Já faz um tempo que o gênero sci-fi horror não vem sendo explorado pela indústria de games, deixando de lado um gênero que poderia se tornar um sucesso com grandes lançamentos como a franquia Alien. Felizmente, Routine está aqui para provar que o gênero está mais vivo do que nunca!
Inspirado na visão futurista dos anos 1980, o game chega aos consoles e PCs com a premissa de explorar uma base lunar controlada por máquinas. Cada canto do game abre novas possibilidades de exploração, fazendo com que os jogadores passem horas buscando formas de sobreviver.
Mas será que Routine é realmente inovador ou apenas “bebe” da fonte de clássicos que deram certo? É um jogo que inova ou apenas utiliza aquilo que já deu certo em outros títulos? É isso que você irá descobrir em nossa Review!
Esta review foi produzida graças a um código de PC cedido gentilmente pela Raw Fury.
Pode ficar tranquilo(a): esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
O renascimento do Sci-Fi Horror?
Como já mencionado, os estúdios têm deixado o sci-fi horror cada vez mais de lado, algo curioso, considerando a enorme base de fãs que o gênero carrega ao redor do mundo. Clássicos atemporais como Alien, Predador e The Thing (1982) servem de fortes inspirações para Routine, mas a proposta de explorar um universo dominado por máquinas pode ser considerada nova e inovadora.
É exatamente aí que Routine cumpre seu papel, fugindo completamente de criaturas grotescas ou que cospem salivas ácidas. Desta vez, robôs predominam e são seus principais inimigos, criando um ambiente ainda mais assustador do que apenas monstros.
Com o avanço da tecnologia, torna-se impossível ignorar a possibilidade de que as máquinas poderão se tornar verdadeiras ameaças para a humanidade. É aqui que Routine brilha com maestria!

Ambientado nos anos 80 com uma estética futurista, Routine coloca o jogador na pele de um astronauta enviado para investigar uma misteriosa base lunar. Após a Terra deixar de receber qualquer tipo de transmissão do local com falhas de comunicação, sua missão é descobrir o que realmente aconteceu, localizar possíveis sobreviventes e restabelecer os sistemas que comprometeram a comunicação.
Apesar dessa premissa inicial, o jogo não revela de imediato o que realmente está acontecendo na base, deixando espaço para interpretações e aumentando a imersão do jogador. Desde os primeiros minutos de gameplay, não sabemos quem somos, o que aconteceu ou com que tipo de ameaça estamos lidando. Essa “sensação” constante de vazio é o que torna Routine ainda mais perturbador.
A única coisa que temos certeza é que algo está errado e alguma coisa horrível está prestes a acontecer. Com a ajuda da ferramenta C.A.T, uma espécie de pistola com um sistema capaz de conectar em máquinas inativas (uma espécie de hacker), podemos desativar as ameaças, abrir portas e até mesmo procurar itens em pequenas áreas.

Além disso, os jogadores também deverão dar comandos a arma, ao pressionar o botão triângulo (DualSense), podemos hackear sistemas para abrir portas, encontrar senhas em terminais ou simplesmente se preparar para um combate. Esteja ciente que o seu uso é limitado, e apenas coletando uma nova bateria podemos atacar ou manipular o sistema.
Após falar do C.A.T., fica evidente que esse sistema é único e nunca foi explorado no gênero sci-fi horror. Mesmo se compararmos com títulos como Alien: Isolation, que também aposta em uma abordagem stealth (assim como Routine), percebemos diferenças significativas.
Em Alien, existe uma variedade maior de ferramentas e armas que atordoam Xenomorfo. Em Routine, o jogo segue outro caminho, tornando o jogador um “alvo fácil” para as criaturas, mas que reforça a sobrevivência, deixando o jogador sempre vulnerável.
Apesar do foco não ser o combate em Routine, mas sim a exploração e os puzzles, fica evidente que o jogo trabalha esse sistema da melhor forma possível. Por conta do Level Design, ambientação e estética retro-futurista, o jogo se torna um verdadeiro prato cheio para os fãs do gênero.
Falando mais uma vez sobre o sistema de combate, é importante destacar que players que pretendem enfrentar os inimigos de forma direta provavelmente ficarão frustrados. As limitações desse recurso são enormes… os robôs são capazes de atacá-lo e eliminá-lo em apenas dois golpes, o que torna o confronto uma opção extremamente arriscada. Por isso, permanecer escondido acaba sendo a estratégia mais eficiente para garantir a sobrevivência.

