O tênis não é um esporte muito popular no Brasil. A época em que o esporte gozou de mais popularidade foi, sem dúvidas, nos anos de ouro do ilustre Gustavo Kuerten, o Guga.
Independente disso, o esporte segue resistindo às barreiras de entrada e o ar elitista em que ele carrega, com novos ídolos aparecendo, como é o caso de Bia Haddad.
Essa breve contextualização é importante pra explicar o quanto eu fiquei feliz com o anúncio de TopSpin 2K25. A lendária franquia de tênis havia sido colocado na geladeira e retornou em 2024 em busca de um ace.
Mas será que o retorno faz jus ao finnesse do esporte ou era melhor deixar a saga adormecida? É isso que você vai descobrir nesse review de TopSpin 2K25.
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Honrando a história
Logo no começo da nossa jornada somos agraciados com dois momentos épicos. O primeiro deles é uma releitura da icônica partida entre Federer e Murray. Como se já não bastasse, em seguida começamos a aprender a jogar tênis com ninguém menos que John McEnroe, um dos maiores tenistas da história.
Esse modo, chamado de TopSpin Academy, é extremamente NECESSÁRIO tanto para novatos quanto para amantes do esporte. A jogabilidade de TopSpin 2K25 é incrivelmente complexa e até o nível Fácil é extremamente punitivo.
Temos diversos estilos de jogo, formas diferentes para bater na bola e mecânicas que influenciam diretamente no gameplay, mas, curiosamente, o grande segredo para se sair vitorioso no jogo é ter um timing impecável.
Isso mesmo. Existe uma barra que serve como um indicador de quando se deve bater na bola. Pressione o comando cedo ou tarde demais e dificilmente seu saque ou rebote irá performar do jeito que você imaginou.
Por bem ou por mal, TopSpin 2K25 é um simulador competente de tênis, logo, não espere facilidades ou que o jogo segure em sua mão. Esse é um game para poucos!
Os modos de jogo
TopSpin 2K25 segue a cartilha de praticamente todos os jogos esportivos. Temos o modo Exibição, permitindo que o jogador dispute partidas normais, o MyCareer, que permite que o jogador “se crie” e dispute para chegar no Rank 1 da ATP, o 2K Tour, com desafios diários e a possibilidade de jogar com lendas e o World Tour que é basicamente o 2K Tour mas que pode ser jogado com o nosso “avatar”.
Por fim mas não menos importante, temos a TopSpin Academy, um conjunto de tutoriais que são extremamente essenciais pra se entender os sistemas do jogo e não apanhar tanto nas partidas. É aqui que aprendemos as diferenças entre Lob Shots, Slice Shots, Drop Shots e mais.
O conteúdo é substancial mas se você tiver problemas de conexão, você não vai conseguir desfrutar propriamente de dois modos do jogo que, ao meu ver, são os principais. Além disso, temos uma quantidade diminuta de atletas no game e a ausência de lendas como Novak Djokovic é difícil de não ser notada. Felizmente Federer, Sharapova e Serena estão presentes.
Um ponto muito positivo do jogo é que diversos membros da “nova” geração se fazem presentes como Taylor Fritz, Francis Diafoe, Coco Gauff, Iga Swiatek, Carlos Alcaraz e Ben Shelton. Isso permite que os jogadores tenham um contato virtual com nomes que marcarão os próximos anos do esporte.
No quesito campeonatos, os players estão bem servidos e contamos com a presença dos principais Grand Slams como Wimbledon, Roland Garros, Australian Open e US Open).
O fator replay se faz presente através dos leaderboards online e das temporadas (sim, o jogo tem um Passe de Temporada).
Vida fora da quadra
No geral, senti que o estúdio perdeu a oportunidade de investir na simulação fora das quadras. As recompensas por jogar não são tão convidativas e, em dado momento, mesmo tendo a possibilidade de evoluir treinadores e contratar equipes, esses sistemas acabam sendo básicos demais.
Por ser um esporte relativamente individual, ou seja, temos apenas um atleta e uma equipe de suporte por trás, o estúdio poderia ter investido muito mais nessa parte.
Abordando relacionamentos, viagens, detalhes como patrocínio de marcas e muito mais. O jogo é muito “leve” no gerenciamento e isso acaba gerando um sentimento de incompletude.
Um belo ace
Tecnicamente falando, TopSpin 2K25 faz jus a nova geração. Os visuais são belos, a trilha sonora está ótima com músicas conhecidas e, graças ao DualSense, a experiência de jogar no PS5 está estupenda.
Podemos sentir o impacto da raquete ao golpear as bolas, a fricção do calçado dos jogadores com o chão, que varia mediante o tipo de quadra e muito mais.
No quesito desempenho, o que mais me incomodou foi o loading pra navegar entre os menus. Existe um delay que se torna chato por conta da frequência em que ele acontece.
Mas os dois maiores problemas da parte técnica do jogo são a falta de localização, algo que já se tornou corriqueiro para a 2K e a qualidade péssima de conexão. Como boa parte do conteúdo é online, isso acaba sendo um problema grave.
Eu não consegui jogar uma partida sem que tivesse problemas de conexão. E esses problemas me fizeram perder pontos bobos várias vezes. Eu testei a Internet no Wi-Fi, cabo e tentei até o 5G do celular e o problema persistiu.
Como eu jogo frequentemente outros títulos online, como Call of Duty e Battlefield, com latência inferior a 25 MS e sem desconexões, me parece se tratar de um problema dos próprios servidores do jogo.
Review de TopSpin 2K25: Vale a Pena!
TopSpin 2K25 é um dos melhores simuladores de tênis já criados. O estúdio Hangar 13 capturou a essência do esporte com maestria, adicionando todos os pormenores do que significa praticar o esporte e o nível exigido para jogar o mesmo de maneira competitiva.
O problema é que o título pouco faz para abraçar novatos e jogadores casuais, portanto, se esse for o seu caso, eu não recomendo a compra. O jogo dialoga exclusivamente com entusiastas pelo esporte que sentem vontade de aprender e estão dispostos a dedicar incontáveis horas para entender como o tênis funciona.
TopSpin 2K25 faz jus ao legado da franquia, entregando um ótimo simulador de tênis que, apesar de não ser pra todos, concede mais visibilidade a um dos melhores esportes do planeta.
- Conteúdo
- Jogabilidade
- Fator Replay
- Desempenho
- Visuais
- Trilha Sonora