Este título estava marcado para sair em 7 de maio, mas acabou adiado e só chegou no dia 02 de setembro. Esse atraso levantou dúvidas sobre o estado do jogo, mas também aumentou a expectativa em torno do novo projeto da Reikon Games, mesma produtora do ótimo Ruiner. Agora, com o game completo em mãos, dá para afirmar nesta review de Metal Eden: o game é um FPS moderno que foca em ação veloz, arenas intensas e mecânicas de movimento que mantêm o jogador sempre em deslocamento.
A seguir, vamos analisar em detalhes os principais aspectos do jogo, passando por gráficos, desempenho, jogabilidade, dificuldade, armas, progressão e narrativa. E não se preocupe, esta review de Metal Eden é totalmente livre de SPOILERS.

Gráficos e desempenho
Visualmente, Metal Eden passa a sensação de estar dentro das cidades das máquinas da franquia Matrix. Os cenários industriais e cheios de estruturas metálicas criam um clima pesado e coerente com a proposta. Graficamente, não é um jogo espetacular, e a repetição de ambientes pode ser notada após algumas horas. Ainda assim, a experiência é boa, e em certos momentos até dá vontade de parar e observar o cenário com mais calma.

No desempenho, produzi esta review de Metal Eden com a versão de PS5 base e encontrei alguns problemas:
- quedas de taxa de quadros em momentos de muita ação, com inimigos, balas e explosões simultâneas;
- inimigos que às vezes ficavam parados sem reagir;
- atraso no disparo das armas, com o tiro saindo após apertar o gatilho;
- inimigos invisíveis atirando à distância.

Apesar dessas falhas, o jogo conseguiu manter a jogabilidade estável na maior parte do tempo. São problemas que chamam atenção, mas não chegam a comprometer a experiência geral e podem ser corrigidos em futuras atualizações.
Jogabilidade e dificuldade
Metal Eden tem um ritmo que lembra muito Ghostrunner, Doom Eternal e até a subestimada franquia Shadow Warrior. A diferença é que Aska não usa espadas, mas a sensação de estar sempre em movimento é a mesma.

A gunplay é o ponto alto do jogo. Ele é sufocante e eletrizante. O jogador praticamente não descansa, porque a ação é quase ininterrupta. A cada nova arena, as portas se fecham e ondas de inimigos surgem, exigindo reflexos rápidos e trocas constantes de armas. Funciona de forma parecida com Doom: só após eliminar todos os inimigos é possível avançar, e nesses espaços fechados estão espalhados os power-ups de vida, munição e escudo que mantêm o ritmo intenso do combate.

As partes de plataforma também têm presença forte. Correr pelas paredes, usar o gancho, engatar uma corrida aérea, emendar com uma tirolesa e voltar a atacar cria momentos empolgantes e dinâmicos. Até a metade do jogo, essas sequências funcionam bem e trazem variedade. No entanto, o excesso começa a cansar, já que o jogo insiste nessas mecânicas em trechos repetitivos, o que pode quebrar um pouco o impacto inicial.

O jogo oferece quatro modos de dificuldade: Fácil, Normal, Difícil e Brutal. Fechei a campanha no Normal e senti que o desafio foi equilibrado, sem picos injustos, mas exigindo atenção em combates mais avançados. Para quem busca algo realmente punitivo, o modo Brutal certamente vai testar os limites. Vale destacar que o jogo não possui New Game +, então a experiência termina ao zerar, sem incentivo imediato para uma nova jornada além de rejogar em uma dificuldade maior.

Armas, exploração e progressão
O arsenal é um dos pontos fortes do jogo. O rifle de assalto dispara rápido, mas superaquece caso seja usado de forma contínua. A pistola, simples no início, pode receber upgrades que a transformam em uma ferramenta mais estratégica, como a opção de disparar foguetes secundários. Já a espingarda é a arma de maior impacto em curta distância, útil para eliminar grupos próximos de inimigos.

Cada arma tem papel definido dentro do combate e pode ser aprimorada com recursos coletados nos estágios. Essa progressão permite ao jogador adaptar o armamento ao próprio estilo. Há um incentivo natural para testar diferentes combinações, já que os inimigos variam entre unidades mais frágeis e outros com escudos ou mobilidade aérea.
Arrancar núcleos é essencial
O sistema de núcleos é uma das mecânicas mais interessantes. Você pode arrancar núcleos dos inimigos e:
- Absorver para recuperar vida e liberar um super soco que destrói escudos de inimigos mais fortes;
- Arremessar como granada para causar dano em área ou quebrar armaduras;
Dica estratégica: acredite, você encontrará muitos inimigos blindados. Após aprender a quebrar a primeira armadura, a maioria dos inimigos seguintes seguirá o mesmo padrão, tornando o combate um pouco repetitivo. Ainda assim, a variedade de armas e a mobilidade mantêm a ação interessante.
Além das armas, a própria protagonista pode ser aprimorada. O jogador escolhe áreas específicas para investir pontos, como aumentar a distância da habilidade de puxar núcleos ou melhorar a mobilidade. Esse sistema oferece opções sem sobrecarregar com menus ou números excessivos, mantendo a progressão acessível e prática.

