Produzido pelo Grimbat Tales, Itorah se trata de um jogo de aventura e plataforma em 2D com elementos metroidvania lançado para PC em 2022 e mais recentemente, em abril de 2023 para PlayStation 4, Xbox One Nintendo Switch.
Review de Itorah – Simplicidade do início ao fim…
Você é uma garota que é despertada por uma voz misteriosa no meio de uma floresta e após ser capturada por aranhas gigantes, você acaba encontrando um cajado falante que se torna seu aliado. Ao conseguir escapar da floresta, você descobre junto a Ahui uma Criatura humanoide muito fofa, que você possivelmente é a ultima humana viva, porque essa espécie não é mais vista a séculos.
Além disso, você possui uma habilidade bem singular de poder absorver uma energia maligna chamada “Praga” que infesta outros seres vivos. Depois de fugir da floresta você se junta a Ahui na aldeia Nahi, e então vocês partem em busca de respostas mundo afora. A partir deste ponto não falarei mais abertamente do enredo para evitar spoilers, mas é possível dizer que Itorah começa de um modo bem simples, mas a medida que o jogador avança no jogo ele vai percebendo diversas nuances, mensagens e reflexões que o jogo propõe, como propósito de vida, a missão que cada vida possui, o que podemos fazer para ajudar uns aos outros e a manter o planeta vivo. Itorah pode até parecer simples, porém possui diversas camadas por entre sua mitologia.
Visuais estonteantes!
Logo de cara eu gostaria de comentar a respeito de um dos atributos mais pungentes de Itorah que é seu VISUAL! É simplesmente estonteante em alguns momentos!
Geralmente optando por cores vivas, cada bioma tem suas cores muito bem colocadas em paletas de cores que conversam muito bem e conseguem traduzir a proposta de cada cenário, mas acima disso, que coadunam com a proposta do jogo de ser algo mais naturalista e místico!
Logo, os cenários roubam a cena em diversas ocasiões, e por se tratar de um jogo 2D, existem telas que facilmente renderiam belos quadros. Em alguns momentos o jogo parece uma pintura em movimento, em outros momentos parece uma HQ que se mexe, possui uma variedade bem grande de ambientes, mas acima disso um estilo artístico muito admirável.
Junto a isso, o design de personagens também acerta em cheio, como Itorah é a única humana, todos os outros personagens são animais humanoides, geralmente aliados, ou animais fantásticos e bestiais, geralmente inimigos, todos são geralmente simples, mas um simples muito bem feito!
E ainda nesse aspecto vale destacar aqui que esse beleza visual se dá também pela inspiração cultural que Itorah carrega, pois seu enredo e seu universo é baseada na cultura e mitologia Maia.
Desde o design das estruturas do cenário, ao desenho dos NPCs, é visível que tudo carrega um pouco dessa cultura tão rica. Itorah consegue ser uma homenagem muito bem feita aos povos tradicionais sul-americanos. Uma homenagem muito bem feita e rica em sua simplicidade.
Fluidez nos comandos
É valido destacar que o gameplay consegue integrar muito bem elementos da história na jogabilidade: o cajado animado assume a maioria das mecânicas que vão sendo aprendidas ao longo do jogo. Ele é usado para se pendurar, conseguir pular de uma parece para outra, para realizar o pulo duplo e até mesmo para ser arremessado. Embora seja algo pequeno, conseguir essa integração por vezes é raro, porem aqui é acertado e muito bem feito.
Porque, me repetindo, o gameplay é simples, sendo um jogo 2D é possível andar, pular, esquivar para os lados e correr, e a medida que se avança no jogo, novos movimentos de ataque vão sendo aprendidos: como o ataque vertical para baixo enquanto se está no ar, além disso geralmente essas novas habilidades também permitem ao jogador conseguir explorar seções do mapa que eram inacessíveis anteriormente.
E apesar de claramente se inspirar em jogos do gênero metroidvania, aqui o backtracking é bem mais suave, pois o mapa apesar de ser bem interligado, possui seções muito bem delimitadas e não tão complexas como em jogos como metroid ou hollow knight, aqui é mais fácil se localizar, assim como tudo que envolve a jogabilidade de Itorah.
É suave, simples e bem feito.
Talvez aqui existam duas críticas que podem ser feitas: primeiro a variedade de inimigos, são poucos, ao chegar na metade do jogo ou ai início do ultimo terço o jogador já viu praticamente a maioria deles, então os padrões já estão gravados na mente e o combate se torna relativamente fácil. O mesmo se aplica aos Chefes do jogo, também são poucos, isso talvez pela duração do jogo, mas eu sinceramente gostaria de mais, pois como o combate é simples assim como os inimigos, os verdadeiro desafio são os chefes, e acaba que são poucos.
A segunda crítica fica pela variedade de ataques, como já dito, o jogo consegue integrar bastante o enredo à jogabilidade, contudo, a maior parte dos movimentos serve para uma locomoção melhor e exploração de cenário, os ataques que possuímos ao longo do jogo são poucos, e assim permanecem até o final, contudo é algo perdoável, não chega a incomodar de verdade, mas seria uma adição muito bem vinda.
Som operante e muito satisfatório!
Dos aspectos técnicos talvez a trilha sonora seja o que menos se destaca, mas não por ser ruim, na verdade é boa, acontece que o outros elementos se sobressaem tanto, que pelo pato da trilha não ser tão marcante assim, acaba perdendo espaço na percepção do jogador, contudo, como já dito, é boa, é operante e condizente dom proposta do jogo, além de combinar também com todo o design de som do jogo, que também cumpre muito bem seu papel, principalmente na hora do combate em que os acertos dos golpes ganham peso, graças aos sons da batalha.
Review de Itorah – Praticamente nenhum problema!
Ao longo de todo o jogo tive apenas dois bugs que são muito facilmente perdoáveis: um bug de áudio em que os ataques pararam de fazer barulho ao acertar, mas após salvar, fechar e abrir o jogo, o bug sumiu.
E a posteriori, já no terço final do jogo tive um bug de cenário, que sem querer transpassei uma área que só era possível acesso após o acionamento de uma alavanca, então fiquei preso. Mas novamente, após fechar e abrir o jogo novamente, o bug foi resolvido. Nada que me fizesse perder progresso, me frustrar ou que comprometesse a experiência. Na verdade o gameplay de Itorah é tão bom que isso fica totalmente em segundo plano.
O jogo roda facilmente, sem travamentos e com FPS estável durante toda a campanha. Lembrando que joguei a versão de Ps4 no Ps5.
POR FIM…
Por todo o exposto é válido dizer que itorah é uma grata surpresa e um dos melhores games que tive oportunidade de experimentar em 2023, e vale muito a pena ser jogado!
PS: Este review foi feito com um código para PS5 cedido pela assessoria do estúdio.
Itorah é uma grata surpresa em 2023, que desponta sem muito markting mas que se destaca pelo seu esmero em entregar um trabalho simples, porém imbuído de um visível empenho e amor pelo que foi feito e entrega uma experiência muito completa e satisfatória a todos aqueles que decidirem se aventurar nesse universo culturalmente muito rico, artisticamente belo e com uma história simples mas que carrega consigo uma mensagem muito bonita!
- História
- jogabilidade
- desempenho
- visual
- trilha sonora