Primeiramente, quero começar esta review da expansão From the Ashes, do jogo Avatar: Frontiers of Pandora, dizendo que sou muito fã das fórmula Ubisoft de fazer games e não sou um grande entusiasta dos filmes, embora tenha visto os dois primeiros e seja um grande admirador de vários longas do James Caremon.
Eu sei que a gigante francesa vive uma relação de amor e ódio com os jogadores, mas esse estilo de mundo aberto e exploração do mesmo, sempre me diverte, embora muitos achem enjoativo e genérico.
Joguei, praticamente, todos os games da franquia Far Cry, gosto muito de Assassin’s Creed, The Division, entre tantas outras IP’s da dev. Portanto, posso ser suspeito para falar dessa expansão.
Sem mais enrolação, fica comigo nesta review de From the Ashes e saiba se vale a pena revisitar Pandora após o jogo base de 2023 e o que ela traz de novidades.

Uma expansão que finalmente faz jus ao potencial de Pandora
From the Ashes não é um DLC no sentido tradicional. Ele continua a história de Avatar: Frontiers of Pandora cerca de um ano após a campanha principal e poucas semanas depois dos eventos de Avatar: Fogo e Cinzas, funcionando quase como uma ponte direta entre o jogo e o cinema. É um conteúdo pensado para expandir o universo, não apenas ocupá-lo com missões extras.

Diferente de The Sky Breaker e Segredos das Alturas, esta expansão não fazia parte do plano original do Passe de Temporada e isso fica evidente no seu escopo.
Aqui não estamos falando de poucas horas adicionais, mas de uma experiência robusta, que pode facilmente ultrapassar as 20 horas, dependendo da dificuldade e do quanto você decide explorar. Eu levei em torno de 10-12 horas para finalizar a campanha principal e realizar a review de From the Ashes. O preço acompanha essa proposta, mas o conteúdo entrega o que promete.
Vale ressaltar que o DLC não é um Stand Alone, ou seja, você precisa possuir o jogo base para ter acesso ao conteúdo. No entanto, não é preciso ter jogado o game de 2023 para desfrutar da nova expansão.
So’lek assume o centro da história

A escolha de So’lek como protagonista é, sem exagero, o maior acerto de From the Ashes. Em vez do Na’vi Sarentu personalizável do jogo base, agora controlamos um personagem com passado, conflitos e personalidade bem definidos. Veterano da Batalha das Montanhas Voadoras, So’lek já tinha peso narrativo antes, mas aqui finalmente ganha o espaço que merecia.

A trama começa quando a Floresta Kinglor e o território do clã Aranahe passam a sofrer ataques sistemáticos. Incêndios se espalham, animais são mortos e Na’vi são brutalmente eliminados.
Tudo aponta para uma nova ameaça envolvendo a RDA e o clã Mangkwan, liderado por Varang. Mesmo sem aparecer diretamente, a presença de Miles Quaritch é sentida, o que aproxima o tom da expansão ao dos filmes.

Não é uma história cheia de reviravoltas, mas funciona justamente por ser mais próxima e pessoal. Há uma tentativa clara de explorar vínculos, perdas e escolhas difíceis.
O final ainda flerta com um momento mais pesado, embora o jogo não se aprofunde tanto quanto poderia, deixando a sensação de que algo maior pode estar sendo preparado.
Pandora continua linda, mas com mudanças que podem desagradar
A expansão se concentra quase inteiramente na Floresta Kinglor, que é um cenário muito bonito daqueles que fazem você parar por alguns segundos só para admirar a paisagem e acabar usando o modo foto com certa frequência. Ainda assim, confesso que estranhei o visual no começo.



Boa parte do mapa aparece mais acinzentada, marcada por queimadas extensas que, querendo ou não, deixam alguns trechos da expansão com um aspecto visual mais “pobre” em determinados momentos. Demorei um pouco para me acostumar com essa versão de Pandora, especialmente vindo de um jogo base tão colorido e vibrante.


Por outro lado, dentro do contexto da história, essas mudanças fazem sentido. Os incêndios têm peso narrativo, afetam o mundo e ajudam a construir o clima da expansão.
Conforme avançamos, podemos perceber mudanças no cenário: o fogo é controlado em algumas áreas e a natureza começa, ainda que timidamente, a retomar seu espaço. No panorama geral, From the Ashes segue sendo um jogo belíssimo, apenas com uma estética mais contida e marcada pela ação dos inimigos.
Combate mais direto e ritmo melhor
Combater nesta expansão é melhor do que no jogo de 2023. So’lek é mais agressivo, mais ágil e menos dependente de recursos tecnológicos. O combate flui melhor, os confrontos são mais rápidos e o jogo evita te prender em atividades que só servem para a famosa “enchenção de linguiça”.

A furtividade finalmente ganha espaço de verdade. Marcar inimigos, se posicionar e executar eliminações silenciosas funciona de forma natural, com uma margem de tolerância que evita punições excessivas. O resultado é uma jogabilidade mais fluida e menos engessada.

A isso se somam a câmera lenta para tiros mais precisos, o modo fúria e a progressão baseada em Plaquetas, parecidas com Dog Tags, usadas para aprimorar habilidades. Nada disso reinventa o gênero, mas tudo contribui para um conjunto mais coeso e agradável de jogar.

Chefes e inimigos
Uma ausência sentida no jogo base era a falta de lutas contra chefes, algo parcialmente corrigido aqui. From the Ashes apresenta confrontos mais estruturados, incluindo criaturas gigantes e líderes do clã Mangkwan, que exigem atenção ao posicionamento e leitura de padrões.

