Se você leu o meu preview de Diablo 4, você já conhece minha relação emotiva com a franquia e todas as minhas impressões iniciais sobre o jogo. Agora, graças a assessoria da Blizzard, conseguimos jogar a versão final de Diablo 4 de maneira antecipada para produzir este review! Sem mais delongas, vamos ao que interessa:
A narrativa de Diablo 4
O corriqueiro plot de bem contra o mal retorna, mas dessa vez ainda mais cinzento. Tanto as ações dos anjos quanto as dos demônios causam consequências graves para a humanidade e o jogo representa isso de maneira magistral. Seja através de diálogos que flertam com o filosófico ou de cutscenes que resgatam a época de ouro da Blizzard, a história é muito bem contada e conseguiu me manter interessado pelo desenrolar da trama. As missões da campanha duram entre 30 a 40 horas, mediante a dificuldade selecionada pelo jogador. Uma decisão interessante no que diz respeito a narrativa é que a campanha apresenta muitas questlines focadas em personagens específicos como Neyrelle e isso ajuda o jogador a se conectar com eles e suas motivações.
Outro ponto inédito é que apesar de terem mantido a estrutura em atos, os players agora podem realizar as missões praticamente em qualquer momento. Você pode simplesmente completar as missões do Ato 3 antes do Ato 1. É claro que o jogo alerta que essa empreitada pode ser mais perigosa por conta do nível baixo, mas essa liberdade estrutural é excelente, permitindo que o jogador decida sua própria “trilha” e qual porção do mapa ele vai explorar primeiro.
Por ser um RPG com um foco enorme em serviço e temporadas, muitas das missões secundárias possuem aquela estrutura arcaica de fetch quest – colete X crânios – contudo, quase todas elas surgem a partir de motivações interessantes dos NPCs espalhados pelo mapa. A cereja do bolo é que o jogo conta com localização completa para o nosso idioma e a dublagem está impecável, logo, o entendimento da história e a imersão no mundo do jogo são extremamente facilitados graças a isso!
Um mundo pra chamar de seu…
Diablo 4 tenta inserir os jogadores no contexto do game, contudo, alguns impeditivos ficam no caminho para que esse objetivo seja concluído. As opções de customização dos personagens são bem escassas, o que certamente vai deixar alguns fãs decepcionados.
O nível de dificuldade segue o mesmo padrão dos jogos anteriores, permitindo que os players alterem o “World Tier” na base. E sim, o mecanismo de personagem hardcore está de volta. Vale destacar que a dificuldade realmente está… calibrada. A diferença do Tier 1 pro 2 é substancial e a morte se torna bem frequente caso o jogador não se prepare bem com builds.
O Santuário funciona quase como um personagem protagonista. Sua imensidão reserva inúmeras atividades incríveis que concedem boas recompensas para os jogadores. Os Altares de Lilith espalhados pelos cenários concedem bônus permanentes de atributos para os personagens. Temos diversos eventos de mundo que acontecem de maneira quase que orgânica e rendem oblotos como recompensa, podendo ser trocados por itens. Achou pouco? O jogo até conta com três chefes de mundo que irão aparecer em tempos pré-determinados com recompensas atrativas para os players.
O senso de exploração orgânica é amplificado com a presença de minérios, usados para melhorar os equipamentos e de plantas, usadas para o aprimoramento da poção de cura. Percorrer o mundo é fantástico. Podemos ver corvos voando, cervos correndo mediante nossa aproximação, raposas indo se esconder em suas tocas.. esses detalhes pequenos fazem a diferença e reforçam a preocupação do estúdio em proporcionar uma experiência imersiva!
Por falar em imersão, o mundo aberto do jogo é imenso, com dezenas de calabouços para serem concluídos, fortalezas que representam um desafio enorme, porões de casas, cavernas e muito mais. Para ajudar nessa travessia, temos os Marcos de Senda (teletransportes) e Montarias que agilizam a locomoção do personagem.
A quantidade de atividades é de perder de vista e elas com certeza vão levar pelo menos 100 horas para serem concluídas. Somado a isso, a aba de “Desafios” retorna, no maior estilo Conquistas de World of Warcraft, com centenas de desafios a serem concluídos. Em suma, os jogadores que amam o 100% vão ficar meses ocupados.
O campeão da Humanidade
Diablo 4 funciona muito bem nos consoles e pra isso, o time reduziu de maneira inteligente as possibilidades de build. Temos uma quantidade excelente de opções para construir nosso próprio jeito de jogar mas que não chega a ser tanto para sufocar o jogador. Como nos consoles o número de botões é limitado, os devs precisaram levar isso em conta na construção do gameplay.
O que tornou a Blizzard um primor antigamente volta a acontecer aqui. O design dos inimigos é sublime, a arquitetura dos cenários impressiona e o sistema de loot continua beirando a perfeição, construindo aquele loop viciante que conquistou milhões de jogadores globalmente. A frequência de espólios lendários é baixa nas dificuldades menores mas aumenta exponencialmente nos Tiers de Mundo mais altos!
Uma mecânica inédita são os Aspectos (listados no Códice de Poder), sendo 115 ao total. Os Aspectos são efeitos que são concedidos ao concluir os calabouços. Um exemplo deles é que o personagem recebe uma barreira protetora ao derrotar elites. São 115 aspectos de efeitos diferentes, o que aprimora ainda mais a jogabilidade e permite que cada player forme seu próprio estilo de jogo!
Por falar em personagens, Diablo 4 conta com missões de classes que são essenciais no aprimoramento do seu personagem, além de concederem recompensas substanciais que facilitam o game! Ao todo temos 5 classes distintas e que são bem conhecidas pelos fãs da franquia.
O Paraíso e o Inferno
Nem tudo é perfeito em Diablo 4! Durante as minhas quase 40 horas com o jogo, tive algumas quedas de frames perceptíveis ao esquivar e descer de objetos como escadas. Outro ponto que vale ser destacado é que tive acesso a uma build de review, logo, não dá pra cravar em que o estado os servidores do jogo estarão no lançamento!
Outro ponto importante é que dentro da experiência que tive, a economia do jogo parece ser bem justa e não existe muito espaço para que os itens de “cash” concedam vantagens para quem paga. Eles parecem ser focados em cosméticos e economia de tempo apenas.
Nos pontos positivos, é inevitável citar os cenários deslumbrantes repletos de detalhes, os personagens secundários que foram muito bem esculpidos e a trilha sonora que é um deleite a parte! Muitas vezes tive a sensação de estar jogando um remake de Diablo 2 pela proximidade da proposta sonora de Diablo 4!
O estúdio não teve medo em retratar o grotesco, mergulhando no tema para construir uma identidade visual e sonora marcante e que fica com o jogador mesmo após fechar o game.
Review de Diablo 4: vale MUITO a pena!
A sensação que tive com Diablo 4 é a seguinte: o rei está de volta! O quarto título resgata tudo que a franquia tem de melhor, com as devidas releituras que o mercado atual demanda.
Muito mais do que um dos grandes lançamentos de 2023, Diablo 4 tem tudo para ser um dos RPGs mais importantes dos próximos anos, podendo receber um conteúdo valoroso que vai manter os jogadores engajados por muito tempo!
Fãs da franquia, podem relaxar, a Blizzard está de volta!
Diablo 4 coloca a franquia de volta nos trilhos, mostrando para os novos navegantes por que a Blizzard era considerada uma das melhores no gênero!
- Narrativa e Lore
- Combate
- Conteúdo Secundário e Exploração
- Direção de Arte
- Som (Trilha Sonora e Efeitos Sonoros)
- Desempenho
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