O que você faria se em um belo dia, enquanto você trabalha, você interagisse com um objeto peculiar e fosse transportado para outro planeta? Pois essa é a exata premissa de Star Ocean: The Second Story R, um belo remake do segundo game da franquia. Com duas campanhas distintas, podemos explorar os pontos de vista tanto de Claude quanto Rena, a dupla que serve como protagonista da trama.
Apesar de já ter jogado outros títulos da franquia, mas com lançamentos mais recentes, esse foi meu primeiro contato com o segundo jogo da série e não poderia ter ficado mais contente. Se você veio ler esse review de Star Ocean: The Second Story R para saber se a experiência está valendo a pena, bom, a resposta é um SIM gigantesco. Se aconchegue e vem comigo em mais um review!
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O destino é inexorável
Uma tradição dos JRPGs é apresentarem um começo bem lento no que diz respeito à narrativa e isso também acontece aqui. Somos introduzidos de maneira gradual à Claude e Rena e com o desenrolar da trama, passamos a ter contato com o resto do elenco de personagens. E se prepare, pois suas decisões possuem um grande impacto na trama e existe um limite para a quantidade de pessoas que podemos elencar no grupo.
Apesar de seguir um clichê já conhecido de salvar o mundo, o desenvolvimento dos personagens é fantástico, os diálogos são muito bem escritos e todo o elenco possui personalidade, fazendo com que muitos dos personagens se tornem marcantes. O cuidado e o carinho que Rena tem com os outros é notável, assim como a coragem que impulsiona Claude. Esse processo de construção é reforçado pelas ambientações que ganharam um ar mais charmoso no remake, além da trilha sonora orquestrada que torna o jogo mais imersivo.
As relações do jogo são expandidas através dos Private Actions, ações pontuais que acontecem principalmente nas cidades que melhoram/expandem o relacionamento do grupo. É curioso que os PAs são completamente opcionais mas mesmo assim existem Private Actions que desbloqueiam o final verdadeiro do game, portanto, recomendo ser diligente quanto a isso!
Cheia de segredos e reviravoltas, a história de Star Ocean: The Second Story R é altamente engajante. O planeta em que Claude foi transportado está sendo afetado pelo Sorcery Globe, uma pedra demoníaca que foi trazida com um meteoro. A pedra está fazendo com que monstros apareçam no continente e diversas pessoas que acabam tendo contato com fragmentos da pedra estão sendo possuídos por uma presença demoníaca. Cada campanha dura aproximadamente entre 20 a 25 horas, dependendo claro da quantidade de conteúdo secundário que você completa ao longo da jornada.
Para a minha surpresa, quase todos os diálogos estão com atuação de voz, aumentando o interesse pela trama. Tanto a dublagem japonesa quanto a americana estão com uma ótima qualidade, mas recomendo a japonesa para uma maior imersão. Um problema grave é a falta de legendas em PT-BR. Isso torna a experiência bem restritiva.
O Herói da Luz
Diferente de boa parte dos JRPGs da época em que foi originalmente lançado, o segundo Star Ocean é um RPG de ação em 2.5D. A jogabilidade lembra levemente à de dungeon crawlers conhecidos. Podemos atacar os inimigos, desviar e causar combos devastadores com habilidades ativas chamadas de Artes Especiais. A diversidade é um dos principais fatores do combate e é garantida graças a possibilidade de assumir o controle de qualquer membro do grupo. A trupe pode ser dividida em formações onde cada uma delas concede bônus diferentes e o jogo conta com um dos sistemas mais legais de summons que eu já vi – podemos convocar personagens da franquia para acionar ataques poderosos!
Ao serem derrotados, os inimigos dropam Esferas que, quando acumuladas, aumentam atributos como dano e defesa. O sistema é formidável pois ele gera uma boa relação entre risco x recompensa interessante que mantém os jogadores atentos em cada batalha.