A exploração se concentra na coleta de upgrades e power-ups. É possível melhorar: alcance do gancho, eficiência do núcleo e cadência ou potência das armas. Esses aprimoramentos permitem adaptar Aska ao seu estilo de jogo, mesmo que a progressão seja linear.
As batalhas de chefes cumprem seu papel, mas não são memoráveis. Elas exigem atenção e uso das mecânicas do núcleo, funcionando mais como pausas entre as arenas regulares de combate.
Estrutura e narrativa
Metal Eden adota uma estrutura de arenas interligadas. O jogador avança por pequenos trechos de travessia, normalmente com o auxílio do jetpack ou do gancho, e em seguida enfrenta ondas de inimigos em espaços fechados. Essa organização mantém a cadência clara: ação concentrada, seguida de um breve intervalo, antes de mais combates.

Narrativa esquecível: você, certamente não se lembrará de Aska
A história de Metal Eden é esquecível e cumpre mais o papel de pano de fundo do que de motivadora da ação. Ela é contada principalmente mediante diálogos entre Aska e outros personagens, que geralmente acontecem em momentos entre um conflito e outro, quase sempre enquanto você está em uma tirolesa, explorando ou em algumas cutscenes. Essas cutscenes, aliás, são no mínimo esquisitas e pouco envolventes.

O enredo não prende em nenhum momento. Existe um certo desenvolvimento no final, mas esse desfecho não consegue justificar o que aconteceu durante o meio do jogo, que se torna monótono e acaba ficando em segundo ou até terceiro plano. Tudo bem que jogos desse estilo priorizam a gameplay frenética e intensa, mas uma história bem construída poderia transformar personagens comuns em figuras memoráveis, como aconteceu com o Doom Slayer, e esse é um ponto onde Metal Eden deveria ser melhor.
Trilha sonora e efeitos sonoros
Metal Eden aposta em uma trilha sonora eletrônica e pulsante, que combina com o ritmo frenético do jogo. A música ajuda a manter a tensão durante os combates, mas não é memorável fora das arenas de ação.
Os efeitos sonoros cumprem bem o papel: disparos, explosões e impactos de núcleo têm peso e impacto satisfatórios, contribuindo para a sensação de intensidade. Alguns sons de inimigos e alertas podem parecer repetitivos, mas, no geral, ajudam a identificar ameaças e a manter o jogador imerso na ação.
Duração do jogo
Metal Eden é bem curto. Fechei 100% dele em cerca de 4 horas, levando em conta que morri algumas vezes durante a campanha. Isso significa que, se você tiver mais facilidade do que eu, terminará o jogo em aproximadamente 3 horas, um tempo muito curto na minha opinião. O título possui poucas missões até o final, não há missões secundárias e os caminhos ocultos são praticamente inexistentes, o que limita a exploração e o fator replay.
Para quem vai platinar
O jogo oferece troféus que podem representar um desafio para quem busca a platina, especialmente pela ausência de New Game +. Alguns dos principais troféus são:
- METAL EDEN – Brutal: fechar o jogo na dificuldade Brutal, algo que pode ser complicado do meio para o final e exige domínio das armas e das mecânicas de combate.
- Intocável: passar por 10 confrontos sem receber nenhum dano. Mesmo no modo Fácil, essa tarefa exige várias tentativas e atenção máxima durante os combates.
- Modo Deus: concluir uma missão sem morrer, outro troféu desafiador que exige planejamento e precisão durante a jogabilidade.
Considerações finais desta review de Metal Eden
Metal Eden não se apresenta como um grande marco dos FPS, mas cumpre bem a proposta de oferecer ação veloz e consistente. O foco no movimento, o arsenal equilibrado e a mecânica dos núcleos criam um ciclo de combate envolvente. Embora os visuais dos inimigos e a narrativa não impressionem, o que importa aqui é a intensidade do jogo em cada arena.
O adiamento pode ter causado frustração, mas o resultado final mostra que a espera valeu. Metal Eden é uma opção sólida para quem procura um FPS moderno que privilegia ritmo, variedade de combate e progressão clara. Mas, não se engane, ele não ficará em sua memória por muito tempo e não te deixará ansioso por uma sequência, embora, caso ela exista um dia, eu a jogarei com o maior prazer.
O que achou desta review de Metal Eden? Comente e fique de olho em nossas outras análises:
Metal Eden: ação frenética em um mundo de máquinas
Metal Eden oferece ação intensa e gunplay eletrizante, com movimentação ágil e mecânicas de núcleo estratégicas. Apesar da campanha curta, inimigos repetitivos e narrativa esquecível, o jogo cumpre bem o papel de entregar combates frenéticos e desafiadores
Os motivos para não largar o controle
- Gunplay intenso: combate sufocante e eletrizante que mantém o jogador vidrado
- Movimentação fluida: correr pelas paredes, usar gancho e tirolesa é divertido e estratégico
- istema de núcleos: absorver ou arremessar núcleos adiciona profundidade e opções táticas
- Armas variadas: tipos de armas com tiros primários e secundários, cada uma útil em diferentes situações
- Visual coerente: cenários industriais inspiram a atmosfera do jogo, mesmo com repetição
- Upgrades estratégicos: melhorias em armas e habilidades permitem adaptar Aska ao estilo do jogador
Era melhor ter ido ver o filme do Pelé
- História esquecível: narrativa pouco envolvente, com diálogos e cutscenes esquisitas
- Inimigos repetitivos: padrões de blindagem se repetem, limitando criatividade nos combates
- Batalhas de chefes pouco memoráveis: cumprem o papel, mas não se destacam
- Duração curta: campanha completa em 3-4 horas, com pouca exploração e caminhos ocultos limitados
- Desempenho inconsistente: quedas de frames em momentos de ação intensa e alguns bugs menores
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Trilha Sonora e Efeitos Sonoros