Na minha preview, destaquei vários pontos positivos: o charme do mapa, puzzles criativos e o escudo Magnus como parceiro de aventuras. No entanto, nesta review final de The Knightling, alguns desses elementos mudaram de forma significativa. O jogo, que antes parecia promissor e cativante nas primeiras seis horas, tornou-se cansativo.
O mapa perdeu parte do apelo; as missões ficaram repetitivas; os puzzles, antes instigantes, agora são confusos; e o combate se mostrou ainda mais travado, com algumas bossfights sem sentido e sem diversão.
A ausência de localização para o português do Brasil se tornou ainda mais sentida. Missões e puzzles exigem interpretação textual e, mesmo recorrendo a sites de tradução, algumas soluções continuam pouco claras, mas sem mais delongas, vem comigo conferir a review completa de The Knightling e saiba se a desenvolvedora Twirlbound fez um bom trabalho.
Uma Jornada de Coragem e Crescimento
Em The Knightling, você assume o papel de um jovem aprendiz de cavaleiro que parte em uma jornada para encontrar seu mentor desaparecido, o lendário Sir Lionstone. Armado apenas com o escudo mágico Magnus, o protagonista deve enfrentar desafios, resolver enigmas e proteger o reino de Clesseia de ameaças iminentes.

A história começa bem interessante, com ritmo agradável e alguns momentos que prendem a atenção, mas, conforme a aventura avança, ela se perde um pouco. Possui seu charme e cumpre o papel de guiar o jogador pela aventura, mas não é algo que ficará gravado na memória. É necessário acompanhar diálogos com NPCs e ler instruções, o que exige atenção a outros idiomas, já que o jogo não possui localização em português. Ainda assim, ela funciona como uma base coerente para a exploração e os desafios do jogo.
Jogabilidade e Combate
O Knightling e seu escudo Magnus continuam sendo o coração da jogabilidade, oferecendo movimentos únicos como planar, deslizar e bloquear ataques. No entanto, o combate se mostra menos satisfatório do que na prévia. Ataques parecem travados, mesmo após upgrades completos do escudo, e o ritmo das batalhas cai em momentos críticos. Algumas bossfights, que deveriam ser desafios memoráveis, acabam frustrando por falta de sentido ou mecânicas repetitivas.
Certas funções do Magnus, como planar ou usar o escudo para interagir com o cenário, permanecem divertidas e dão fluidez à movimentação. No entanto, essas mecânicas não são suficientes para sustentar o combate durante toda a aventura.
Upgrade no Magnustego, “runas” e customização

Os upgrades no seu escudo são feitos por um NPC chamado Blacksmith, com ferramentas que conseguimos abrindo baús pelo cenário, vencendo corridas e matando inimigos, é possível melhorar os ataques e aprender novas mecânicas do Magnus.
Ainda existem runas, chamadas de “Inscripitions” que podem ser encaixadas no escudo para que ele ganhe algum tipo de atributo como mais força e melhoria no deslizamento pelo cenários.

Além disso, podemos upar nosso personagem na Academia do Cavaleiro (Knight’s Academy). Lá, melhoramos nosso bloqueio, ataque, parry , etc. Não deixe de fazer isso!

A customização do Knightling também está presente no título, podemos trocar a cor do nosso personagem, além disso, o estilo do seu elmo, etc.

Dificuldade e Desempenho
The Knightling oferece três níveis de dificuldade: Fácil, Médio e Difícil, além de um modo Imortal. Eu joguei principalmente no Médio e no Difícil. No modo Difícil, o combate se torna bastante desafiador: os inimigos causam muito dano e o personagem principal, que é um aprendiz em sua trajetória, não possui resistência suficiente para aguentar ataques sem estratégia.

Isso exige uso constante de Parry, bloqueios e habilidades do escudo Magnus para sobreviver. Joguei cerca de 30% do jogo no Difícil e o restante no Médio, e senti que a dificuldade, especialmente na dificuldade mais elevada, pode ser um pouco excessiva para o público-alvo ou para quem prefere uma experiência menos punitiva.
Os inimigos do jogo são bastante repetitivos. Não importa o horário ou a área do mapa, você frequentemente encontrará os mesmos tipos de inimigos, com pequenas variações, tornando o combate menos empolgante com o tempo. O modo Imortal, pelo nome, provavelmente serve para quem quer explorar sem morrer, mas pode prejudicar a imersão ao remover o desafio do combate.

Além disso, a versão que testei apresentou problemas de desempenho e bugs de cenário. Houve quedas de frames em momentos onde o gráfico não justificaria, e não há opções visíveis de “modo desempenho” ou “modo qualidade”. Algumas áreas permitem subir por locais que claramente não deveriam ser acessíveis, explorando falhas do level design, enquanto escadas e objetos funcionam de forma inconsistente. O menu do jogo travava em várias situações, como ao ajustar volume, dificuldade ou idioma, exigindo reiniciar o jogo uma ou duas vezes para destravar.

Vale ressaltar que esta foi uma versão antecipada, e a versão final, pode e deve corrigir muitos desses problemas com atualizações.
Puzzles e Missões
Os puzzles, que antes eram um dos pontos altos, se tornaram confusos e pouco intuitivos. Sem tradução para o português, enigmas que exigem interpretação textual se tornam um verdadeiro desafio. Mesmo usando tradutores, muitas soluções continuam obscuras, e a própria descrição das missões funciona como um enigma.

