The Ascent foi uma das apostas da Xbox para o início da geração do Xbox Series. Inicialmente anunciado como um exclusivo, o jogo acabou sendo lançado recentemente no PlayStation 5. Estruturado como um shooter isométrico, isto é, com a câmera posta em cima, o jogo se escora na temática cyberpunk para entregar uma aventura frenética diferente dos demais jogos do estilo.
A história de The Ascent
Para entender os elementos narrativos do jogo, precisamos falar um pouco sobre arcologia. O termo foi criado pelo arquiteto Paolo Soleri e funde arquitetura com ecologia. Na opinião de Paolo, as cidades deveriam funcionar como um organismo, evoluindo ao longo do tempo. Explicando de uma forma básica, ele acreditava que ao fundir os dois conceitos em um só, os problemas oriundos da urbanização poderiam ser resolvidos. Entre os princípios defendidos temos: agricultura urbana, ambientes projetados para pedestres, uso eficiente de materiais e consumo de energia e muito mais.
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O game se passa no mundo de Velen. A megacorporação The Ascent Group exerce controle total nas cidades e na vida das pessoas. O protagonista é um funcionário que foi escravizado pelo grupo. Contudo, a megacorporação acaba sendo “destruída” e o sistema de arcologia começa a ruir. Sindicatos, gangues e corporações rivais começam a guerrear entre si para obter o controle dos diferentes distritos. Nosso objetivo é impedir que esses grupos tomem o controle e descobrir o que aconteceu com a corporação.
Apesar da premissa ser bem interessante, o jogo falha em introduzir o “espectador” em seu mundo e só joga os termos, nomes e conceitos nos diálogos, dificultando o entendimento da história. Apesar dessa falha em inserir bons elementos introdutórios, o mundo do jogo, os personagens e toda a ambientação fazem a jornada valer a pena. Ao todo a campanha leva em torno de 15 horas para ser concluída e o fator replay é bem baixo.
Leves elementos de RPG
The Ascent basicamente conta com dois sistemas distintos de progressão. O primeiro é bem básico e atrelado ao ato de mudar de nível. Toda vez que evoluímos nosso nível, recebemos pontos de atributo para aumentar determinados status. Algo bem básico e padrão de todo e qualquer RPG. Já o segundo sistema é mais interessante e traz consigo um pouco mais de complexidade.
Por se apoiar muito na temática cyberpunk, os personagens do game, incluindo o protagonista, usam partes cibernéticas e incrementos robóticos para adquirirem habilidades poderosas ou serem capazes de realizar coisas como dar socos ultrapoderosos. A variedade desses implantes é bem bacana e eles possibilitam uma certa personalização no combate. Vale mencionar no entanto que não devemos esquecer que se trata de um indie, logo, não pense que as opções serão vastas.
Graças a essa limitação, o combate após um tempinho se torna um tanto repetitivo. Temos a presença de algumas categorias de armas de fogo como escopetas, pistolas, fuzis, submetralhadoras, porém, após algumas horas, a repetição se torna evidente e isso diminui um pouco o fator diversão em The Ascent.
The Ascent brilha muito no PS5
Posso falar tranquilamente que a melhor versão do jogo é a do PS5. Os visuais são estonteantes tanto no console da Sony quanto no da Xbox, contudo, o DualSense ajuda a elevar e muito a experiência, fazendo com que o console japonês entregue a versão definitiva do jogo.
Ao longo da minha aventura não encontrei nenhum problema técnico como bugs, quedas de frames ou qualquer coisa do tipo. Graças ao SSD, os loadings estão bem velozes e são quase imperceptíveis. Em suma, a nível técnico, é uma experiência bem sólida.
The Ascent: Vale a Pena!
O estúdio Neon Giant fez um trabalho primoroso, entregando um jogo divertido e que pode ser jogado com um amigo. Apesar de não reinventar a roda ou de entregar uma jornada inesquecível, The Ascent com certeza faz valer o investimento e proporciona boas horas de diversão.