Quando eu vi Snufkin: Melody of Moominvalley pela primeira vez, eu fiquei encantado. O jogo mistura preservação ambiental com música, aliado a um estilo de arte bem charmoso.
Infelizmente, tive que esperar bons meses até que o port de PlayStation 5 fosse lançado, mas o momento finalmente chegou.
Ao jogar pela primeira vez, mais surpresas surgiram no caminho. Começando pela mais importante: Snufkin é um personagem de uma série de livros chamada de Moomin.
Os livros foram escritos pela finlandesa Tove Jansson, já falecida. Até o momento foram publicados 9 livros da franquia. A primeira obra, The Moomins and the Great Flood, foi lançada em 1945 e teve como alvo o público infantil.
Snufkin: Melody of Moominvalley segue à risca os alicerces da saga, servindo como um jogo focado no público infanto-juvenil. Será que vale a pena mergulhar nessa aventura?
É isso que você vai descobrir em meu review de Snufkin: Melody of Moominvalley!
O poder da amizade
Como o nome indica, o protagonista do jogo é Snufkin, um garoto que conta com um visual (e comportamento) que lembra um leprechaun.
Mas diferente das versões da mitologia irlandesa, o garoto é bondoso e um grande apreciador da natureza.
Indo de encontro aos livros, que são protagonizados pelo Moomintroll, a aventura nos coloca no papel de Snufkin em uma jornada justamente para encontrar o Moomintroll, o melhor amigo do personagem.
Após o período de hibernação, o Moomintroll desapareceu e o vale está passando por várias transformações. O Guarda Florestal, que serve como antagonista, está colocando várias placas na floresta, instaurando regras e cortando árvores.
Apesar de ser um jogo infantil, o estúdio Hyper Games fez um trabalho excelente em abordar problemas adultos de um jeito divertido e que mantém quem joga interessado.
A corrupção, desmatamento e a solidariedade são temas frequentes da aventura. Todos os textos foram lindamente localizados em PT-BR, o que ajuda a ter um senso da personalidade levemente sarcástica de Snufkin.
O que acaba sendo uma pena é a falta de voz nos diálogos, mas entendo ser uma questão orçamentária e de praticidade para o desenvolvimento do jogo. Snufkin: Melody of Moominvalley conta com vários personagens marcantes como o divertido Sniff, o filósofo Muscarato e mais. Eles teriam ainda mais identidade se possuíssem voz.
A campanha do jogo tem a duração certa. Eu levei 4 horas para obter o 100%. Pode parecer pouco mas é o tempo ideal para afastar o senso de repetitividade.
O poder da música
Em termos de jogabilidade, Snufkin é bem simples. O personagem pode pular/escalar superfícies, carregar objetos, correr e conversar com as criaturas.
O gameplay se apoia no uso de instrumentos musicais para que o protagonista interaja com criaturas, acessando novas áreas. Ao todo coletamos 3 instrumentos: uma Gaita, uma Flauta e um Pandeiro. Cada um deles tem um som característico (obviamente) e um raio de efeito.
Servindo como uma espécie de indicador de área, temos um nível, chamado aqui de Inspiração. Podemos coletar inspiração ao entrar em arbustos, interagir com outras plantas e ao ajudar criaturas e concluir suas missões secundárias.
As missões secundárias do jogo seguem o tom acolhedor da IP. Precisamos ajudar o Muscarato a fazer várias refeições, recuperar as roupas da Garota Invisível, apostar corrida entre varetas em um rio… O teor é fortemente infantil, o que só aumenta o encanto do jogo.
Andar pelo vale é prazeroso e ao mesmo tempo assustador. Prazeroso por que em cada canto temos elementos interativos que ajudam o jogador a se apegar ao local. É assustador por que podemos ver o impacto das ações do Guarda Florestal.
Árvores cortadas, rios secando, animais fugindo… Essas representações visuais são maravilhosas em fazer refletir sobre a ação do “homem” na natureza. E tudo acontece de maneira leve e divertida.
Não existe combate no jogo, apenas o poder da música. Cada um dos instrumentos evoca um sentimento. A Gaita está atrelada a alegria, a Flauta a tranquilidade e o Pandeiro a agitação. Boa parte da interação com os animais é através desses instrumentos.
Review de Snufkin: Melody of Moominvalley – Vale a Pena!
Sendo um indie feito com o apoio do Instituto de Cinema da Noruega, Snufkin: Melody of Moominvalley cumpre seu propósito com louvor.
O jogo apresenta o fantástico universo dos Moomins, que infelizmente não é tão conhecido no Brasil, com uma roupagem de uma história cheia de lições importantíssimas para a criançada.
Esse é o jogo perfeito para introduzir o (a) seu filho no mundo dos games e, caso você não tenha filhos, é um conto fantástico que vai ajudar a te lembrar do que realmente importa. Recomendo!
Snufkin: Melody of the Moominvalley é um jogo com alma que nos lembra do que realmente importa.
Pontos Positivos
- Mensagens importantes
- Personagens incríveis
- Muita interatividade com o cenário
Pontos Negativos
- Falta de voiceover
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som