Um aspecto interessante, no entanto, é o ciclo de dia e noite do jogo. Alguns puzzles só podem ser resolvidos durante o dia, enquanto outros só funcionam à noite. Por exemplo, há enigmas noturnos que exigem a observação das constelações para serem solucionados. Esse dinamismo adiciona variedade e interesse às tarefas, mostrando que nem tudo no jogo é negativo. Além disso, certos inimigos só aparecem à noite e estão ligados a missões secundárias, oferecendo desafios que dependem do horário dentro do jogo.

Falando em missões confusas, uma das mais frustrantes envolve procurar algo “perto de ruínas” no mapa. O problema é que existem várias ruínas espalhadas pelo território de Clesseia, sem qualquer indicação de qual delas é o alvo. Isso obriga o jogador a explorar praticamente às cegas, aumentando a sensação de frustração. Mesmo com a função de rastreamento de missão, o objetivo nem sempre aparece corretamente no mapa, deixando o jogador sem referência.
Esse conjunto de enigmas e missões pode ser cansativo, mas também mostra a complexidade e o desafio que o jogo propõe para quem gosta de exploração e puzzles que exigem raciocínio, planejamento e observação.
Level Design
O level design de The Knightling apresenta inconsistências que comprometem a experiência. O mapa marca corretamente tesouros, corridas contra o relógio com o escudo e o cartógrafo, mas muitas mini-áreas importantes, como cavernas e ruínas, não aparecem no mapa. Isso prejudica especialmente missões principais, dificultando a orientação.

A ausência de localização em português agrava a situação: enigmas e missões exigem interpretação textual, e mesmo com tradutores, o jogador pode ficar perdido. Além disso, falhas no cenário permitem acessar locais que não deveriam ser alcançáveis, enquanto escadas e objetos funcionam de forma inconsistente. Apesar de Clesseia ser visualmente encantadora, essas falhas no level design e na navegação tornam a exploração cansativa e frustrante.
Trilha Sonora e Atmosfera
A trilha sonora continua magnífica. Cada tema reforça a imersão, seja em batalhas ou momentos de exploração. A música tem personalidade própria e conversa com o clima do mundo, mantendo o charme que já havia conquistado na preview.
A atmosfera geral, com cores vibrantes e detalhes encantadores, permanece como ponto forte. No entanto, falhas no level design e repetição das missões prejudicam a sensação de descoberta, diminuindo o impacto visual e emocional do jogo.
Considerações finas desta review de The Knightling
The Knightling é um jogo que mistura momentos de brilho com várias frustrações. O mundo continua encantador, com cores vibrantes, trilha sonora envolvente e mecânicas únicas proporcionadas pelo escudo Magnus, que tornam a exploração divertida e criativa.
No entanto, o jogo também apresenta falhas significativas. O combate se torna repetitivo e travado, bossfights perdem o impacto esperado.
O level design mostra inconsistências, com falhas de cenário que permitem acessar locais indevidos e a impossibilidade de marcar pontos de interesse no mapa, tornando a navegação e a resolução de puzzles mais frustrantes. A ausência de localização em português se faz sentir, obrigando o jogador a recorrer a tradutores e prejudicando a imersão em momentos críticos da história e das missões.
Apesar desses problemas, o jogo ainda possui seu charme. A história, mesmo não sendo memorável, cumpre seu papel, guiando o jogador de maneira coerente e mantendo o interesse em avançar. A exploração continua sendo o ponto alto, e as mecânicas do Magnus proporcionam diversão e variedade.
No fim das contas, The Knightling não se torna uma experiência plenamente satisfatória, mas ainda entrega momentos de prazer para aqueles que gostam de jogos de exploração e puzzles desafiadores. Com ajustes e polimentos na versão final, há potencial para que a experiência melhore, mas, até o momento, exige paciência e dedicação do jogador para superar suas limitações e aproveitar os pontos fortes que o jogo oferece.
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Encanta, mas o amor acaba rápido
The Knightling entrega momentos de encanto, com exploração vibrante, puzzles dinâmicos e o escudo Magnus como protagonista. No entanto, o combate travado, inimigos repetitivos, level design inconsistente e ausência de localização em português tornam a experiência frustrante em certos momentos. Apesar disso, a trilha sonora, a atmosfera e a sensação de descoberta ainda garantem diversão para quem gosta de aventura e exploração, especialmente para jogadores pacientes e curiosos.
O que agrada
- Mundo visualmente encantador
- Trilha sonora magnífica
- Magnus, o escudo, oferece mecânicas únicas
- Puzzles com ciclo de dia e noite
Esqueceram do Brasil
- Combate travado, bossfights sem diversão e inimigos repetitivos
- Puzzles confusos e missões pouco claras
- Level design inconsistente, bugs de cenário e exploração frustrante
- Problemas de desempenho no PS5, quedas de frames e menus travados
- Ausência de localização em português, dificultando a compreensão de missões e enigmas
- Gráficos
- Jogabilidade
- História
- Trilha Sonora
- Desempenho
- Diversão