O simples fato de enfrentar Na’vi hostis já traz uma variação bem-vinda. Ainda assim, inimigos comuns carecem de identidade e acabam se comportando de forma muito parecida, o que limita o impacto dessas batalhas ao longo do tempo. Novas ameaças mecânicas ajudam a equilibrar, mas não resolvem totalmente o problema.
E o tão aguardado modo terceira pessoa?

A adição do modo em terceira pessoa é, sem dúvida, um dos grandes atrativos da expansão. Explorar Pandora sob esse ângulo valoriza o visual e melhora a leitura dos combates e da exploração. No entanto, nem tudo funciona com a naturalidade esperada.
Em vários momentos, especialmente durante escaladas, corridas ou mudanças rápidas de direção, a movimentação do personagem causa certo incômodo. Fica claro que Avatar: Frontiers of Pandora teve sua jogabilidade originalmente pensada para a primeira pessoa, e que a terceira pessoa foi implementada depois, como resposta direta aos pedidos da comunidade.

Isso não torna o modo ruim. Ele funciona, é jogável e melhora a experiência em muitos aspectos. Ainda assim, algumas animações e transições parecem estranhas, quebrando levemente a fluidez em situações específicas. É um acréscimo muito bem-vindo, mas que não se integra completamente ao DNA original do jogo.
Somam-se a isso as melhorias acumuladas ao longo de dois anos: interface mais clara, inventário melhor organizado, coleta de recursos, Novo Jogo+ e desempenho mais estável. Tudo isso ajuda a entender por que From the Ashes é percebido de forma diferente do lançamento original.
O Ikran também evoluiu. Agora ele pode ser invocado quase instantaneamente, atacar inimigos e tornar a travessia do mapa mais prática e prazerosa.

O que poderia ser melhor
Apesar dos avanços claros e perceptíves descritos nesta review de From the Ashes, ela ainda carrega limitações importantes. A variedade de inimigos é pequena e deveria ser melhor trabalhada. Após algumas horas, fica evidente que você enfrenta sempre os mesmos tipos de adversários, o que empobrece um pouco o ritmo dos combates.
No aspecto técnico, joguei a expansão no PS5 base e tive experiências mistas. O jogo oferece modos de qualidade e desempenho, e passei a maioria do tempo neste último. O desempenho foi ótimo, com praticamente nenhum drop de frames perceptível.
Por outro lado, os pop-ins foram frequentes e bastante visíveis. Elementos do cenário surgem de forma abrupta, quebrando a imersão em vários momentos.
Quanto aos bugs, encontrei alguns comuns, como inimigos mortos se movimentando de forma estranha. Nada grave. No entanto, em um caso específico, o jogo travou completamente e precisei reiniciá-lo para continuar.
Um ponto que realmente incomodou foi a dublagem de alguns personagens. Há falas tão mal interpretadas que causam estranhamento imediato. É algo que poderia e deveria ser muito melhor.
Para completar, a sincronização labial é fraca. Em diversas cenas, a fala termina e o personagem continua movimentando a boca, algo difícil de ignorar e bastante mal-acabado para um jogo desse porte atualmente.
Considerações Finais
Finalizo esta review da expansão From the Ashes dizendo que, se você curtiu o jogo base, certamente vai adorar este DLC. O conteúdo adicional é a melhor versão de Avatar: Frontiers of Pandora até agora.
Um protagonista mais interessante, uma história mais pessoal, jogabilidade mais ágil e a chegada da terceira pessoa transformam essa expansão no ponto mais alto da experiência em Pandora.
Se você explorou Pandora por várias horas e se divertiu com o jogo base e, além disso, percebeu sua evolução ao longo do tempo, esta é uma compra fácil.
No entanto, se o original nunca te convenceu, talvez suas impressões não mudem completamente, mas From the Ashes deixa claro que o potencial sempre esteve ali, só precisava ser melhor explorado.
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Vale a pena revisitar este mundo
Se você curtiu o jogo base, certamente vai adorar este DLC. O conteúdo adicional é a melhor versão de Avatar: Frontiers of Pandora até agora.
Um protagonista mais interessante, uma história mais pessoal, jogabilidade mais ágil e a chegada da terceira pessoa transformam essa expansão no ponto mais alto da experiência em Pandora.
Se você explorou este maravilhoso mundo por várias horas, se divertiu com o jogo base e, além disso, percebeu sua evolução ao longo do tempo, esta é uma compra fácil.
No entanto, se o original nunca te convenceu, talvez suas impressões não mudem completamente, mas From the Ashes deixa claro que o potencial sempre esteve ali, só precisava ser melhor explorado.
Aprende, James Cameron!
- So’lek é um protagonista mais interessante
- Ritmo de jogo mais ágil
- Sistema de furtividade finalmente funcional
- Desempenho sólido no PS5 base
- Escopo de expansão robusto, com conteúdo suficiente para justificar o preço.
- Lutas contra chefes adicionam variedade
Defeitos que poderiam virar Cinzas
- Variedade de inimigos é pequena e se torna repetitiva ao longo da campanha.
- Visual mais acinzentado por conta das queimadas pode causar estranhamento
- Pop-ins frequentes quebram a imersão durante a exploração.
- Dublagem inconsistente, com interpretações fracas em alguns personagens.
- Sincronização labial ruim
- Visuais
- Desempenho
- Trilha Sonora
- Jogabilidade
- História
