Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven é o mais novo jogo da Square Enix com a Xeen, remake do amado jogo que completou 30 anos em 2023. O game é considerado por muitos como o melhor da franquia, mas, será que o jogo consegue agradar os fãs antigos e trazer novos interessados para si? Venha descobrir em nosso review de Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven
JRPG sem igual
A Square Enix é conhecida por seus JRPGs gigantescos como Final Fantasy, Dragon Quest e até jogos menores, mas com bases grandes como a franquia Mana. Saga é uma franquia que não teve jogos bem recebidos ou uma atenção especial nos últimos tempos.
Durante minha jogatina encontrei várias coisas que me surpreenderam mais do que qualquer outra coisa, com mecânicas e escolhas que realmente o diferenciam da grande maioria dos jogos do gênero.
Tal pai, tal filho
Nossa história começa nas mãos de Leon, poderoso guerreiro e monarca do reino de Avalon, na companhia de seu filho mais novo Gerard, na procura do porquê os sete lendários guerreiros que salvaram o mundo milênios atrás, retornaram como monstros com o objetivo de destruição e dominação total.
Após acontecimentos trágicos, Leon se torna capaz de utilizar uma magia poderosa de herança, descobrindo ser a única forma de combater essa ameaça que irá se prolongar por centenas de anos, despejando toda sua experiência de combate e vivência em Gerard, o primeiro herdeiro de muitos que virão pela frente para salvar os reinos vizinhos e por fim o mundo inteiro.
Essa é uma mecânica que se interliga muito bem com a narrativa e sistema de escolhas do jogo. Podemos, por exemplo, ajudar um covil de ladrões a exterminar um monstro em troca de auxílio na infiltração de uma fortaleza.
Contudo, a infiltração não é tão simples assim. Precisamos escolher entre pular 100 anos e arriscar que outros locais como vilarejos sejam invadidos nesse meio tempo, ou podemos ir diretamente para a fortaleza, enfrentando inimigos de nível alto capazes de derrotarem seus personagens com um mísero golpe se não bolarmos uma estratégia ótima.
Como cada personagem tem um limite de quantas vezes pode ser nocauteado (LP), bater de frente sem pensar muito pode acabar atrasando ainda mais sua jornada.
O jogo apresenta uma narrativa bem aberta, podendo escolher a ordem dos objetivos a serem finalizados e com opções de diálogos que realmente impactam na narrativa geral, podendo bloquear o acesso a certas classes e até a partes do reino em si. Apesar de adorar jogos com uma liberdade superior, a falta de explicação de várias mecânicas e alguns objetivos difíceis de entender podem amargar a experiência.
Gameplay geracional
Esse sistema de herança e morte permanente ecoa durante toda nossa jogatina. A cada quantidade de objetivos, sejam eles principais ou secundários, um século se passa e todos nossos personagens, incluindo nosso Rei, desaparecem.
Escolhemos um novo monarca, seja de qual gênero ou classe liberada possível, para continuar a nossa história, recrutando novos aliados e desenvolvendo nosso reino com novas construções e áreas de pesquisa, como a guilda dos magos e oficina de armas.
Classes novas também são adquiridas fazendo as escolhas certas durante a campanha, sendo possível não recrutar certas classes durante todo o game se não for cuidadoso.
Mas não se preocupe, não começamos do 0 a cada geração, existe um nível do “reino”, que aumenta gradativamente durante o jogo, tornando cada geração mais forte que a passada. Não existir um sistema clássico de experiência também ajuda nisso, nossos personagens não têm um nível que demonstra sua forca total, mas sim cada estilo de arma, magia e seu HP e MP tem seus níveis específicos.
Se seu rei usa bastante magia de fogo e espada de duas mãos, essas técnicas tem suas efetividades elevadas, liberando também novas habilidades, como um tornado de fogo que atinge todos os inimigos ou um golpe devastador com espada grande.
O jogo apresenta um combate de turno que a primeira vista é bem simples, mas o sistema de formação com as mecânicas já citadas de liberação de habilidades e herança juntos resultam num loop de gameplay que raramente se torna cansativo.
Além de cada geração ser intrinsecamente mais forte que a anterior, as novas habilidades que liberamos são facilmente adquiridas por novos recrutas no treinador do castelo, então mesmo que troquemos de personagens dezenas de vezes durante o jogo, a sensação de controlar um personagem mais fraco nunca se faz presente.
Um problema que se torna cada vez mais chato é que todas as vezes que pulamos a geração, temos que recrutar e equipar todo um novo time de recrutas, além também de customizar as habilidades de cada um. Um sistema de “loadout” seria muito bem vindo, ou, algum mecanismo para otimizar o equipamento, que com apenas um clique faria a maior parte dessa tarefa repetitiva.
Exemplo de arte
A arte do jogo é bem bonita, principalmente se comparada ao jogo original, com praticamente todas as classes e estilos de combate exalando um trabalho bem feito, apresentando também uma gama muito variada de cidades, masmorras, castelos, florestas, planícies, etc. deixando a exploração e combate bem dinâmico e divertido.
Os efeitos sonoros também são bons, principalmente dos ataques mais poderosos que liberamos com o passar do tempo, e apesar da trilha sonora também ser boa, a variedade pequena de sons apresentou uma repetição notável já pela metade do jogo.
Infelizmente a parte técnica em si do jogo me decepcionou bastante, e boa parte disso é por conta do péssimo port de Nintendo Switch. Ele acaba estando em um nível abaixo do que eu esperava: temos bugs de textura demorando ou sequer carregando, loads constantes e demorados, pontos de save distantes um do outro etc… Testei a demo grátis do jogo no Steam Deck e é muito notável que a performance superior ajuda a estancar boa parte dos problemas técnicos que sofri.
Review de Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven – Vale a pena?
Romancing saga 2: Revenge of the Seven é realmente único, bem diferente dos jogos “tradicionais” do gênero, principalmente levando em conta que é um remake bem fiel de um jogo lançado a mais de 30 anos.
Toda sua dificuldade, sistema de morte permanente, escolhas que impactam de forma genuína o jogo (e que até incentivam a jogar o jogo mais de uma vez), gama gigante de classes e habilidades trazem um ar fresco para esse estilo de jogo que muitas vezes e rígido e previsível ate demais.
Apesar de ter certeza que teria uma experiência significativamente superior jogando em outra plataforma e sentindo saudades de mudanças mais notáveis que dariam uma roupagem mais moderna ao game, a Square encontrou hoje mais um fã para a sua franquia SAGA.
Apesar da idade, Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven continua apresentando ideias inovadoras para o gênero JRPG, destacando que a franquia merece seu lugar ao sol.
Pontos Positivos
- Sistema de geração e herança muito interessantes
- História com escolhas que realmente importam
- Jogabilidade com muita variedade
Pontos Negativos
- DNA do jogo transparece sua idade
- História fica meio largada pelo excesso de escolhas
- Trilha sonora repetitiva
- Excesso de loadings no Switch
- Narrativa e Lore
- Jogabilidade
- Conteúdo Secundário
- Desempenho
- Visuais
- Som