No mês de junho de 2024, tive a oportunidade de fazer parte dos testes de acesso antecipado de Flintlock: The Siege of Dawn. Durante essa experiência, pude notar uma melhoria significativa na gameplay e mecânicas de combate, garantindo uma experiência imersiva para os veteranos e novatos do gênero soulslike. Flintlock se tornou a minha experiência favorita de soulslike em 2024, além de mostrar toda a competência da desenvolvedora A44 Games em um mercado onde este gênero já está saturado!
Com uma narrativa envolvente e combates frenéticos, Nor Vanek e Enki se unem para interromper o ataque de Deuses gananciosos que estão controlando a terra. Conheça Flintlock, um soulslike inovador e diferente de tudo aquilo que você já viu!
Obs: Esta Review foi produzida graças a um código de PlayStation 5 cedido gentilmente pela Kepler Interactive!
Pode ficar tranquilo(a), esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
Deuses vs Aliança
O mundo está ameaçado e com seus dias contados após a abertura da Porta do Mundo Interior, resultando em uma catástrofe incontrolável com Deuses e criaturas místicas. Ao notar que uma guerra estava prestes a acontecer, a protagonista Nor Vanek, integrante do exército da Aliança, resolve participar de um confronto mortal em busca de proteger o mundo contra os Deuses.
Com o objetivo de prevenir o caos, Nor se alia aos companheiros para lutar contra Uru, mas acaba sendo derrotada e arremessada para o mar. Após Nor despertar em uma gruta, ela percebe que não está sozinha. Uma entidade com a aparência de uma raposa, que se identifica como Enki, surge e diz ser um Deus.
Apesar de parecer impossível uma aliança com um Deus, Nor opta por confiar na entidade. Esta decisão se torna crucial para derrotar as criaturas que foram liberadas após a destruição da Porta do Mundo. Além disso, Enki serve como um guia em sua jornada, onde é possível combinar seus poderes mágicos com as habilidades especiais da combatente e atravessar áreas inacessíveis utilizando a habilidade Rift Travel.
A narrativa de Flintlock: Siege of Dawn conta com diversas reviravoltas, onde descobrimos novos segredos sobre Enki ao derrotar um Deus ou concluir missões secundárias que concedem bônus e armas. O vínculo entre Nor e Enki são a prova de uma parceria inigualável, fazendo com que um humano seja capaz de alcançar o impossível (derrotar um Deus). O jogo também desenvolve muito bem a sua narrativa e os personagens, apresentando as consequências da guerra em um universo controlado por criaturas sombrias.
Para os novatos no universo soulslike, Flintlock: The Siege of Dawn pode ser um excelente ponto de partida, uma vez que o jogo disponibiliza três níveis de dificuldade. Mesmo para aqueles já familiarizados com o gênero, a dificuldade Normal pode parecer muito fácil, proporcionando uma gameplay com inimigos fracos ou com pouco desafio. Outro ponto que pode acabar decepcionando é o Modo Fácil (para novatos) bloqueia os troféus/conquistas.
O jogo oferece 3 níveis de dificuldade, sendo eles:
- História – Modo fácil e com inimigos menos agressivos (este modo bloqueia os troféus/conquistas);
- Normal – Dificuldade equilibrada para os jogadores que já tiveram experiência com jogos do gênero soulslike;
- Possuído – Nível extremo de dificuldade com inimigos agressivos e que causam mais dano.
Para os jogadores que possuem “olhos mais atentos”, é possível notar breves referências de vestimentas napoleônicas utilizadas pelo exército da Aliança e características de Deuses e inimigos voltados a mitologia egípcia. Todas essas características históricas criam um universo encantador com inúmeras possibilidades e teorias que acrescentam em sua narrativa.
Combate frenético e exploração
Sem sombra de dúvidas, o aspecto mais marcante de Flintlock: The Siege of Dawn é o sistema de combate que adota a mecânica de alta mobilidade. Um exemplo disso é a movimentação de Nor Vanek para realizar esquivas, dar parry nos inimigos e até mesmo utilizar Enki para amaldiçoar e paralisar. Outro ponto memorável é a variedade de armas disponibilizadas para o jogador, onde podemos realizar upgrades ao coletar recursos no mundo de Kian.
O jogo oferece ferramentas exclusivas para os jogadores, tornando o combate ainda mais acessível com a implementação de bombas de efeito, maldição do Enki, machados e até mesmo armas de pólvora para atordoar inimigos a curta e longa distância. Ao utilizar uma espingarda a longa distância, é possível realizar um headshot em câmera lenta que perfura o crânio do inimigo (câmera cinematográfica presente em Sniper Elite) e causa morte instantânea.
Flintlock também introduz um sistema de reputação, que possibilita ao jogador gerar um multiplicador de XP ao executar combos sucessivos durante o combate. Mas não seja ganancioso! Os jogadores podem escolher entre resgatar o XP acumulado pressionando o direcional para a esquerda ou manter o combo atacando adversários, mas esteja ciente: se sofrer um ataque, você perderá tanto o seu multiplicador quanto os pontos de experiência acumulados.
