Não é de hoje que a Devolver Digital aposta em ideias ousadas, sempre entregando narrativas imersivas e mundos caóticos. Entre suas produções mais recentes, Skate Story se destaca, especialmente após a confirmação de que o jogo estará disponível no catálogo da PS Plus Extra e Deluxe. Com lançamento programado para 8 de dezembro de 2025, o título surge como uma aposta para quem busca uma história poética conduzida por um narrador silencioso.
Além disso, o jogo pode se tornar um verdadeiro prato cheio para os apaixonados por skate, com muitas manobras radicais, controle de skate e humor com personagens divertidos no Inferno. Essa é uma verdadeira experiência para quem busca relaxar com uma belíssima trilha sonora.
Mas será que a campanha realmente irá surpreender os jogadores? O que podemos esperar ao jogá-lo? É isso que você irá descobrir em nossa Review!
Esta review foi produzida graças a um código de Meta Quest 3 cedido gentilmente pela Devolver Digital.
Pode ficar tranquilo(a): esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
Um Demônio de vidro e dor
Em Skate Story, o jogador assume o papel de um Demônio feito de vidro e dor, condenado ao Submundo. Lá, o Diabo lhe entrega um skate e propõe uma única missão: alcançar a Lua e devorá-la. Apesar da premissa parecer simples, tudo é muito intuitivo em um mundo vibrante e escuro. O protagonista terá que atravessar áreas do Inferno enquanto realiza manobras, explorar diferentes terrenos, ajuda NPCs em missões secundárias e avança por cada mundo. Para concluir a missão, o jogo é dividido em nove capítulos e em cada um deles, o jogador enfrenta um chefe, guardião de sua própria Lua.
Durante a gameplay, o jogador aprende novas manobras, e durante as batalhas contra chefes, cada trick executado com sucesso drena parte da barra de vida do inimigo. Algumas dessas manobras exigem precisão e ao combinar determinados botões, surge na tela uma faixa branca indicando o momento exato para pressionar o comando. Essa mecânica funciona de forma similar a um Quick Time Event (QTE), recompensando o jogador com uma pontuação maior conforme a execução é bem-sucedida.

Skate Story é um jogo curioso e no mínimo peculiar! Mesmo com pouquíssimos diálogos, sua narrativa permanece clara graças à presença constante do narrador em cada capítulo. No entanto, um ponto que acaba incomodando ao longo da experiência são as missões secundárias: elas são irrelevantes e não contribuem para a história. Os personagens das quests são rasos e facilmente esquecíveis, tornando essas tarefas pouco atrativas. No fim, elas só devem interessar aos jogadores que buscam a platina ou o 100%.
Como mencionado anteriormente, a pontuação do jogo funciona como base para ganhar dinheiro, completar missões e derrotar inimigos, já que o dano aos chefes é causado por meio das manobras. Quanto maior o bônus obtido, maior será o dano aplicado. Além disso, algumas missões contam com tempo limite, exigindo a execução de manobras mais complexas ou sequências de tricks utilizando corrimões, rampas e outros elementos do cenário.

Outra mecânica que o torna complexo é o fato de que, por o protagonista ser um Demônio de vidro, qualquer colisão com o skate faz seu corpo se estilhaçar. Isso pode dificultar bastante durante confrontos contra chefes, mesmo o jogo sendo relativamente fácil. Ainda assim, essa característica acaba tornando a experiência mais divertida e adiciona um toque extra de desafio.
Em suma, Skate Story oferece uma experiência divertida e relaxante, sem dar um tom de complexidade como podemos ver em outros jogos. É o tipo de título perfeito para aproveitar após um dia de trabalho ou curtir tranquilamente no fim de semana, entregando cerca de quatro horas de duração.
Um jogo que brinca com a poesia e o surrealismo
Por se tratar de uma obra com tom poético, o jogo tem inspirações do surrealismo, algo presente em seu level design e em um mundo em constante evolução. Além disso, carrega influências de clássicos como Journey, Skate e até Tony Hawk’s Pro Skater. Cada um apresenta suas similaridades, ainda que o título siga por um caminho completamente diferente ao contar a história no Submundo, habitado por criaturas corrompidas.
Felizmente, Skate Story sabe trabalhar muito bem, construindo uma identidade visual única que transmite a sensação de um mundo em permanente evolução. Para os fãs de poesia e literatura, o jogo também aproveita de referências sutis a obras clássicas, como A Divina Comédia, de Dante Alighieri, especialmente na presença de entidades simbólicas que acompanham a jornada e na estrutura de “descida ao submundo”.

