Esperei 6 anos para jogar Octopath Traveler em meu console. Felizmente, graças ao port recente da Square Enix, a espera teve um fim e eu pude jogar um dos JRPGs mais aclamados da modernidade.
Já disponível em outras plataformas, a qualidade desse primeiro jogo pode ser atestada pela existência de uma sequência que aprimorou todos os aspectos que já eram bons.
Mas sem muita enrolação, se aconchegue e vem ler o meu review de Octopath Traveler!
Destinos que se entrelaçam
Um dos charmes da franquia é a existência de múltiplos personagens jogáveis, cada um com sua própria história que acaba se entrelaçando entre os demais. Nós podemos começar a jogatina com qualquer personagem, não existe nenhuma restrição e nenhum detalhe é perdido independente da escolha que fazemos.
Curiosamente, a narrativa me fez pensar bastante nas Crônicas do Gelo e Fogo, vulgo, Game of Thrones. É uma das poucas obras que me vêm à cabeça que consegue entrelaçar tantas histórias e “pessoas” com maestria.
Essa “salada de frutas” não só enriquece ao máximo a trama mas como ajuda a afastar qualquer sensação de repetitividade. A cada minuto estamos descobrindo coisas novas sobre o mundo do jogo ou sobre os personagens que compõem nossa party.
A qualidade dos diálogos impressiona, assim como a pluralidade de sentimentos. Gratidão, ódio, alegria, tristeza. A bela jornada de Octopath Traveler apresenta novidades a cada esquina e em nenhum momento o ritmo fica cansativo.
O grande ponto negativo para os jogadores brasileiros é a falta de uma legenda em PT-BR. Como o jogo conta com uma presença massiva de textos, esse problema é difícil de ser ignorado e acaba incomodando até para os experts em inglês. Baita bola fora da Square Enix!
Mais do que um job, um estilo de vida!
Mesmo servindo como uma homenagem aos JRPGs clássicos, o primeiro Octopath Traveler conta com mecânicas que deveriam ser copiadas pelos jogos atuais. Seguindo um sistema de jobs similar à Final Fantasy, as classes aqui possuem aplicações dentro e fora de batalha.
Por exemplo, Therion, o ladrão, é capaz de roubar NPCs e obter itens valiosos. Durante o combate, ele consegue roubar HP e SP dos inimigos. Cada um dos 8 personagens jogáveis apresentam classes e habilidades próprias que abrilhantam a jogatina.
Após algumas horas de progressão, podemos aprender um segundo job com cada um, tornando possível o flerte com a construção de builds e trazendo um nível maior de personalização para a party.
No geral, a progressão deixa um pouco a desejar justamente por ser pautada nos JRPGs clássicos e o ritmo de evolução também é razoavelmente lento. É claro que isso é uma característica dos JRPGs mas é algo que incomoda um pouco.
No que diz respeito a dificuldade, são raras as ocasiões que qualquer jogador vai ter algum tipo de trabalho em Octopath Traveler. Até os chefes não representam tanto perigo, destacando que o foco da equipe foi justamente a narrativa.
Exploração
Os cenários de Octopath Traveler seguem à risca elementos medievais. Temos campos, florestas, castelos e calabouços. Os locais ficam com um ar mais charmoso graças ao estilo visual do jogo, chamado hoje pela Square Enix de HD-2D.
Uma coisa que me incomodou bastante durante meu tempo com o jogo foi a interrupção frequente com os encontros aleatórios. Esse é um dos poucos elementos dos JRPGs clássicos que eu não sinto a menor falta. O jogo permite diminuir a frequência deles com habilidades mas mesmo assim fiquei incomodado.
Uma pitada de modernidade
Octopath Traveler não é totalmente enraizado nos anos 90. Seu combate tem leves toques de modernidade, fortemente inspirado em Bravely Default. Os inimigos tem espécies de travas de vulnerabilidade e, quando quebradas, eles perdem o turno, ficando vulneráveis para ataques e combos.
Ao atacar, recebemos BPs que podem ser acumulados até 5 unidades. Esses BPs são usados para acionar combos ou fortalecer magias, trazendo uma boa variedade para as lutas.
O sistema afasta um pouco o aspecto monótono que jogos de turno geralmente carregam, mantendo o jogador atento nos embates contra chefes!
Review de Octopath Traveler: Um prato cheio pros fãs de JRPG
Eu cresci jogando franquias clássicas como Wild Arms, Breath of Fire, Final Fantasy, Grandia.. Graças à Octopath Traveler, tive um gostinho do passado. O jogo desenvolvido pela Acquire representa facilmente a Square Enix com toda a sua força e por isso, tem minha recomendação total. O maior ponto negativo acaba sendo a falta de localização dos textos para o nosso idioma.
- Narrativa
- Jogabilidade
- Visuais
- Som
- Desempenho