Greak: Memories of Azur é o mais novo metroidvania do pedaço. Embora você já saiba o que esperar de um game do gênero, Greak usa o poder da irmandade como recurso chave para se diferenciar dos demais e entregar uma experiência mais… emocionante. Desenvolvido pelo estúdio mexicano Navegante Games, será que o projeto cumpre sua proposta com êxito? Isto é o que irei abordar neste review (que é pessoal).
Definindo Greak e seu plot
Antes de mais nada, o que é Greak? Bom, além de ser o nome do jogo, ele também é o nome do primeiro protagonista que encontramos em nossa aventura. O caçula de três irmãos. Como já entreguei o “ouro”, o papel inicial do garotinho é se reencontrar com os irmãos mais velhos e fugir do país.
Mas, qual o motivo da urgência em escapar? Os Urlag, uma espécie de lobos com chifres, invadiram as terras de Azur e devastaram quase todas as cidades. Os Courines, a raça dos irmãos protagonistas, não possuem quaisquer chances de defesa, fazendo com que os sobreviventes busquem formas de escapar.
A forma encontrada é através de uma aeronave. Contudo, a mesma se encontra danificada, cabendo aos irmãos encontrar os objetos necessários para colocar o veículo no ar. No geral, a duração do game é bem “on point”, isto é, ela não chega a cansar e nem acaba rápido demais.
Como estamos falando especificamente da história do jogo, preciso afirmar que fiquei um pouco decepcionado com este segmento. Apesar de ter um pouco de carga emocional, muito pelo excelente trabalho na trilha sonora, os acontecimentos ao longo da aventura não exprimem reações por parte do jogador. Tudo acontece de uma forma bem “morna” e esperada. Outro problema é a inserção tardia de Raydel, o irmão mais velho, na história. Você só encontra ele quase no final do jogo.
Greak, Raydel e Adara – Os Três Mosqueteiros
O principal mecanismo de diferenciação do jogo é a pluralidade de personagens jogáveis e, pasmem, o controle simultâneo dos mesmos. Sim, você precisa dar conta de todos ao mesmo tempo. Antes de jogar eu tinha minhas dúvidas em relação ao sistema, mas, o game possui recursos que facilitam demais o manuseio dos personagens.
Greak, o caçula, é bem pequeno, podendo entrar em buracos na parede e alcançar áreas impossíveis de serem alcançadas pelos outros irmãos. Adara, a Maga, consegue planar. Já Raydel, o mais velho, possui um escudo enorme capaz de bloquear lasers. O jogo coloca puzzles muito bem pensados que demandam o uso de cada irmão em situações específicas. Mas calma que os enigmas não são muito complexos e o mapa é relativamente curto.
Os únicos momentos onde senti que o sistema não funciona bem é durante a batalha contra chefes. É bem difícil, quase impossível, de dar conta dos três personagens enquanto você desvia dos golpes e causa dano no inimigo. O game over só aparece na tela se os três personagens morrerem, mas, acredite, alguns chefes são implacáveis e dão um pouco de trabalho.
Relíquias, Culinária e Atividades Secundárias
Greak possui alguns subsistemas que foram pensados para prolongar um pouco a duração do jogo, e, claro, auxiliar o jogador em sua jornada. O game possui um sistema de Relíquias que garantem bônus passivos. Eles aumentam seu HP, permitem que você nade na água sem respirar e por aí vai.
Outro recurso, esse mais vital, do jogo é a Culinária. Greak e seus irmãos podem se unir e criar receitas que recuperam a saúde, evitando o temido Game Over. Ao todo existem 11 tipos de receitas diferentes com diferentes efeitos e benefícios.
Por fim, mas não menos importante, o game possui algumas missões secundárias que ajudam a prolongar a experiência. Apesar de não serem obrigatórias, essas missões concedem ao jogador habilidades especiais e relíquias garantindo excelentes bônus passivos.
Primor Técnico
Por mais que seja um projeto independente, Greak possui um primor técnico que chega até a assustar. As animações são belíssimas, a trilha sonora orquestrada é uma das melhores que já ouvi num game e as cenas desenhadas à mão garantem um charme ainda maior ao jogo.
Tecnicamente falando, o jogo é perfeito e não tive nenhum problema com o mesmo seja em desempenho ou em qualquer outro campo. Vale mencionar que o review é baseado na versão de PlayStation 5.
Greak: Memories of Azur – Vale a Pena!
Cheio de identidade e competência, Greak não reinventa a roda, mas a apresenta de uma maneira belíssima e bastante funcional. Se você é um adepto do gênero metroidvania, diria que a compra do jogo é praticamente obrigatória!