Desde o primeiro apito, este título me apresentou uma proposta ousada. Diferente de qualquer outro jogo de futebol virtual, ele abandona por completo as regras tradicionais e oferece uma experiência pura de ação frenética em arenas compactas. Nesta review de Rematch, analiso como o estúdio Sloclap, criador de Sifu, conseguiu — ou não — transformar essa visão radical em um novo clássico.

Uma proposta ousada e diferente no futebol digital
Rematch entrega uma experiência que foge completamente do convencional. Esqueça as regras tradicionais: não há impedimentos, faltas ou paradas de jogo. Apenas partidas intensas e rápidas, com, no mínimo, seis jogadores humanos em arenas pequenas, que duram entre seis e oito minutos. Assim, o jogo oferece uma ação contínua e acelerada, ideal para quem gosta de ritmo frenético.

O controle em terceira pessoa, focado em um único jogador por vez, aumenta a imersão e traz um frescor para o gênero. Além disso, a ausência de regras clássicas permite que os jogadores se posicionem e atuem livremente. Atacantes podem se movimentar sem restrições e desarmes são agressivos, resultando em uma partida dinâmica do início ao fim.
A filosofia do jogo também reflete essa simplicidade. Não há Ultimate Team, cartas especiais ou bônus temporários — apenas cosméticos que não influenciam na jogabilidade. Portanto, Rematch se destaca ao fugir das microtransações que hoje dominam o mercado esportivo digital.

Outro ponto positivo é o sistema de goleiros intercambiáveis. Qualquer jogador pode assumir essa função a qualquer momento, e o último defensor tem resistência infinita. Isso acrescenta uma camada tática interessante, permitindo estratégias diversas durante a partida.

Visual e apresentação: arcade e vibrante
Visualmente, Rematch impressiona. O estilo de arte animada da Sloclap é marcante, principalmente nas animações fluidas dos jogadores. Cada movimento, desde corridas rápidas até acrobacias, é natural e bem trabalhado.

Os estádios futuristas e coloridos contribuem para uma atmosfera vibrante, embora, em alguns momentos, possam distrair durante a jogada. Por sua vez, os efeitos especiais ao marcar gols são espetaculares, mas talvez exagerados para quem prefere um jogo competitivo mais sério.

No geral, a apresentação consegue equilibrar o tom arcade sem cair no infantilismo. Ela mantém a clareza visual necessária para acompanhar o ritmo intenso, sendo séria quando precisa e espetacular quando conveniente.
Review de Rematch: desafios técnicos que atrapalham a experiência
No entanto, a grande pedra no sapato de Rematch está nos aspectos técnicos. Durante minhas partidas, travamentos e desconexões foram constantes, prejudicando a fluidez do jogo. Bugs frustrantes, como o erro na posse da bola após um gol, aparecem frequentemente — por vezes, o time que marcou fica com a bola em vez de entregá-la ao adversário, o que pode decidir partidas injustamente.

Além disso, problemas de rede são frequentes. Lag e dessincronização tornam as partidas instáveis. Jogadores desaparecem ou reaparecem do nada e bolas flutuam no campo, comprometendo a competitividade.
Outro ponto importante a destacar nesta review de Rematch é a ausência de crossplay no lançamento. Com a base de jogadores já fragmentada entre plataformas, o tempo de busca por partidas se torna muito longo, especialmente fora dos horários de pico. Portanto, essa limitação impacta diretamente na experiência online.
Sistema de goleiros e controles
O controle do goleiro é outro aspecto que precisa de melhorias urgentes. A jogabilidade nessa posição parece limitada e desajeitada, e a câmera frequentemente atrapalha, principalmente quando a bola quica nas paredes ou voa por cima do goleiro. As animações não transmitem a precisão necessária para reações rápidas e sutis.
Não existe um sistema de pequenas interceptações ou mergulhos graduais. O goleiro ou se esforça ao máximo ou não faz nada. Isso acaba tornando o aspecto mais arcade do jogo, mas não de uma forma positiva.
Curva de aprendizado e teto de habilidade

Por outro lado, Rematch tem um teto de habilidade bastante elevado. Jogadores experientes já dominam combos de dribles, passes precisos e fintas que confundem adversários com maestria. A técnica do arco-íris, em especial, se destaca e pode precisar de ajustes para equilibrar o jogo competitivo.
A curva de aprendizado é íngreme, porém justa. O tutorial cobre o básico, mas o domínio total das mecânicas exige treino. Depois de se adaptar, a sensação de evolução é realmente recompensadora.
Comunidade e potencial: jogo chega direto no Game Pass
É importante destacar que Rematch será lançado diretamente no Game Pass. Isso deve atrair muitos jogadores e expandir a base ativa, contribuindo para uma maior variedade e rapidez nas partidas. Portanto, o jogo pode ganhar fôlego importante com essa estratégia, mesmo com as dificuldades técnicas atuais.
Considerações finais desta review de Rematch
Apesar das qualidades, preciso confessar que em alguns momentos me chateei jogando Rematch. Pouquíssimos jogadores aproveitam o jogo como ele deve ser: tocando a bola, armando jogadas coletivas e buscando o gol em equipe. A maioria tenta fazer gol sozinho, driblando todo mundo, abandonando a área do goleiro ou até desistindo da partida.
Assim, é difícil encontrar partidas realmente competitivas. Muitas vezes, os confrontos parecem bagunçados e até entediantes. Portanto, embora o conceito seja brilhante, a execução atual e o comportamento da comunidade ainda deixam a desejar.
Rematch vale a pena?
Por R$ 149,50 na PlayStation Store, Rematch enfrenta um desafio complicado. O preço é alto para um jogo exclusivamente online, ainda mais com tantos problemas técnicos. Entretanto, para quem busca algo inovador e diferente no futebol digital, o jogo oferece ideias que valem a pena serem acompanhadas.
Se a Sloclap conseguir corrigir bugs, melhorar servidores e ampliar a base ativa — especialmente com o suporte do Game Pass — Rematch tem tudo para se tornar o jogo de futebol arcade definitivo. Por ora, resta esperar por atualizações que corrijam os principais problemas.
Curtiu esta review de Rematch? Já experimentou o game? Conta pra gente nos comentários!
Futebol arcade com potencial
Rematch surge como uma lufada de ar fresco no sufocado gênero dos jogos de futebol, trazendo um conceito arcade ousado, partidas intensas e jogabilidade sem regras tradicionais. No entanto, por trás dessa proposta inovadora, escondem-se problemas técnicos graves, uma curva de aprendizado exigente e uma comunidade que muitas vezes joga de forma desorganizada, ignorando o espírito coletivo que o jogo poderia proporcionar.
Golaço de Bicicleta
- Proposta inovadora
- Jogabilidade intensa
- Sistema de goleiro dinâmico
- Visual vibrante
- Sem microtransações abusivas
Gol Contra
- Problemas técnicos graves
- Curva de aprendizado complicada
- Goleiro desajeitado
- Partidas desorganizadas
- Jogabilidade
- Gráficos
- Desempenho
- Efeitos Sonoros
- Fator Replay