Como uma forma de manter o legado de The Legend of Zelda vivo por muitos anos, Oceanhorn 2: Knights of the Lost Realm bebe de sua fórmula e não tem vergonha de esconder isso! Lançado exclusivamente para Apple Arcade em Setembro de 2019, a desenvolvedora Cornfox & Bros anunciou anos depois um port para o PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC.
A sequência aclamada pelo público se popularizou após a ousadia do estúdio em recriar um mundo amplo e explorável em 3D com uma variedade considerável de missões secundárias. Será que este mundo realmente evoluiu ou apenas sua perspectiva sofreu alterações? É isso que você irá descobrir agora na análise de Oceanhorn 2!
Esta Review foi produzida graças a um código de PS5 cedido pela Cornfox & Bros!
Pode ficar tranquilo(a), esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
A jornada do “Herói”
Situado mil anos antes dos eventos principais de Oceanhorn, nossa história se passa no mundo explorável de Gaia após uma tempestade incontrolável. No dia do dilúvio, o Mestre Mayfair recebe a missão de proteger um bebê que foi entregue pelo temível mago Mesmeroth. Com o passar do tempo, o protagonista intitulado de “Herói” conclui o seu treinamento para se tornar um Cavaleiro mas acaba avistando uma nave que cai na floresta. Não conformado com a situação, o Herói e o robô Gen se aproximam do local do incidente e avistam Trin, uma jovem que estava fugindo de uma perseguição após descobrir os planos maléficos de Mesmeroth. Mais tarde, nossos heróis descobrem que o plano poderá afetar a cidade e a única forma de controlar esta situação seria recuperando os Emblemas de Criação para destruir as ameaças de uma vez por todas.
Não pense que esta será uma tarefa fácil! Durante nossa jogatina cruzaremos com chefes gigantes, inimigos inimagináveis e até mesmo puzzles muito inteligentes que irão testar as suas habilidades lógicas.
Por se tratar de um jogo inspirado no universo e jogabilidade de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Oceanhorn 2 apresenta mapas semi-abertos com uma exploração limitada mas repleta de baús e puzzles. Embora pareça promissor, a exploração não é tão recompensadora e poderá se tornar cansativa após algumas horas de gameplay. Nos baús podemos encontrar itens que auxiliam na experiência aumentando o dano de sua espada ou defesa, totens para venda e munições para a arma do Herói.
Com a ajuda do navio e da nave, podemos atravessar áreas isoladas para concluir missões secundárias ou até mesmo coletar baús e moedas escondidas. Infelizmente estas áreas não apresentam desafios, desmotivando completamente os jogadores de explorarem ou concluirem as missões secundárias. Vale ressaltar que os jogadores poderão realizar as missões secundárias a qualquer momento da história, sem afetar na narrativa ou prejudicar a gameplay. Em suma, a exploração não é atrativa e as recompensas são irrelevantes para aqueles que pretendem se aventurar no universo de Arcadia.
O combate não impressiona mas os puzzles…
O combate de Oceanhorn 2 não surpreende e acaba desmotivando com uma IA (Inteligência Artificial) completamente “artificial”. Isso se deve ao fato dos companheiros de equipe não ajudarem durante as lutas, tornando sua presença irrelevante neste aspecto. Em diversos momentos é possível observar que a equipe fica parada aguardando o seu ataque com a espada, escudo e até mesmo com a arma. As batalhas apresentam uma movimentação lenta, seja ela para atacar, esquivar ou proteger com o escudo, levando os jogadores a se acostumarem com uma pequena falha técnica. Esta falha é nítida já que o nosso personagem possui um “delay” para puxar o escudo e desferir dos golpes.
Esteja ciente que a barra de stamina gasta muito rápido e isso poderá atrapalhar durante o combate caso não seja utilizada com sabedoria. Pode não parecer um problema inicialmente mas isso se agrava com o passar do tempo devido a sua movimentação limitada durante o combate e administração constante de stamina. Mas calma… nem tudo está perdido em Oceanhorn 2! Confesso que me diverti muito nos combates contra os chefes, mesmo com algumas limitações na movimentação do Herói. A maioria dos chefes consistem em expor o ponto fraco para tomar vantagem atacando estas áreas até drenar o seu HP.
Surpreendente ou não, nossos inimigos são memoráveis e acabam marcando a experiência com pontos positivos!
Agora que falamos um pouco sobre o sistema de combate, não poderíamos deixar de mencionar sobre os puzzles! Construído de forma inteligente, os puzzles complementam na progressão da narrativa e intensificam o trabalho em equipe com os nossos companheiros (que agora são úteis). Podemos fornecer comandos para os companheiros ativarem alavancas, pisar em botões e avançar para outras áreas com estas funções. Os disparos da pistola também são benéficos para acertar alvos distantes, revelando segredos no mapa que só podem ser acessados com atenção e olhar fixo.
Visualmente deslumbrante!
Com elementos desenhados a mão, Oceanhorn 2 é um exemplo que deve ser seguido pela indústria com cores vibrantes e belíssimas paisagens ricas em detalhes. Apesar da singularidade e falta de conteúdo no mapa semi-aberto, o jogo apresenta detalhes visuais que superam as expectativas e disparam na frente de seus concorrente, superando até mesmo Breath of the Wild e Tears of the Kingdom. Se você é fã do gênero RPG e aventura, esta será uma grande adição na biblioteca, lembrando detalhes como os que estão presentes em Dragon Quest. Em diversos momentos parei para contemplar a belíssima paisagem de Arcadia, desviando dos meus objetivos principais da campanha. Um ponto mais do que positivo em seu desenvolvimento!
Durante a minha experiência jogando no PlayStation 5, não sofri com quedas de frame, bugs que afetassem a experiência ou travamentos.
Vale a pena jogar Oceanhorn 2: Knights of the Lost Realm mas ESPERE!
Oceanhorn 2 possui aspectos técnicos que podem decepcionar como graves falhas de Inteligência Artificial, prejudicando no combate do game e desmotivando aqueles que procuram batalhas épicas. Sua narrativa superficial é apenas um contexto para avançar para novas áreas, entretanto, a implementação de um sistema de puzzles foi um dos maiores acertos da desenvolvedora. Como de costume, o jogo oferece puzzles relevantes e que instigam o jogador a resolverem de forma criativa e em grupo. Se você gosta de jogos de aventura, Oceanhorn poderá ser uma grande opção para sair da rotina! Minha indicação é aguardar uma futura promoção já que nas lojas digitais o valor não é muito convidativo (conversão em Real Brasileiro) ou fazer o download através do Apple Arcade caso você seja um assinante da plataforma e possua um iPhone/iPad compatível.
Com graves problemas em seu combate e uma narrativa pouco cativante, Oceanhorn 2: Knights of the Lost Realm compensa estas falhas com puzzles inteligentes, trilha sonora memorável e visuais estonteantes em um RPG de aventura frenético!
- História
- Jogabilidade
- Gráficos e Visuais
- Trilha Sonora