Nos dias de hoje, a inteligência artificial se tornou uma aliada indispensável, facilitando nossas rotinas e automatizando inúmeras tarefas. Mas imagine o seguinte: estamos vivendo nossas vidas normalmente, trabalhando, passando tempo com a família, seguindo o fluxo do cotidiano.
Inesperadamente, tudo muda, uma chuva misteriosa começa a cair, e qualquer ser humano que ela toca é instantaneamente aniquilado. Como se isso não fosse o bastante, essa mesma chuva dá origem a criaturas horripilantes, programadas com um único propósito: exterminar o que resta da humanidade.
Esse é o cenário de Synduality: Echo of Ada, a nova proposta da Bandai Namco Entertainment. É uma aposta ambiciosa da empresa, que mistura elementos de ficção científica, ação e aventura PvPvE em um mundo futurista e pós apocalíptico.
Dito isso, aconselho a você se aconchegar, pegar um lanche e conferir o meu review de Synduality: Echo of Ada.
O mundo de Synduality
Após a catástrofe da chuva venenosa que ficou conhecida como “Lágrimas da Lua Nova”, a humanidade se encontra à beira da extinção. Os sobreviventes foram forçados a se abrigar no subterrâneo para sobreviver. Com um mundo exterior inóspito, os sobreviventes desenvolveram os Magus, mechas com IA avançada que ajudam na exploração e obtenção de recursos.
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Com os mechas conseguimos chegar até a superfície e explorar o mundo devastado atrás de recursos e os cristais AO. Entretanto, temos também grandes perigos no novo mundo, bandidos gananciosos, monstros criados pela Lágrima da Lua Nova e, claro, a chuva ácida que destrói nossa armadura à medida que somos expostos a ela.
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O jogo é dividido em duas regiões distintas: a noroeste, onde começamos nossa jornada, e a sudoeste, que desbloqueia conforme avançamos na história. Cada uma oferece um mapa extenso, com uma impressionante variedade de cenários que enriquecem a experiência.
Os perigos do novo mundo
Sem dúvida, os cenários capturam de forma impecável a atmosfera de um mundo pós apocalíptico, transmitindo fielmente a devastação do mundo. Essa ambientação é complementada pelos novos perigos do mundo, como os Enders, criaturas aterrorizantes criadas pela lágrima azul, conhecidas pelo comportamento agressivo. Além disso, os bandidos que sobrevivem fora do subterrâneo são extremamente fortes.
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O jogo apresenta uma atmosfera intrigante, mas enfrenta limitações que impactam a experiência. Os dois mapas incluem apenas quatro Enders, cada um com uma única variação, que é apenas uma versão mais forte e agressiva.
Os bandidos seguem um padrão repetitivo: sempre em duplas ou trios, protegem os mesmos pontos do mapa. Apesar do forte poder de fogo e da agressividade, a repetição desses elementos se torna evidente rapidamente, o que reduz a sensação de novidade e torna a exploração previsível.
Assosiação de Drifters
Drifter é o nome denominado para os usuários dos mechas que vão à superfície à procura de recursos e cristais. Entretanto, achei bastante desbalanceado, especialmente por se tratar de um mundo online onde a “confiança” no próximo é essencial para sobreviver.
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Durante minhas incursões, encontrei outros jogadores, alguns amistosos, mas a maioria focada no PvP. Na prática, as expedições à superfície são verdadeiras caçadas de recursos, onde apenas os mais fortes sobrevivem. O jogo é extremamente punitivo nesse aspecto: ser derrotado significa perder todos os itens equipados e, claro, o loot coletado, o que torna a experiência brutalmente desafiadora.
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Sofri diversas vezes contra jogadores com equipamentos superiores, que me eliminavam facilmente na superfície. Isso me obrigou a mudar minha estratégia, optando por jogar em horários com menos jogadores para conseguir grindar com mais tranquilidade e melhorar meu mecha rapidamente.
