E cá estamos mais uma vez analisando uma DLC de Total War: Warhammer 3, a Tides of Torment. Após literalmente um ano sem novos conteúdos pagos lançados para o jogo Em decorrencia de patches emergenciais e reformulaçao da DLC sombras da mudanca, podemos dizer que a Creative assembly precisa entregar algo muito bom para saciar os fas famintos da franquia, vamos ver se conseguiram!
Os escolhidos do momento foram os Elfos nobres de Athel Loren, os Norscans das tribos selvagens do norte e os demônios hedonistas de Slaanesh, uma seleção em minha opinião muito bem escolhida, tendo em vista que Norsca, por muitos anos, era tida como a raça mais fraca do jogo, Slaanesh era a única raça do caos a ter apenas um lorde lendário e os Elfos nobres, apesar de serem uma das raças mais completas do jogo, estava carente de um representante de uma das características mais famosas de seu povo, que veremos mais para frente.
Elfos nobres
Começando com a única raça da Ordem e a que menos me agradou nessa DLC, nao por ser ruim, mas sim por ser a menos necessária, temos o Senhor dos Mares Aislinn, um indivíduo que, mesmo comparado a um grupo extremamente orgulhoso e pujante como os elfos nobres, se destaca por ser especialmente implacável e crente da superioridade de sua raça, facilmente optando por decisões questionáveis, como atiçar conflitos com outras raças e ignorar pactos diplomáticos se isso trazer resultados positivos consideráveis.
Apesar desses problemas, Aislinn possui um respeito total de suas tropas e resultados competentes em todas suas jornadas, o que acaba resultando em uma liberdade de decisões que poucos de sua nação possuem.

No jogo, ele finalmente foca no aspecto naval dos elfos nobres, que juntamente com seus “primos”, os elfos negros, são tidos como os melhores navegadores do mundo de Warhammer (pelo menos entre os vivos).
Os Navios- Dragões são um dos focos da jornada de Aislinn, servindo como embarcaçoes gigantescas que auxiliam em combate, e atuando também como base de operações dos lordes, já que uma das mecânicas únicas dessa campanha é entregar cidades e fortalezas conquistadas para outros lordes elfos chamados de patronos, cada um concedendo buffs e aspectos positivos para nosso caminho de dominação Asur.
As novas unidades são um meio termo entre redundantes e muito bem feitas, com os destaques ficando para os cortacéus do lothern e principalmente para a gigantesca Serpe marinha, uma criatura extremamente durável e disruptiva para os campos de batalha.

Norsca
Em seguida temos Sayl, o infiel, representando as tribos norscanas do extremo norte do mundo, grupos selvagens cuja devoção aos deuses do chaos muitas vezes são necessárias para sequer viver nessa região inóspita.
Apesar de Norsca ser uma raça muito focada em poder bruto e direto, Sayl traz consigo uma direção mais focada em magia e ilusão, utilizando as magias do caos para enganar seus inimigos e trair seus aliados (Deuses do Caos inclusos), Sayl mais que qualquer outro Norscano pensa apenas em seu ganho individual.

Essa característica infiel e ardilosa do Sayl é muito bem representada no jogo, com as mecânicas de manipulação sendo parte integral da campanha, podendo destruir muralhas com infiltrados, assassinar lordes do outro lado do mundo com devotos do caos absorvidos por exércitos inimigos ou até coagir toda uma raça a romper seus laços diplomáticos e entrar em guerra com todos ao seu redor.
Porém, apesar de ser muito poderosa, as manipulações podem atrair a fúria dos Deuses do caos, que percebem que Sayl utiliza seus poderes provenientes do caos apenas para beneficio próprio, o que pode acarretar em exércitos lhe invadindo nas piores horas.
Além das manipulações, podemos também construir altares com objetivo de iniciar rituais sombrios, eventos que atraem tanto poderes enormes como também a atenção das forças da Ordem, que tentam a todo momento exterminar as forças do caos. As unidades que mais chamam atenção no lado de Norsca são o ettin amaldiçoado, a quimera e o poderoso herói lendário Beorg marca de urso, um homem-urso absurdamente forte.

Demônios de Slaanesh
Por fim, temos a raça que recebe dois lordes lendários dessa vez, os demônios de Slaanesh, representados por Dechala, a negada, e pela Máscara de Slaanesh, lorde gratuito para todos os jogadores com o lançamento da DLC. Dechala é a representação mais egoísta da doutrina do deus do hedonismo, não basta experimentar prazeres e deleites com outros, apenas ela deve sentir total exaltação e comprazimento, mesmo que o custo seja o tormento eterno de seus seguidores.
Experimentamos isso dentro do jogo de forma muito bem feita, podendo construir acampamento de escravos que arrecadam servos de todos os lugares, cidadelas de atormentadores que recrutam unidades poderosas de combate e, por fim, os gigantescos. Palácios dos prazeres, que acumulam melhorias e buffs para todo seu exército, além de ser a principal forma de geração de decadência, recurso utilizado para ativar as mecânicas mais poderosas da campanha.

O último lorde dessa DLC, surpreendentemente muito bem feito por ser gratuita, é a Máscara de Slaanesh, uma demonete que já foi tida como a melhor dançarina nos olhos do deus do caos Slaanesh, mas que após uma batalha perdida para Khorne e Nurgle, sentiu tons de desprezo e ridicularização na dança de seu servo, e em um momento de ódio a amaldiçoou, renegando-a sem nome e obrigando-a a dançar sem parar pelo resto da eternidade.
A mecânica dessa dança dentro do jogo é muito bem representada pela mecânica de “dança eterna”, onde podemos acumular “tempo” com batalhas vencidas, escolher o tema da dança e os passos a serem efetuados, resultando em dezenas de combinações para buffar suas tropas, aumentar as riquezas ao lotear uma cidade ou até mesmo liberar magias poderosas no campo de batalha.
Slaanesh não obteve muitas unidades “chamativas”, mas diria que são as mais impactantes, finalmente tendo atacantes de longa distância no elenco e com os caçadores de prazeres trazendo talvez a cavalaria monstruosa mais rápida do jogo.

Review de Total War – Warhammer 3: Tides of Torment – Vale a Pena?
Tides of Torment entra facilmente no top 5 das melhores DLCs que a Creative Assembly já entregou em muito tempo, entregando finalmente um foco maior dos elfos na navegação, reformulando a raça mais fraca do jogo desde seu lançamento e terminando o ciclo dos 4 deuses do caos com Slaanesh.
Nada é perfeito, e consigo ver como focar em uma raça tão completa como Elfos nobres e não entregar unidades tão fantásticas para Slaanesh e Norsca pode enraivecer algumas pessoas, mas com certeza os pontos positivos da DLC vão satisfazer os jogadores até o lançamento da praticamente já anunciada DLC de Nagash no próximo ano.
Tides of Torment é uma das melhores DLCs entregues pela Creative Assembly nos ultimos anos, complementando raças que faltavam com identidade completa, reformulando as que estavam abandonadas e completando onde necessário, abrindo caminho para DLCs ainda melhores no futuro.
Pontos positivos
- Completando finalmente as raças do caos
- Adição de unidades que faziam falta no elenco
- Desempenho bom e zero bugs
Pontos negativos
- Elfos Nobres talvez não precisavam dessa atenção
- Poucas unidades visualmente atrativas
- Mecânicas não tao aprofundadas como das melhores DLCs até então
- Narrativa
- Narrativa
- Gráficos
- Trilha/efeitos sonoros
- Desempenho/Bugs