Para alguns, tudo isso pode parecer apenas uma besteira, mas uma coisa é certa… tudo isso impacta na narrativa ao final de cada capítulo!
Aspectos técnicos
Partindo para o lado técnico, o jogo utiliza uma paleta de cores sombria, com muitos tons de preto, vermelho que transformam a atmosfera em algo depressivo e infernal. Essa escolha reforça a sensação de vazio no Submundo. Embora não adote gráficos realistas, Skate Story cumpre muito bem o que promete ao longo de seus nove capítulos.
Outro destaque vai para os objetos de cenário e para a construção do mundo, repleta de obstáculos, caminhos alternativos e rotas que permitem diferentes abordagens pelo jogador. Um trabalho excepcional por parte da desenvolvedora.
A trilha sonora também merece seu destaque, combinando trechos de música eletrônica com batidas envolventes, que tornam a experiência ainda mais divertida e relaxante. O som das rodas do skate é satisfatório, combinando perfeitamente com a música ambiente. Para aproveitar o máximo dos efeitos sonoros, recomendo jogar com um bom headset ou soundbar.

Com uma pegada psicodélica marcante, o jogo ainda apresenta faixas do grupo nova-iorquino Blood Cultures, além de composições adicionais por John Fio.
Em relação ao desempenho, testei o jogo em um PS5 Pro e notei pequenos engasgos e quedas de performance ao longo dos nove capítulos. Em alguns momentos, partes do cenário não renderizavam, e certas legendas não estavam traduzidas. O estúdio já está ciente dessas questões e confirmou que as atualizações de day one devem corrigir esses problemas, garantindo também a tradução total para o português do Brasil.

Infelizmente não tive acesso à versão de PC, entretanto, acredito que os mesmos problemas também estavam presentes, assim como na versão de PS5 Pro.
Review de Skate Story – Vale a Pena?
Skate Story não é apenas um jogo divertido, mas também uma experiência relaxante para aproveitar em um final de semana. Apesar de sofrer problemas com o ritmo, personagens secundários pouco marcantes e missões secundárias completamente esquecíveis, a trama do jogo é simples e envolvente, o que pode levar os jogadores a se divertirem por 9 capítulos.
Para completar, o título chega gratuitamente para assinantes da PS Plus Extra e Deluxe, o que torna ainda mais fácil dar uma chance e se envolver no inferno ao lado de um skatista feito de vidro. Sombrio, sobrenatural e marcante, Skate Story pode até apresentar falhas pontuais, mas ainda assim entrega uma aventura única, divertida e incrivelmente relaxante. Vale a pena testar!
O game será lançado em 8 de dezembro de 2025 para PlayStation 5, Nintendo Switch 2, PC e macOS.
Mesmo com alguns erros e deslizes ao longo da trama, Skate Story consegue oferecer uma experiência poética e surrealista, marcada por momentos únicos e relaxantes enquanto controlamos o skate de um Demônio feito de vidro. É uma aventura simples, ideal para quem busca algo leve para curtir no fim de semana.
Pontos Positivos
- Experiência relaxante e divertida
- Trilha sonora imersiva
Pontos Negativos
- Sofre com alguns problemas de desempenho
- Missões secundárias são rasas
- História
- Jogabilidade
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho
