No mundo atual, percebemos que a inteligência artificial está cada vez mais presente em nossas vidas. Temos hoje assistentes virtuais que nos possibilitam automatizar diversas tarefas e diversas outras mordomias graças a tecnologia.
Mas e se, em um dia qualquer, toda essa tecnologia que nos ajuda, possa acabar nos matando? em vez de ajudar, faz com que tenhamos medo dela? Esse futuro aparentemente distópico está se aproximando em passos largos. Cada vez mais vemos acidentes causados por carros autônomos e outras parafernalhas tecnólogicas.
Bom, esse é o tema central de Evotinction, uma obra que faz parte do PlayStation China Hero Project, com desenvolvimento assinado pela Spikewave Games.
Se aconchegue e vem ler o meu review de Evotinction, jogo chinês que recebeu apoio da PlayStation.
A História
Ao acordar de uma cirurgia, um robô lhe obriga a tomar uma medida rápida para poder impedir sua criogenia. Logo após se soltar, você descobre que a instalação foi tomada pelo vírus RED, e que os sobreviventes da instalação estão em perigo.
Esse é o início de Evotinction. O protagonista, juntamente com Oz, um assistente virtual, se unem para descobrir o que aconteceu na instalação.
O começo de Evotinction é cheio de suspense e, confesso, com uma história um pouco confusa. O jogador precisa estar imerso na experiência, prestando atenção nos diálogos, assim como fazendo a leitura dos colecionáveis e cutscenes interativas. Os eventos que aconteceram na instalação são explicados através disso.
Se você jogar com pressa ou sem prestar atenção nas coisas, você dificilmente vai entender a história por completo e vai perder um dos melhores aspectos do game!
O jogo se passa na instalação HERE, um local altamente secreto e tecnológico, com o objetivo de pesquisar e desenvolver IAs para mudar a vida das pessoas. Em um dos estudos sobre o vírus RED, as coisas não saem como esperado, com isso, o vírus se espalha pela instalação e afeta o sistema MORE.
É aí que começa uma espécie de jogo de caça ao rato, onde o protagonista e Oz tomam medidas para conter os avanços de RED e impedir que ele tenha contato com o mundo exterior. Mas o vírus é altamente instável e reativo e passa a trancafiar as pessoas. Curiosamente, Evotinction tem um contador que mostra a população restante na instalação.
Esse recurso reforça o senso de urgência e a importância da “missão” do protagonista.
Apesar da história começar de um jeito bem confuso, o final é surpreendente e faz todo o tempo investido valer a pena. Fiquei tão impactado pelo desfecho que minha vontade de jogar uma sequência está altíssima. Quero mais doses desse universo pra ontem.
E não é só o apagar das luzes que é satisfátorio. Na medida que a narrativa se desenvolve, a curiosidade de quem está jogando aumenta e a sede por respostas se torna algo insuportável. Felizmente, o jogo corresponde isso em um ritmo ótimo, mantendo o nível de interesse lá em cima.
Eu levei 5 horas para concluir a campanha de Evotinction e o suspense esteve presente em boa parte da trajetória. O jogo te faz questionar as coisas várias e várias vezes, trazendo respostas imprevisíveis.
Falando sobre conteúdo secundário, não temos nada substancial em Evotinction. A campanha, como citei, dura cerca de 5 horas e a única forma de extender o tempo dela é caçando os colecionáveis que enriquecem e muito a lore. O jogo também apresenta um modo chamado de Simulação.
Nele, ganhamos tokens que são usados para melhorar as habilidades de hacker do personagem.
A Jogabilidade
Os apaixonados por jogos furtivos vão se deliciar com Evotinction. O jogo exige paciência e estratégia para passar pelos drones inimigos. A inteligência artificial desses adversários está excelente e qualquer deslize gera a morte do personagem.
Evotinction NÃO É UM JOGO DE AÇÃO e jogar de maneira descuidada certamente vai acarretar na morte do personagem. Não temos opções de dificuldade, logo, o jogo meio que te obriga a entender os sistemas e movimentações dos inimigos para ter sucesso.
O loop de gameplay consiste em usar uma pistola que emite pulsos eletromagnéticos, hackear terminais e usar vírus para infectar os drones inimigos. A progressão é simples e direta ao ponto. Coletamos tokens que são usados para desbloquear novas habilidades.
E por falar em habilidades, até elas contam com um sistema de punição. Ao serem acionadas, elas deixam um rastro pra trás e, com isso, os drones acabam tomando ciência da sua posição. Isso reforça o senso estratégico da jogabilidade e demanda que o jogador pense antes de agir.
Evotinction está otimizado?
O desempenho é um ponto crucial nos jogos de hoje e, para a felicidade de todos, ele está rodando perfeitamente bem no PS5. Os visuais estão belíssimos para um game de escopo menor. Não tive nenhuma queda aparente de FPS, bugs ou crashes.
Como de costume, o jogo apresenta o Modo Qualidade e o Desempenho. O qualidade está primoroso, com cenários ricos e vívidos, cores bem implementadas e uma iluminação ótima.
Outro ponto fantástico de Evotinction é a parte sonora. Temos uma trilha e efeitos que ajudam a aumentar o suspense, dando uma leve sensação de estarmos em um filme de terror espacial.
Contudo, nem tudo é perfeito e temos dois pontos negativos. O primeiro é que o jogo não fez um bom uso do DualSense, algo que poderia ter elevado a experiência sensorial do projeto. E é curioso, visto que o título conta com o apoio da PlayStation. E o outro ponto é o mais impactante para os jogadores brasileiros – não existe suporte para o idioma PT-BR.
Visto que a história é complexa e temos que ler os diálogos e colecionáveis para ter um bom proveito da trama, isso é um baita ponto negativo.
Review de Evotinction: Vale a pena?
Com um escopo menor, Evotinction soube fazer bem o dever de casa, entregando uma experiência satisfatória que mescla sci-fi com suspense. O jogo serve como mais um case de que a China está caminho a passos largos para se tornar um dos principais polos de game dev do mundo. Com um preço justo para a proposta, R$149,90, vale a pena se aventurar demais nesse universo se você tiver um bom entendimento de inglês.
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som