Além disso, outro fator que pode irritar alguns jogadores é a forma como os puzzles são integrados à exploração. Enquanto você tenta solucionar um puzzle, uma máquina pode surgir e atacá-lo, resultando em uma morte desnecessária. Isso pode gerar muita frustração, especialmente para quem prefere uma experiência equilibrada entre stealth e resolução.
Com aproximadamente 5 horas de duração, podendo elevar o tempo por conta de puzzles e itens necessários para a exploração, o jogo utiliza mecânicas inteligentes para progressão. É um jogo que não segura a sua mão, mas que está o tempo todo ao seu lado, pronto para dar revelações bombásticas.
Aspectos técnicos
Após falar sobre a gameplay e a narrativa, é impossível não mencionar os aspectos técnicos, com trilha sonora, efeitos sonoros, gráficos e desempenho com uma certa emoção. Por se tratar de um projeto com mais de 10 anos de desenvolvimento, Routine consegue acertar em todos os aspectos, criando uma experiência única e assustadora.
Sem jumpscares ou sustos completamente desnecessários, o jogo te deixa tenso do começo ao fim graças ao Level Design, que se conecta o tempo todo, robôs assustadores que estão “zanzando” pelos corredores e até mesmo com a trilha sonora que se torna ainda mais imersiva ao utilizar um headset ou soundbar.
Partindo para os gráficos, a implementação do filtro deixa tudo ainda mais sombrio e retro-futurista, o que pode ser uma grande aposta para os nostálgicos apaixonados por clássicos dos anos 80/90. E por falar nos gráficos, um fato curioso é que o estúdio veio trabalhando ao longo dos anos com a Unreal Engine 3 e finalizou o projeto com a Unreal Engine 5.

Atualmente, são poucos estúdios/empresas que são capazes de trabalhar com a UE5 com perfeição. Hoje em dia, é difícil encontrar um projeto feito com tanto carinho por pouquíssimas pessoas envolvidas!
Em relação a problemas de desempenho/crashes, meu jogo reiniciou em 2 momentos durante o capítulo 3. Em um deles, estava próximo de um robô e em outro momento, durante a exploração ao utilizar o C.A.T. Estamos falando sobre uma build de acesso antecipado, portanto, problemas podem acontecer.

Ao que tudo indica, uma atualização estará disponível para os jogadores no dia do lançamento oficial, impedindo que problemas como esse atrapalhem em sua progressão.
Review de Routine – Vale a Pena?
Como um fã apaixonado por jogos de terror e tirando o saudosismo dos clássicos de lado, Routine é um jogo que vale cada centavo! Se você busca uma experiência similar (não espere algo igual) a Alien Isolation, o game irá te oferecer tudo isso e muito mais!
Aqui, podemos destacar grandes aspectos como a verdadeira sobrevivência, puzzles marcantes, trilha sonora/efeitos sonoros impactantes e uma narrativa que pode parecer clichê, mas é completamente funcional se tirarmos os problemas voltados as mecânicas de combate.
Felizmente, o jogo está próximo de seu lançamento após 10 anos de espera, então, prepare-se para entrar em um mundo assustador controlado por máquinas na base lunar!
Routine será lançado em 4 de dezembro de 2025 para Xbox One, Xbox Series X|S e PC.
Routine é um jogo essencial para os apaixonados por sci-fi horror! Com fortes inspirações em Alien Isolation, mecânicas como a utilização da ferramenta C.A.T. podem se tornar um grande diferencial. Além das novidades e mecânicas de gameplay, o jogo sofre com um combate travado, mas que incentiva e recompensa os jogadores com a exploração.
Pontos Positivos
- Narrativa imersiva
- Trilha sonora impactante
- Puzzles inteligentes
Pontos Negativos
- Combate limitado
- História
- Jogabilidade
- Trilha Sonora
- Desempenho
