SpellForce: Conquest of Eo é o primeiro spin-off da franquia SpellForce, desenvolvido pela Owned By Gravity e distribuído pela THQ Nordic, focado em estratégia de turnos num mapa gigante bem parecido com o de Civilization e Age of Wonders, diferente da franquia principal que é conhecida pelo seu foco em estratégia em tempo real e construção, semelhante a Warcraft 3.
Essa mudança drástica resultou numa recepção morna para a fanbase que recebeu o último lançamento em 2017, com SpellForce 3, mas será que a nova formula pode também agradar os velhos fãs e até trazer alguns novos para conhecer a franquia?
Mestre dos Magos
SpellForce é bem direto em sua narrativa. Após sair do menu já somos apresentados à trama principal do jogo: Nosso antigo mestre nos enviando uma carta avisando que finalmente tinha conseguido uma maneira de canalizar o Allfire, recurso natural mágico extremamente poderoso, mas que temia que estava sendo espionado pelo Círculo dos Magos, entidade composta pelos feiticeiros mais poderosos de Eo. Eles “protegem” os usuários de magia, além de não permitir que ninguém além deles canalizem o Allfire, por conta dos riscos inimagináveis que isso traria ao equilíbrio do mundo.
Com isso, chegamos à torre de nosso mestre, totalmente destruída e saqueada, com apenas um objetivo em mente: Reconstruir todo o trabalho perdido e aprender a usufruir do Allfire, enfrentando os maiores magos do mundo e criando sua lenda no caminho.
Faça sua História
O jogo lhe traz 3 opções de feiticeiros predeterminados e a capacidade de fazer um personalizado, com suas mecânicas de gameplay relativamente bem diferentes entre eles: Alchemist, focado em construção de itens como bombas de fragmentação, poções de cura e pergaminhos de feitiço; Necromancer, mestre das artes proibidas como transformar suas tropas em zumbis, invocar exércitos de esqueletos e magias que afligem terror nos inimigos e por fim o Artificer, que constrói runas e artefatos que fazem de suas tropas praticamente imbatíveis em combate.
O mundo do jogo também apresenta várias atividades secundárias, como ajudar um anão que foi roubado, destruir insetos gigantes que destroem fazendas e recuperar ervas medicinais para um vilarejo doente, ou ignorar todos os pedidos e roubar recursos e escravos para auxiliar a sua causa maior, porém afetando suas relações com os reinos e comunidades que frequentam o mundo. Todo o progresso do jogo é feito controlando suas tropas pelo mapa para a localização das quests, que em sua maioria envolvem algum tipo de combate.
O combate de SpellForce é simples e fácil de entender, podendo levar 6 tropas para o campo de batalha, cada um com 3 pontos de ação para gastar em movimento, feitiços, ataques ou defesa, em um mapa pequeno e que na maioria das vezes não dura mais que 5 minutos. Porém essa simplicidade acaba destoando muito da qualidade alta do gameplay e mapa principal da campanha, com animações de ataques, magias e principalmente no design de áudio, deixando o que devia ser um dos pontos principais do jogo, uma das piores partes, e fazendo com que a opção de decisão automática da batalha seja escolhida na maioria das vezes, mesmo que parte de seu exército seja destruído no resultado.
Universo lindo e interessante
A qualidade do mapa e Lore de SpellForce me surpreendeu, com cordilheiras gigantes, florestas amazônicas e cidades incríveis. Me peguei observando alguns cenários várias vezes durante a gameplay, que junto com uma trilha sonora bem empolgante e uma lore genérica, mas bem construída e constantemente entregando histórias e acontecimentos intrigantes, fez com que me imaginasse dentro do mundo do jogo, lutando contra a vida selvagem que continua comendo meus trabalhadores, caçando ladrões, procurando ruínas e criptas e até mesmo descobrindo fábricas abandonadas dos antigos “Shapers”, pioneiros da magia no mundo de Eo. Isso tudo atrelado ao já conhecidos goblins verdes, elfos de orelha pontuda e golens de pedra: genérico, mas bem agradável.
Dois jogos diferentes, um pacote
SpellForce realmente me cativou em sua parte estratégica, explorando um universo, tramas e narrativas num mundo lindo e bem apresentado, mas talvez muito seguro em suas decisões, e errando principalmente no combate bem decepcionante, que deveria mostrar o resultado de nosso poderoso exercito de criaturas fantásticas e magias incríveis que ficamos horas construindo no mapa principal, mas que não entrega nada disso e acaba deixando sentimentos de ser um jogo desenvolvido por uma equipe totalmente diferente do resto do jogo.
O review foi feito com uma chave de PC cedida pela THQ Nordic.