Todos os jogadores pertencem à mesma associação, já que o subterrâneo é unificado, mas isso funciona apenas na teoria. Na prática, nada impede que alguém ataque outros jogadores para ter loot.
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Como todo o mapa está disponível para ações PvP e PvE sem áreas específicas, acredito que isso fará muitos jogadores hesitarem em se engajar, já que a experiência exige uma constante vigilância e pode se tornar frustrante para quem não gosta de experiencias pvp.
Mecha com IA, funciona?
Fiquei impressionado com a jogabilidade, que se mostrou fluida e funcional em todos os aspectos. A IA adiciona uma camada estratégica interessante, fornecendo habilidades distintas, insights para o combate e uma avaliação sobre os drifters que encontramos durante as expedições. Outro destaque é o sistema de peso, que impacta diretamente a mobilidade: quanto mais carregamos, mais lenta se torna a velocidade de corrida e mais limitadas ficam as esquivas.
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Esse elemento estratégico transforma o combate em uma experiência mais tática. Ao focarmos em loot e exploração, enfrentamos uma desvantagem caso nos deparamos com um drifter inimigo ou um jogador voltado ao PvP, já que o peso reduz nossa agilidade. Nessas situações, é preciso decidir rapidamente: abandonar parte da carga para recuperar a mobilidade ou arriscar enfrentar o inimigo com penalidades. Após o combate, ainda podemos recolher o loot deixado para trás, mas isso aumenta novamente o peso e traz de volta a limitação de movimentação.
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Para lidar com essas mecânicas, optei por explorar de forma mais seletiva, priorizando loot estratégico e mantendo minha mobilidade para enfrentar combates com maior vantagem tática. Esse equilíbrio foi essencial para sobreviver durante os combates.
Temos história?
Infelizmente esse para mim foi um ponto bastante negativo, a história é contada em partes pequenas através das requisições. Nada mais são que missões que pegamos no subterrâneo que possuem objetivos triviais, coletar 50 cristais, eliminar 10 enders com arma específica, entregar kits de reparo e por aí vai.
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Com isso não temos uma campanha por assim dizer, o que achei extremamente negativo. Pois pelas telas de loading e itens que possuem uma história, pude perceber que a história de Synduality me aparenta ser extraordinária, com bastantes picos e reviravoltas.
Me aparenta que o jogo se passa em um momento onde todo o caos do início do apocalipse já se passou. E que estamos jogando um momento onde as coisas já ficaram em uma rotina e estão mais calmas.
Review de Synduality: Echo of Ada – Vale a pena?
O jogo tem uma proposta muito boa, jogar com aliados, em um mundo PvPvE onde temos que coletar recursos e sobreviver. Todavia, não funciona bem assim, está mais para um sobreviva quem puder.
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Não ter uma história tradicional me desagradou muito, por que o jogo seria bem mais interessante se tivéssemos uma campanha. A jogabilidade se torna repetitiva bastante rápido, temos que literalmente pegar uma requisição, ir para a superfície, sobreviver, voltar ao subterrâneo, evoluir a base. E isso se repete logo no início após umas 3-4h de gameplay.
O fator roguelike já é algo que me agrada, é um gênero que gosto bastante, todavia acharia mais justo existir uma opção de mundo PvPvE e outro apenas PvE.
Diante disso tudo, minha recomendação é: espere. Sinto que a Bandai Namco ainda precisa tomar várias decisões em relação ao loop e proposta do jogo e essas decisões serão fundamentais para definir sua longevidade.
Synduality: Echo of Ada apresenta uma lore fantástica que acaba sendo escondida em um loop de jogabilidade repetitivo mas que pode melhorar mediante as decisões da publisher.
Pontos Positivos
- Lore fantástica
- Belos visuais
Pontos Negativos
- Falta de uma campanha tradicional
- Falta de PT-BR
- Jogabilidade repetitiva
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Trilha Sonora