Após meses de espera, chegou a vez do PS5 receber TMNT: Splintered Fate. O jogo já havia sido disponibilizado em outras plataformas antes e, somente agora, ele vai poder ser desfrutado pelos donos de um console da Sony e Xbox.
Esse review vai ser diferente do que estamos habituados a fazer, mas o motivo é justo. O Jhonatan, nosso colaborador, fez uma análise super detalhada da versão de Nintendo Switch do jogo. Como o jogo é, literalmente, o mesmo, recomendo que você leia o review dele para saber os pormenores da história, combate e mais.
Esse review de TMNT: Splintered Fate no PS5 Pro vai ser uma síntese da minha experiência no PlayStation, logo, ele vai ser focado mais em como o jogo roda na plataforma, o que funciona e o que poderia melhorar.
Um rápido resumo da história
Apesar de ser um roguelite, fiquei surpreso com os aspectos narrativos de Splintered Fate. A Super Evil Megacorp fez um trabalho excelente em construir uma história que justifique, com clareza, a existência do “loop” como mecânica de jogabilidade.
Em Splintered Fate, o icônico Mestre Splinter foi raptado por meio de portais misteriosos. Nossa trupe então se une para vasculhar uma Nova York conturbada para trazer o “pai” de volta pra casa. No final de cada cenário enfrentamos vilões tradicionais da IP como Karai, Bebop e Rocksteady e, claro, o nosso embate final é contra o Destruidor.

Os diálogos possuem atuação de voz e o nível é surpreendentemente acima do que eu esperava, demonstrando o tamanho do carinho que a Super Evil Megacorp tem com a franquia. Não faz muito tempo que eu tive o desprazer de jogar (e platinar) Mutants Unleashed, outro game da franquia TMNT, e a diferença de tratamento aqui é gigantesca.
Santa Pizza!
Como eu mencionei no começo desse texto, eu não vou me aprofundar nas tecnicalidades da jogabilidade. O jogo é um roguelite e funciona de maneira similar à Hades caso você queira um exemplo ilustrativo.
Percorremos as salas, eliminando waves de inimigos e no final dela escolhemos uma recompensa que é variada. A economia do jogo consiste em três tipos de moedas – as Sucatas, usadas numa tentativa do loop, as moedas do dragão e as moedas do sonhador. Essas duas últimas estão ligadas à progressão permanente.
As Moedas do Dragão são usadas para aumentar coisas como a quantidade de esquivas, dano causado, revives e por aí vai. Splintered Fate não reinventa a roda mas ele entrega uma experiência de boa qualidade dentro do gênero.

Só que ao meu ver, ele poderia ser melhor. Temos um desbalanceamento entre as tartarugas. Donatello por exemplo beira a inutilidade, causando pouquíssimo dano. Raphael e Michelangelo são de longe, opções muito melhores e mais completas.
Outro ponto é que um roguelite precisa ser viciante. Splintered Fate acerta no ritmo de progressão. O jogador sente a evolução em cada run e a economia é justa. Contudo, a jogabilidade não é tão prazerosa quanto deveria ser.
Os inimigos são irresponsivos ao dano recebido, falta impacto nos golpes. A sensação é de estar batendo no vento. A equipe acertou nas lutas contra os chefes, eles são mecanicamente ricos e respeitam a lore de TMNT, mas a falta de impacto em cada hit incomoda e muito.

Também notei um escalonamento estranho na curva de dificuldade do jogo. Quando chegamos no Terraço, a última área, os inimigos ganham uma quantidade absurda de HP e dano, tornando os encontros tediosos e longos. Não é nada divertido ficar golpeando uma esponja de dano. Ser tedioso é um defeito grave para um roguelite e isso acontece no trecho dos Terraços.
O outro pilar principal de um roguelike é o fator replay. Existem motivos pra continuar voltando? E felizmente a resposta aqui é sim! As opções de builds são variadas o suficiente para permitir várias e várias tentativas completamente inéditas e temos suporte para o co-op, tornando o jogo automaticamente uma das melhores opções de roguelites para se jogar com amigos.
Dentro do casco
Eu confesso que esperava um nível de polimento maior, afinal, o estúdio teve meses para refinar o jogo. Como mencionei mais acima, não existe impacto no combate e isso reduz muito a sua diversão.
No cenário final da campanha, os Terraços, faltou um senso melhor de escalonamento de HP dos inimigos e ele é uma das partes mais tediosas do jogo, o que é uma pena, afinal, é a última “fase” do loop.
Os efeitos visuais das habilidades também deixa a desejar e não são tão chamativos quanto poderiam ser. A equipe poderia ter estilizado mais as batalhas e os especiais como se fosse um quadrinho jogável e isso definitivamente tornaria a aventura mais charmosa e diferenciada.
No quesito desempenho, não notei nenhuma queda de frame e não tive nenhum bug ou crash, mas isso já era esperado, afinal, o jogo é super leve e não exige muito do hardware do PS5 Pro.
Review de TMNT: Splintered Fate – Vale a pena!
Splintered Fate não revoluciona os roguelites mas entrega uma boa aventura dentro da IP das Tartarugas Ninjas. Divertido, com um ótimo modo co-op e um fator replay generoso, o jogo vai agradar os fãs mais fervorosos do gênero e, claro, da IP.
TMNT: Splintered Fate não é o melhor jogo roguelite já criado mas é um bom exemplar do gênero. Os fãs da franquia vão se esbaldar em um jogo que respeita o tremendo legado das tartarugas.
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som