No final dos anos 1990, as máquinas de fliperamas eram as queridinhas de todo gamer médio. Jogadores e jogadoras de todo o mundo se juntavam em lojas arcade para gastar suas fichas e se aventurar em todos tipos de games; mas os rail shooter sempre estavam lá, com as filas lotadas.
Nesse contexto, o relançamento do clássico The House of the Dead 2 ganha contornos ainda mais emocionais. Além da experiência de jogo em si, há um forte sentimento de nostalgia; e enquanto para muitos isso é algo negativo ou essencialmente atrelado a um saudosismo muito particular, para outros é a razão de apertar o botão de “ligar” dos consoles atuais.
Assim como o primeiro, o remake de The House of the Dead 2 traz a melhor versão do jogo de terror: visuais melhorados, muitos itens desbloqueáveis, segredos e ajustes na qualidade de vida. E como se isso não bastasse, ainda resta a sensação de testar algo extremamente divertido.
Planos malignos e ambiciosos
Enviados para uma cidade italiana no início dos anos 2000, dois agentes da AMS, James Taylor e Gary Stewart, acabam se vendo presos em um apocalipse zumbi. Agora, eles devem arriscar suas próprias vidas enquanto salvam a de habitantes cercados por mortos-vivos e acabam com uma conspiração sem precedentes.
Caleb Goldman, rico e com alta influência, retorna do primeiro jogo como o grande vilão. Seu objetivo? Criar um novo líder para a humanidade; agora um imortal. Com isso, os agentes devem atravessar hordas de monstros de todos os tipos para acabar de vez com os planos malignos, evitando uma catástrofe global.

The House of the Dead 2 Remake é a versão aprimorada do clássico rail shooter dos anos 1990. Assim como o remake do primeiro título, lançado há poucos anos para consoles e PC, esse segue a mesma linha, trazendo melhorias gráficas, na qualidade de vida e conteúdos reformulados.
O jogo é muito simples: usando os analógicos, mire, e usando botões pré-configurados, atire. Basicamente essas são as únicas ações do game. Porém, ele ganha bastante em complexidade quando falamos sobre os segredos, que são muitos.

O estilo do original também se mantém em The House of the Dead 2 Remake. Atire em tudo que vier contra você, salve NPCs em curtas janelas de ataque e busque se fortalecer para as próximas runs. No geral, o game não é difícil por conter vários modos de dificuldade, mas será necessário algumas tentativas para ganhar armas mais poderosas e power-ups.
A campanha também é bastante curta e deve ser concluída em no máximo 30 minutos. São seis capítulos ao todo, cada um culminando em uma batalha contra chefe e o último sendo mais curto por focar no confronto final.
Diversão garantida
The House of the Dead 2 Remake pode não impressionar quando se fala em visuais ou jogabilidade, mas o jogo é extremamente divertido. Seu gameplay objetivo contribui com uma ação mais casual e previsível, impedindo a frustração por parte de jogadores menos pacientes.
Obviamente, pelo jogo estar bem feito no sentido gráfico, a experiência se torna muito mais atraente. Os cenários estão cheios de objetos quebráveis e permitem que você explore rotas alternativas e encontre segredos que não foram identificados na run anterior.

Enquanto isso, o tiroteio em The House of the Dead 2 Remake está mais eficiente. A interface é nítida e compreensível, enquanto as ações no controle são bastante precisas e intuitivas. E caso você ache que precisa mudar algo, basta pausar a qualquer hora e ir nas configurações de acessibilidade para ajustar sensibilidade e outros aspectos.
O jogo também incentiva bastante o senso de descoberta. Há uma espécie de ferramenta roguelike no game, onde itens aleatórios encontrados em barris e em outros objetos garantem bônus de dano, moedas, créditos extras, pontuações adicionais e outros conteúdos que podem tornar sua viagem ao inferno menos problemática.
A simplicidade que todos gostam
The House of the Dead 2 Remake não inventa a roda, mas capricha consideravelmente por ser algo simples e efetivo. Além de ter uma campanha consistente e fiel à original, mas com ajustes de level design e de segredos que expandem o fator replay, ele também traz outros motivos para ser jogado.
Há um boss rush para quem deseja treinar as lutas contra chefes (e ainda platinar, pois um troféu exige não tomar dano em toda a campanha), um modo de treinamento para aprimorar sua mira e uma grande galeria de arte que vale muito a pena ser explorada.

Nesse laboratório, os jogadores acessam tudo que encontraram ao longo das runs: desde o catálogo com os zumbis mortos até um armário recheado de itens secretos. Essa área também mostra a lista de conquistas ou troféus, permitindo acompanhar caso queiram obter os 100% da aventura.
Outra novidade fica por conta do multiplayer, que está de volta em The House of the Dead 2 Remake. Ele pode ser jogado tanto em cooperação quanto em competição, permitindo, respectivamente, que os dois participantes de uma mesma sessão acumulem pontos juntos ou sobrevivam por mais tempo, disputando o placar.
The House of the Dead 2 Remake é uma grata aventura
Sem inventar demais, The House of the Dead 2 Remake é uma experiência muito recomendada para aquele fim de semana despretensioso. Divertido, bem feito e muito incentivador, o game revive a nostalgia dos anos 1990 sem perder a identidade moderna; tudo isso por meio de mudanças pontuais e de uma tonelada de segredos desbloqueáveis.
Há uma simplicidade até que extrema em seu conceito e alguns bugs visuais (especialmente relacionados à iluminação), mas no geral é um excelente trabalho da MegaPixel Studio. Jogar o primeiro e o segundo em maratona é ainda mais legal, tanto por serem jogos bem parecidos quanto por possuírem uma sensação de complementaridade interessante.
The House of the Dead 2 Remake é o que se espera de um rail shooter clássico: muita ação, mecânicas acessíveis e objetivas e estímulo a rejogabilidade. Mas quando tudo isso sai ainda mais bonito e caprichado? Bom, temos um resultado como esse.
Remake de The House of the Dead 2 dá sequência ao ótimo trabalho da Frontier em reviver a era de ouro para muitos fãs de fliperama e rail shooter.
- Narrativa
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som
- Diversão
