Se você está na faixa dos 20 anos, certamente já ouviu falar em Van Helsing. O lendário caçador de monstros serviu de protagonista para uma variedade de produtos do entretenimento, como filmes, games, séries e até animes. Agora você deve estar se perguntando, o que isso tudo tem a ver com Evil West? Bom, muita coisa.
Desenvolvido pela Flying Wild Hog, empresa responsável por Shadow Warrior, e com publicação assinada pela Focus Entertainment, Evil West mescla os perigos do Velho Oeste com criaturas mortais que adoram sangue e, claro, uma jogabilidade frenética que se tornou marca do estúdio.
Em meio a tantos lançamentos e títulos de ação, será que o game merece sua atenção? É isso que você vai descobrir neste review!
Onde os Fracos não têm Vez
A aventura é protagonizada por Jesse Rentier, um dos melhores agentes do Instituto Rentier, organização responsável por caçar monstros. O nome já entrega que Jesse é o filho do fundador, logo, ele carrega um peso extra em fazer jus às expectativas lançadas nele.
O contexto apresentado no jogo é um tanto básico: criaturas que muito se assemelham aos vampiros estão invadindo os Estados Unidos pela fronteira do país. Cabe a Jesse e seus aliados colocar um fim nessa ameaça.
A narrativa não é o forte do jogo. Os diálogos são bem sem sal, assim como não existe um senso real de urgência e ameaça. Contudo, as cutscenes são belíssimas e lembram a qualidade visual de The Order 1886. A campanha, assim como o jogo citado, é bem linear o que eu enxergo como um ponto positivo nesse caso. No geral, o jogo pode ser concluído em cerca de 12 a 15 horas, a depender do nível de dificuldade jogado e, claro, do ritmo de quem comanda o controle.
Apesar do componente narrativo ser mediano, a ambientação foi muito bem aplicada pelo estúdio, garantindo uma identidade visual pouco explorada nos games que com certeza deu um charme a mais bem vindo. Me senti revisitando um dos meus jogos antigos prediletos – Darkwatch.
O Homem com Punho de Ferro
Seguindo o DNA do estúdio, Jesse conta com um arsenal de armas bem vasto pra derrotar a ameaça vampiresca. Revólver, Rifle, Lança-chamas… o jogo não economiza na disposição de apetrechos para eliminar os inimigos, mas o brilho mesmo fica com a manopla.
A “luva” de aço gigantesca transforma nosso protagonista em uma espécie de Acelino “Popó” Freitas do Velho Oeste, trocando socos até com os monstros mais encorpados. Para ajudar no despacho das criaturas, temos habilidades especiais que envolvem eletricidade, garantindo a Jesse uma boa vantagem nos embates. Nossos equipamentos e habilidades podem ser incrementados com recursos encontrados pelos cenários lineares do jogo. O dinheiro é o mais importante dele. E já fica a dica: escolha com sabedoria o que melhorar. Não existe recursos o suficiente no NG para melhorar tudo!
Graças ao poder maravilhoso da Unreal Engine 4, o design das criaturas é um ponto forte do jogo. Todos os subtipos encantam graças aos visuais e os ataques característicos. Como já era de se esperar, Evil West apresenta batalhas épicas contra chefes grotescos e muitos deles ocupam boa parte da tela. Preciso ressaltar, no entanto, que em alguns casos a câmera mais atrapalha do que ajuda, impactando negativamente a experiência da luta!
O Bom, O Mau e o Feio
Evil West é aquele tipo de jogo acolhedor onde desligamos a mente e saímos destruindo tudo que vemos pelo caminho. O propósito do jogo era esse? Apostaria que não. Contudo, ele cumpre muito bem o seu papel de divertir.
Apesar da história ser praticamente “qualquer coisa”, a ambientação e a jogabilidade ajudam a segurar bem a experiência, fazendo com que o jogo seja recomendável. Por ser um AA, é uma ótima opção para todo e qualquer jogador que estiver sem grana para investir nos blockbusters da vida.
Com alguns ajustes, seja no seu loop de gameplay ou principalmente na escrita do seu roteiro, Evil West teria sido uma das obras mais preciosas de 2022. Como isso não aconteceu, ele é “apenas” um bom jogo que não vai ficar permanentemente gravado na mente dos jogadores.
PS: Este review foi feito com um código de PS5 cedido pela Focus Entertainment.