Algumas decisões têm o poder de transformar nossa vida para sempre, seja ao criar um vínculo, encerrar um ciclo ou tomar uma atitude drástica que impactará nosso futuro. Esse ciclo sempre esteve presente em nossas vidas e é refletido em decisões, como as que encontramos na franquia Life is Strange.
Lançado originalmente em Janeiro de 2015, acompanhamos a história emocionante de Maxine Caulfield, uma jovem fotógrafa que viverá um dilema importante: salvar a humanidade ou uma pessoa que tanto ama. Essa decisão reflete no peso das escolhas e suas consequências.
Anos se passaram e a franquia veio ganhando ainda mais força, apresentando novas narrativas envolventes e personagens carismáticos que marcaram os jogadores graças ao seu temperamento e escolhas.
Desta vez, Life is Strange: Double Exposure retorna em 2024 com os acontecimentos pós Arcadia Bay, trazendo Max de volta com seus novos poderes sobrenaturais. Será que suas escolhas impactarão na vida da protagonista? É isso que você irá descobrir em nossa Review!
Obs: Esta Review foi produzida graças a um código de PS5 cedido gentilmente pela Square Enix Latam!
Pode ficar tranquilo(a), esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
Um novo ciclo
Life is Strange: Double Exposure é um jogo de aventura focado na narrativa, onde as escolhas dos jogadores moldam o desenrolar da trama. No jogo, controlamos Max, uma jovem fotógrafa e estudante da renomada Universidade de Caledon, conhecida por seu prestigiado curso de fotografia.
Ao chegar na Universidade de Caledon, dez anos após os eventos de Arcadia Bay, Max conhece Safi. Ela rapidamente se torna sua melhor amiga e uma das pessoas mais importantes de sua vida, sempre presente com sua amizade incondicional.
Em uma noite, as amigas se reúnem no telhado da Universidade para contemplar o céu estrelado. Safi recebe uma ligação misteriosa e começa a agir de forma estranha, decidindo assim voltar para casa.
Max percebe o comportamento suspeito e também decide ir embora. No caminho de volta ao campus, Max encontra Safi caída no chão, vítima de um disparo.
Sem saber o que fazer, a garota volta para casa e descobre seu poder de viajar entre dimensões. Com isso, Max é capaz de criar uma realidade onde Safi ainda está viva e outra onde Safi está morta. E é a partir desse ponto que nossa trama se desenvolve, iniciando uma investigação para descobrir quem é o verdadeiro autor do disparo!
Com seu novo poder, Max é capaz de viajar entre as dimensões, alterar os acontecimentos de um ciclo ou até mesmo transportar objetos de uma realidade para outra. Esta mecânica de gameplay é intuitiva e muito divertida, criando um fluxo temporal onde podemos criar laços e descobrir segredos impactantes de Max e seus amigos.
Se você jogou o título anterior da franquia, sabe que duas grandes escolhas impactam o final da trama. No entanto, isso não acontece em Double Exposure! Independentemente de sua escolha, o jogo segue com o final em que Arcadia Bay é salva por Max. Graças a essa decisão da Square Enix, os jogadores presenciarão pequenos comentários e memórias de Max, relembrando seu passado traumático.
Como nos títulos anteriores da série, a gameplay mantém seu padrão de explorar áreas, coletar fotos, ler arquivos para complementar a história e acessar as redes sociais. A novidade é que podemos alternar entre as realidades em pontos luminosos do mapa, permitindo uma perspectiva diferente entre o mundo onde Safi está viva e onde ela está morta.
As diferenças também são perceptíveis no cenário, com novos obstáculos, variações entre período diurno e noturno, e novos objetos em áreas distintas. Sendo assim, os jogadores podem explorar essas áreas em diferentes realidades!
Personagens carismáticos, mas…
Embora o jogo tenha personagens carismáticos e uma trama cheia de reviravoltas, notei que algumas decisões se tornaram irrelevantes ou sem impacto algum na narrativa. Um exemplo disso são os capítulos finais, que deixam a desejar durante as escolhas dos jogadores.
Outro ponto que me incomodou bastante são alguns desfechos que parecem “incompletos”, devido à falta de desenvolvimento de certos personagens. Embora o jogo mencione diversas vezes os eventos passados e a forte ligação de Max com Chloe, sua ex-namorada, ainda ficamos sem respostas sobre alguns acontecimentos, mesmo após 10 anos se passarem.