Os adversários possuem dois tipos de vida, se é que podemos colocar assim. Eles possuem o HP tradicional e uma barra de escudo, que, quando esgotada, coloca o inimigo no status de Quebra, deixando ele temporariamente imóvel. Durante essa fase, todos os ataques que o inimigo sofre são críticos, ou seja, é o momento perfeito de ir pra cima e acionar os combos mais devastadores.
Um ponto negativo da progressão de personagens em Star Ocean: The Second Story R é o fato da experiência do grupo ser compartilhada entre todos. Por exemplo, você ganhou 100 de XP e tem 3 membros ativos no grupo. Cada um vai ganhar apenas 33 de XP e não os 100 por completo. Isso acaba gerando um grind que poderia ter sido evitado pelos devs. Mas a ideia foi proposital por conta do sistema de ligamentos de batalha.
Podemos atrair até 5 grupos diferentes de inimigos e causar um Link de batalha. Com isso, a luta que antes era única ganha 5 rounds e cada round vencido aumenta o bônus de XP conquistado. Essa é a maneira perfeita para upar mais rápido no jogo.
Além da experiência, ganhamos SP, as skill points. Star Ocean: The Second Story R apresenta um rico sistema de jobs que foi integrado tanto no combate quanto na exploração. Podemos aprender a Cozinhar, preparando refeições que concedem bônus e, ao se especializar nessa “árvore” de habilidades, acabamos nos tornando um Chef, algo vital para vencer o minigame de cozinha. O game apresenta uma variedade absurda de jobs, que vão desde a produção de minérios até o de pickpocket, que permite que Claude roube os NPCs das cidades. É impressionante que apesar de ter sido lançado anos atrás, o jogo consegue ser mais ambicioso e moderno do que RPGs AAAs projetados para a indústria atual.
A exploração de Star Ocean: The Second Story R me agradou bastante. Os cenários são um tanto quanto lineares e não demandam que o jogador percorra mapas sem fim atrás de baús e coisas do tipo. Quase todos os cenários principais são bem diretos ao ponto e isso colabora para que o jogador se mantenha engajado no que interessa: na narrativa. Ao percorrer os cenários, encontramos Unique Spots, locais “históricos” que concedem recompensas ao jogador e expandem a lore do game. É um ótimo mecanismo de worldbuilding!
Um remake pomposo
Star Ocean: The Second Story R possui um emaranhado de diferenças em relação à obra original. No game anterior, os diálogos não tinham voice act e nesse, todos os diálogos principais receberam dublagem inclusive do time original responsável pelas vozes japonesas.
A trilha sonora ganhou uma repaginada, os encontros que antes eram aleatórios, seguindo a fórmula tradicional dos JRPGs clássicos, foram reformulados e agora podemos ver os inimigos, optando por fugir da batalha.
O minimapa recebeu um marcador de objetivo principal e agora temos um modo específico para as PAs mencionadas acima. Além das melhorias de qualidade de vida, alguns sistemas foram introduzidos do zero ou refeitos. Agora podemos pescar, concluir missões da Guilda e completar desafios de batalha que concedem boas recompensas.
Não poderia concluir esse review de Star Ocean: The Second Story R sem falar da minha mudança favorita no remake. O Fast Travel é uma baita mão na roda, permitindo que a gente se teletransporte para praticamente qualquer área do jogo em pouquíssimos segundos na versão de PS5. Em suma, a Square Enix de fato se empenhou e foi além para modernizar quase todos os aspectos do jogo, construindo uma união formidável entre o antigo e o novo.
Review de Star Ocean: The Second Story R – Vale muito a pena!
Seja você um marinheiro de primeira viagem ou um veterano na franquia, Star Ocean: The Second Story R é um jogo imperdível para todo e qualquer jogador que adora o gênero JRPG. Com uma história envolvente, personagens bem desenvolvidos e um combate viciante e cheio de possibilidades, o título exala a essência dos RPGs enquanto ensina lições importantes. Vale cada minuto do seu tempo!
Star Ocean: The Second Story R é um remake feito com muito carinho, modernizando uma belíssima aventura JRPG para a geração atual de consoles.
- Narrativa e Lore
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som (Trilha e Efeitos)