No topo de um arco de pedra, um pterano voa, ameaçador. No solo, bandidos e soldados disputam a vilania. E ao longe, escondido, um demônio observa a imensidão do deserto. Este é o mundo de Sand Land, RPG de ação da ILCA que marca um trabalho póstumo de Akira Toriyama, artista responsável por obras como Dragon Ball. Será que o game vale a pena? Vamos descobrir.
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A missão de Beelzebub
A história de Sand Land também é excelente, tendo como base o mangá de Akira. Sand Land é um mundo destruído após uma guerra, com escassez de água e os povoados humanos sendo liderados por um rei descompromissado de suas obrigações.
Ao mesmo tempo, os humanos antagonizam os demônios, uma espécie senciente liderada por Lúcifer e cujo príncipe é o garoto Beelzebub. Certo dia, Beelzebub é interpelado por Rao, xerife de uma região próxima.
A missão é encontrar o que chamam de Lago Lendário a fim de devolver a água e a esperança às pessoas de Sand Land. Beelzebub aceita a aventura e leva consigo Thief, outro demônio. Eventualmente o trio se alia a Ann, uma jovem misteriosa que está fugindo do Exército Real. Seus interesses são antagonizados pelo General Are e pelo Comandante Supremo Zeu.
É impressionante como os personagens são bem carismáticos, com humor bem dosado e um espírito aventureiro que casa muito bem com a ambientação. Temas mais profundos como propaganda, genocídio e militarismo são abordados em ótimas passagens que não passarão despercebidas aos fãs de obras como One Piece e Attack on Titan.
É tudo muito bem feito e a história acaba engajando tanto que por vezes até mesmo deixamos o nosso protagonista de lado apenas para saber o que vai acontecer com os demais personagens e o mundo ao redor.
Eventualmente a trama se complica, com vários segredos sendo revelados tanto do que está por trás da escassez de água quanto de informações sobre o passado dos antagonistas e também dos protagonistas.
E até mesmo quando tudo parece ter se resolvido, a história dá outra reviravolta. Foi algo que me lembrou o enredo de algumas recentes séries dos Power Rangers que adotaram o modelo de duas temporadas, cada uma abordando um aspecto diferente da trama. Foi o que senti jogando Sand Land, algo realmente muito satisfatório.
Parte do que me fez gostar bastante da campanha foi o seu dinamismo e a capacidade de incluir novos elementos a cada vez que eu avançava. Seja uma nova habilidade, um veículo, uma forma de travessia ou um novo lugar, foram poucas as vezes em que me senti cansado em meio a tanta coisa nova acontecendo, realmente algo fantástico e de se pontuar.
O jogo poderia ter ido por um caminho mais preguiçoso, mas não o fez e realmente buscou apresentar um material de qualidade na campanha. Destaque extremamente positivo!
Um belo óasis
Vamos começar nossa análise falando sobre os visuais de Sand Land. O que dá para ver é que a ILCA estabeleceu um novo patamar em relação a jogos baseados em animes. Se antes havia um estranhamento com excesso de tridimensionalidade nos personagens e elementos, aqui vemos este aspecto ser suavizado e integrado de maneira muito mais coerente com o cenário.
Os gráficos realmente são muito bons, com boas texturas e direção de arte competente. Os aspectos visuais conversam entre si, com cada região e local possuindo identidades próprias.
Em suma, Sand Land realiza um ótimo trabalho nesse quesito, algo que com certeza vai agradar o jogador. Quem é fã do trabalho de Akira Toriyama vai se sentir em casa com o visual bem característico que marca suas obras e é bem presente por aqui.
Conteúdo de Sand Land é tão extenso quanto o Saara
Falando da jogabilidade, confesso que fiquei muito surpreso com a quantidade de conteúdo que o game oferece. O mapa é impressionantemente enorme, com distâncias que vão encher os olhos de fãs de jogos como Mad Max.
E se engana quem pensa que Sand Land possui um aspecto monolítico por conta de se passar primariamente em um deserto: há povoados, cidades, acampamentos e muito para se ver e explorar.
O combate corpo a corpo não ganhou tanto o meu interesse no início, se mostrando como uma sucessão de ataques mais leves e ataques pesados. Contudo, no decorrer do game podemos nos aprimorar e também atualizar as habilidades de nossos companions, trazendo dinamismo e estratégia às batalhas.
O game possui fortes elementos de RPG, com árvores de habilidades, itens consumíveis e habilidades ativas e passivas. Podemos também utilizar do stealth em seções específicas do game, assim como ativar um modo fúria para impulsionar nosso protagonista.
Em nossa aventuras vamos encontrar mercadores, viajantes, pessoas em apuros e tesouros escondidos. Como já mencionado anteriormente, o mapa é realmente enorme. Por isso o game possui várias mecânicas integradas referentes a veículos, muito importantes na progressão. E os veículos são realmente muito interessantes, cada um com uma funcionalidade específica.
No início contamos com um tanque roubado do Exército Real, mas com o progredir do game encontramos novos veículos e até mechas que calibram o combate e a travessia. Quer alcançar algo que está a grandes alturas? Use o Pulabot. Quer passar pela areia movediça em um lugar inóspito? Use a moto.
O modo de acesso aos veículos é bem intuitivo, realizado por uma mecânica de roda. Graças a uma bugiganga também podemos encapsular estes nossos meios de transporte, guardando-os sempre conosco para quando a ocasião surgir.
O combate com os veículos é o ponto alto do game, sendo bastante divertido e contando com armas primárias e secundárias que vão ocupar bastante o jogador. Vale lembrar que os adversários muitas vezes possuem veículos também, o que nos faz ter que utilizar a estratégia a nosso favor para destruir as blindagens inimigas.
Sand Land também oferece uma série de atividades opcionais pelo mapa como missões secundárias, melhorias nos veículos, combates contra a fauna local, busca de tesouros e até caça a bandidos da região. O mapa é realmente muito abrangente, com paisagens lindíssimas e muito conteúdo. É um verdadeiro playground de mundo aberto que vai surpreender.
O óleo da máquina
A localização é competente, com textos traduzidos para o PT-BR de forma correta e permitindo que o jogador fique imerso no vasto conteúdo RPG que temos por aqui.
O áudio do game é muito bom também, com melodias espirituosas e assertivas para momentos chave da trama. Entretanto, vale lembrar que a dublagem em inglês possui algumas falhas com NPCs secundários – o que não deve ser um impeditivo para o jogador, mas é algo que dá para se notar.
Review de Sand Land: Vale a pena!
Sand Land é realmente um jogo incrível. Muitas vezes na indústria vemos jogos baseados em animes que acabam não trilhando um bom caminho e apresentando experiências frustrantes ou monótonas para o jogador. Não é o caso aqui. Cheio de ação, com uma excelente campanha e personagens carismáticos, Sand Land desponta como um dos melhores jogos de anime e promete um grande número de horas de pura diversão. Vale a pena!
Obs: Esta análise foi feita graças a uma cópia do game para PlayStation 5 cedida pela publisher, a quem agradecemos.
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Sand Land é um excelente game com um mundo aberto vasto e cheio de atividades, excelente campanha e personagens muito carismáticos e bem humorados.
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Trilha sonora