Mas nem tudo é terrível aqui… Como mencionado anteriormente, a interação com outros personagens é crucial para o desenvolvimento da narrativa. O smartphone de Max, onde podemos acessar mensagens e redes sociais, serve como um complemento para compreender tudo que está acontecendo na Universidade de Caledon e ao seu redor. Isso cria uma linha do tempo e desenvolve a trama na realidade em que Safi está viva e na realidade em que ela está morta.
Gráficos e Efeitos Visuais deslumbrantes!
Se tem algo que Life is Strange: Double Exposure não deixa nada a desejar são seus belíssimos gráficos e ambientação imersiva! O jogo apresenta um estilo artístico visual único, com cores vibrantes e arte realista, criando um vínculo com os jogadores entre o universo de LiS e a Universidade de Caledon.
Outro ponto que se destaca são os efeitos visuais, desde a transição de uma realidade para outra, como os objetos de cenário que estão em repleta transformação conforme progredimos. Ao visitar a mesma área em novos capítulos, podemos notar diferenças significativas no cenário.
O jogo também apresenta 2 modos gráficos, sendo eles:
- Desempenho – Modo em que prioriza a taxa de quadros (60 FPS), porém, oferece uma menor qualidade gráfica.
- Qualidade – Modo em que prioriza a resolução, limitando a taxa de quadros para 30 FPS durante toda a gameplay.
OBS: Apesar de ter testado ambos modos gráficos, optei por jogar todos os episódios utilizando o Modo Desempenho.
Trilha Sonora, Efeitos Sonoros e Desempenho
Assim como nos capítulos anteriores de Life is Strange, a Square Enix novamente acerta em cheio com uma trilha sonora envolvente e memorável!
As canções do jogo estão presentes em todos os capítulos, complementando momentos de contemplação da paisagem ou as memórias de Max com uma linda trilha sonora. Arrisco a dizer que as músicas são tão memoráveis que conseguimos relembrá-las a cada capítulo.
Outro fator importante para a imersão é a adição de efeitos sonoros, que podem ser sentidos com o uso de um headset ou através do controlecom efeitos da proximidade de Max a um portal dimensional. Estes efeitos foram muito bem implementados utilizando o DualSense, criando uma imersão ainda maior entre os jogadores.
Partindo para o lado técnico, não encontrei problemas de desempenho ou bugs que comprometessem minha experiência. Em determinado momento do Capítulo 3, alguns cenários não foram renderizados corretamente, mas isso ocorreu apenas uma vez e, após reiniciar o jogo, o problema foi resolvido.
Vale ressaltar que os testes foram realizados com um código para PlayStation 5, onde o jogo ofereceu uma experiência totalmente satisfatória!
Review de Life is Strange: Double Exposure – Vale a Pena?
Embora Life is Strange: Double Exposure seja um jogo envolvente e com momentos repletos de reviravoltas, o jogo sofre com seu desenvolvimento arrastado, gerando escolhas que sequer causam algum impacto na trama.
Apesar destes problemas de desenvolvimento, os personagens ajudam a contribuir para a progressão da campanha, criando um vínculo único entre o jogador/personagem. A nova habilidade também acaba tornando a experiência ainda mais imersiva, levando os jogadores a explorarem novas áreas em diferentes formatos.
Os colecionáveis também se tornaram mais presentes, deixando a experiência narrativa ainda mais imersiva mesmo com os erros das escolhas sem impacto. Para os fãs da franquia, recomendo aguardar para comprá-lo futuramente em uma promoção.
Caso você seja um novo jogador, recomendo jogar toda a franquia Life is Strange para aproveitar ainda mais o jogo, já que ele apresenta diversas referências ao universo do game.
Life is Strange: Double Exposure apresenta ideias interessantes, mas acaba pecando no desenvolvimento da narrativa com decisões que sequer impactam na trama. Apesar de seus erros narrativos, o jogo surpreende com seus personagens carismáticos!
Pontos Positivos
- Trilha Sonora memorável
- Personagens carismáticos
- Belíssimos gráficos e paisagens
Pontos Negativos
- Decisões que não impactam na trama
- Problemas de desenvolvimento na narrativa
- História
- Jogabilidade
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho