Preciso comentar que desde que eu vi o trailer de Somerville pela primeira vez já me interessei por ele, pois ele foge do óbvio e traz uma ambientação macabra e ao mesmo tempo aconchegante.
O jogo te coloca no controle de uma família que está tranquila em sua casa fazendo coisas normais, quando do nada tudo muda! Em Somerville temos um jogo indie do estúdio Jumpship que explora muita aventura, possui elementos de sci-fi e é do mesmo produtor de Limbo, – e sim, antes que você me pergunte, os dois jogos são um pouco parecidos.
Mas vamos ao que interessa, será que Somerville realmente vale a pena?
Sobrevivendo num mundo distópico
Se de repente tudo que você conhece no mundo, não é mais da forma que você estava habituado a ver? E se todos os humanos sumissem? Se o que você via nos filmes de apocalipse se torna real? Basicamente é isso que você irá viver, ou melhor, é a isso que você tentará sobreviver em Somerville.
Depois de uma catástrofe, um homem comum precisa passar por diversas paisagens naturais – e outras nem tanto –, lutando contra forças absurdas e macabras.
Praticamente nos minutos iniciais do jogo, Somerville já explodiu minha cabeça com o personagem jogável – que eu, claramente não vou te dar o spoiler, quando você jogar saberá. Me fazendo pensar em alternativas que caberiam na capacidade dele, confesso que fiquei andando de um lado pro outro procurando como fazer as coisas, mas o jogo vai fluindo, é muito divertido e diferente das coisas que eu já joguei.
Inclusive, quando o assunto é fugir do convencional, os puzzles são muito criativos, por podermos andar por praticamente todas as áreas do mapa, não sendo em 2D e sim em 3D, fica ainda mais divertido procurar por saídas e encontrar o objetivo daquela tela.
Mas como nem tudo são flores, essa parte de termos acesso a vários locais das paisagens também tem um pequeno problema que enfrentei no meu PC, como o personagem travado em alguma pedra ou em uma área que eu não conseguia enxergá-lo, tendo que neste caso, reiniciar o ponto de verificação.
Aliás, essa é uma opção muito boa, podemos escolher reiniciar o capítulo ou apenas o ponto de verificação, que foi onde o jogo salvou pela última vez. Também temos como escolher os capítulos, o que torna mais legal de alcançar as conquistas depois ou ver algo que ficou para trás numa primeira jogatina.
Também acho legal destacar que apesar de eu ter jogado no PC, eu joguei com um controle, o que fez total diferença na experiência!
O melhor amigo do homem
Claro que toda essa tragédia é mais fácil de ser encarada quando temos um fiel amigo ao nosso lado, que inclusive ajuda avisando dos perigos e de forma sutil, nos auxilia sobre os caminhos a serem trilhados. O latido do cachorrinho que nos acompanha foi muito acalentador em fases de tensão!
Diferente dos outros jogos que eu estou acostumada, onde você esta por si e precisa lutar pra você sobreviver apenas. Em Somerville você tem uma família, esposa, filho e esse cachorrinho. Então você precisa enfrentar todos os obstáculos pensando que eles estão a sua espera. E em muitos momentos você estará acompanhado, tendo mais alguém pra te auxiliar. Além de outros personagens misteriosos.
Sendo assim, as habilidades que o jogo exige normalmente é ser rápido, mas principalmente ser furtivo, já que não tem muito como lutar contra essa força tão poderosa, mas que bom que podemos contar com um amigo de 4 patas para algumas etapas do game.
Apesar de estarmos na pele de um homem comum, ele tem uma certa conexão com esses seres desconhecidos, facilitando o nosso caminhos durante o jogo também.
Simplesmente imersivo
Muitas vezes a gente joga e o personagem corre por muitos quilômetros e não fica cansado, o que eu achei interessante em Somerville é que após fazer um certo esforço o nosso protagonista expressa a sua fadiga através de sons e gestos. Eu até parava um pouco pra ele descansar, mesmo não interferindo na jogatina em si o fato dele estar exausto.
Alguns momentos são extremamente angustiantes e você saberá o porquê quando jogar, mas é um jogo muito imersivo, no qual eu esqueci de tudo que estava a minha volta como se estivesse vivendo de fato naquele mundo. A aura é completamente assustadora e ao mesmo tempo fiquei apreciando a arte muito bem feita. A equipe de arte e som, especialmente, merecem muitos aplausos, pois me deixaram simplesmente submersa nesse universo.
A interação com os objetos e a utilidade deles tornaram o jogo muito mais dinâmico e em nenhum momento eu tive a vontade de parar de jogá-lo. Aliás, você consegue zerar ele rapidamente justamente por ser muito interessante e também por não ter uma duração tão longa.
Eu, que não tenho muitas habilidades, consegui terminar em menos de 8h, mas deixo de aviso para as pessoas fotossensível que ele pode causar um mal-estar, eu só pausei para descansar os olhos, porque realmente são muitas luzes. Porém, o jogo deixa de aviso também logo no seu início, então sem problemas!
Sobre os pontos negativos, praticamente não existem, mas os que eu senti foram mais na questão técnica que pode ser por conta do meu PC. Em certas ocasiões tiveram drop de frames e a música deu algumas travadas também, justamente por o som ser tão importante, interfere um pouco nessa questão.
Vale lembrar que por conta do jogo não ter falas, acredito que a interpretação sobre o final e também sobre o porquê de aquilo tudo estar acontecendo cabe a cada jogador, por isso, ao zerar, volte aqui e me conte sua teoria nos comentários.
PS: Fiquem até o final do jogo, pois há cenas pós-créditos!
Somerville: vale a pena?
Em uma mistura de Black Mirror com Little Nightmares, Somerville é único e vale a muito a pena por cada minuto jogado! Isso se dá principalmente por sua narrativa, imersão, visuais e trilha sonora!
Caso você tenha Xbox Game Pass, já aproveita que neste mês, especificamente no feriado do dia 15 de novembro, ele estará disponível por lá!
Essa review só foi possível graças ao estúdio independente Jumpship, que nos cedeu uma cópia do jogo.