Como mencionado anteriormente na Preview, o jogo também disponibiliza uma árvore de habilidades, apresentando as seguintes opções para o jogador:
- Novos golpes básicos e avançados com o machado e o rifle;
- Habilidades especiais de Enki;
- Habilidades especiais para o parry e esquiva eficiente.
Partindo para a exploração do mundo de Kian, os jogadores poderão derrotar hordas e libertar povoados, desbloquear novas habilidades, coletar novas armas e armaduras, encontrar totens que aumentam os pontos de vida permanentemente, coletar penas para realizar upgrades em Eiki, concluir missões secundárias que complementam a história e jogar partidas de Sebo com os NPCs.
O jogo também conta com portais dimensionais (ou fendas) que facilitam a rápida locomoção entre diferentes áreas ou permitem que Nor acesse regiões que são impossíveis utilizando saltos comuns. Os pontos de fenda podem ser facilmente localizados no mapa ao encontrar um toten com um crânio humano. Vale ressaltar que o jogo não conta com um mundo aberto, disponibilizando apenas 3 áreas com uma infinidade de objetivos secundários para tornar a experiência ainda mais imersiva.
Aspectos técnicos
Flintlock: The Siege of Dawn exibe gráficos dignos de um jogo AAA, demonstrando todo o empenho de uma equipe de aproximadamente 40 funcionários. Em diversos momentos durante a minha gameplay acabei parando para contemplar a belíssima paisagem do game e as vegetações que sofriam alterações, como o balanço de uma árvore ou o movimento do mar. Outro ponto que chama a atenção é a quantidade de objetos espalhados pelo cenário e as construções de acampamentos e grandes cidades.
O jogo conseguiu manter uma taxa constante de 60 FPS tanto em áreas internas quanto externas, apresentando apenas leves travamentos durante algumas batalhas contra as hordas. É importante ressaltar que isso não comprometeu a experiência final, pois ocorreu apenas em momentos específicos.
Em relação à trilha sonora do game, podemos notar grandes transições durante o combate e na exploração. A experiência se torna ainda melhor com o uso de um headset ou soundbar, permitindo que os jogadores sintam os efeitos causados pela natureza com o sopro do vento ou movimento de inimigos.
Os problemas de Flintlock: The Siege of Dawn
Embora eu tenha me divertido muito com Flintlock, percebi sérios problemas que podem afetar a experiência final dos jogadores. Conforme mencionei anteriormente, o jogo não oferece grandes desafios, mesmo no Modo Normal, o que faz com que os adversários não representem uma ameaça real ao jogador. Isso fica ainda mais evidente no moveset dos Deuses, que se limitam a apenas 2 ou 3 ataques diferentes, tornando mais fácil para os jogadores esquivarem-se de seus golpes.
Outro ponto que me incomodou bastante é a baixa variedade de inimigos presentes nas 3 áreas do game. Conforme progredimos, novos inimigos surgem, porém, muitos acabam realizando ataques similares aos de inimigos que já enfrentamos anteriormente. Com o passar do tempo, alguns inimigos também se tornam cansativos de serem abatidos graças a durabilidade de seu escudo.
O minigame de Sebo também poderia ter sido melhor elaborado, criando novos desafios conforme derrotamos novos NPCs. A implementação de novas mecânicas tornaria ainda mais atrativo para manter o jogo mais desafiador.
Review de Flintlock: The Siege of Dawn – Vale a Pena?
Apesar de sofrer com problemas graves com a baixa variedade de inimigos e um moveset básico, Flintlock: The Siege of Dawn é um jogo “honesto” e cumpre muito bem o seu papel, estabelecendo um impacto positivo em meio a tantos jogos genéricos do gênero soulslike. Com uma história envolvente e personagens marcantes, o game se torna uma ótima experiência para os jogadores novatos e veteranos que gostam de bons desafios ou que buscam o equilíbrio entre narrativa e desafio.
Flintlock é uma carta de amor para os fãs do gênero e uma grande adição para novos jogadores do soulslike que pretendem se aventurar em um universo onde Deuses e humanos estão disputando por sua sobrevivência. Se você procura um jogo divertido e focado em sua narrativa, recomendo a compra de Flintlock: The Siege of New Dawn. Para os jogadores veteranos de soulslike, recomendo aguardar uma futura promoção para adquiri-lo.
É importante ressaltar que o jogo estará disponível gratuitamente para os assinantes do Xbox Game Pass no dia do lançamento oficial. E aí? Vai deixar de aproveitar esta experiência única e inovadora?
Flintlock: The Siege of Dawn é uma experiência agradável para novatos ou veteranos do gênero Soulslike. Apesar da baixa variedade de inimigos e problemas no moveset dos Deuses, o jogo oferece uma narrativa impecável e repleta de reviravoltas surpreendentes!
Pontos positivos
- Narrativa impactante
- Belíssimos gráficos
- Missões secundárias divertidas
- Exploração
Pontos Negativos
- Baixa variedade de inimigos
- Fator replay inexistente
- Moveset dos Deuses deixa a desejar
- História
- Jogabilidade
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho