Unicorn Overlord é o mais novo jogo da Vanillaware, desenvolvedora de um dos meus jogos favoritos de todos os tempos – 13 Sentinels: Aegis Rim. O jogo é publicado pela Atlus, publisher que está em uma crescente absurda com os novos Like a Dragon e Persona. Será que esse novo lançamento continuará a sequência incrível ou será um ponto fora da curva?
Vem comigo nessa review de Unicorn Overlord!
Ode aos clássicos
Unicorn Overlord é um jogo de estratégia em tempo real muito inspirado em clássicos do combate tático como Ogre Battle e Fire Emblem, com batalhas entre esquadrões de personagens com classes e habilidades distintas, além de conter também pinceladas de Final Fantasy Tactics e Final Fantasy 12, com suas táticas claramente inspiradas nos Gambits da famosa franquia de JRPG. Mas não se engane, Unicorn Overlord traz novidades o suficiente para conseguir se destacar entre esses gigantes, com adições ao gênero de RPGs táticos que realmente me surpreenderam, como veremos a seguir.
Historia simples, mas charmosa
A narrativa do jogo começa com a queda do Reino de Cornia pelas mãos do antagonista Galerius, general condecorado que resolveu trair Cornia para se tornar o novo Rei do autoproclamado império mundial de Zenoira, matando a Rainha e mãe de nosso protagonista como resultado. Alain consegue fugir e se esconder por 10 anos com ajuda de seu guarda-costas Josef, treinando e planejando durante todo esse tempo com o objetivo de criar o exército da libertação, derrotar Galerius e livrar Cornia e os outros países das mãos do império de Zenoira.
A história do jogo não entrega muitas novidades para o gênero, mas a localização excelente dos diálogos, um glossário repleto de informações dos reinos, organizações e uma variedade de personagens absurdas como elfos e homens-leões recrutáveis para o exército da libertação sempre deixam o progresso fresco e pouco cansativo, entregando uma narrativa gostosa de acompanhar e com algumas reviravoltas bem interessantes.
Táticas avançadas e robustas
O gameplay de Unicorn Overlord é dividido em 2 partes: O mundo aberto totalmente explorável, no qual algumas das atividades é a coleta de recursos, compra de armas e consumíveis, recrutamento de personagens e completar as várias missões secundárias do jogo.
A outra parte da jogatina se passa nos mapas de combate, no qual comandamos vários esquadrões de até 5 personagens para derrotar inimigos e com objetivo final (na maioria das vezes) de derrotar o comandante inimigo. Falando assim pode até parecer simples demais, mas a combinação de diversos ataques, passivas, habilidades concedidas por dezenas de itens equipáveis e um sistema de “counter”, como, por exemplo, arqueiros dando o dobro de dano em unidades voadoras, entrega um combate extremamente engajador e tático, principalmente com o sistema de táticas totalmente inspirado nos Gambits de Final Fantasy 12, aumentando ainda mais as estratégias possíveis.
Um sistema de afeição muito parecido com o de Fire Emblem se encontra no jogo, com personagens liberando diálogos e status adicionais quando lutam lado a lado com outros integrantes de nosso exército, sistema que impacta até na história principal do jogo.
O game também possui um sistema de Coliseu, com batalhas gradativamente mais altas que liberam moedas exclusivas para serem gastas na sua loja, com itens extremamente poderosos e até a liberação de uma classe exclusiva se você derrotar todos os adversários e se consagrar campeão do Coliseu. O local conta até com um sistema de PvP bem interessante, onde batalhamos contra esquadrões de outros jogadores num sistema ranqueado e com recompensas.
Entretanto, mesmo jogando na maior dificuldade do jogo, foram poucas às vezes em que realmente precisei reiniciar uma fase do zero ou repensar totalmente a composição dos meus esquadrões, mas isso pode ser resultado do meu estilo de gameplay, focado em fazer absolutamente todo conteúdo secundário disponível e centenas de horas de experiência com outros jogos táticos. Acredito que para um jogador menos acostumado com o gênero ou que foque mais na campanha tenha, sim, mais dificuldades.
Direção de arte com o (maravilhoso) padrão Vanillaware
Quem jogou outros títulos da Vanillaware sabe do que estou falando. O design e arte de Unicorn Overlord é talvez o maior ponto positivo do jogo. Paisagens lindíssimas, movimentações dos personagens fluidas e leves, menus extremamente originais e animações de combate que são difíceis de pular mesmo dezenas de horas dentro do jogo. Praticamente a todo momento do jogo somos bombardeados com visuais que são um deleite aos olhos.
A trilha sonora e efeitos também fazem jus à qualidade do estúdio, com ataques de Cavalheiros que passam a sensação do impacto de forma excelente e o ruído de armaduras extremamente pesadas sendo arrastadas pelos legionários blindados, e com uma faixa musical em particular que vai ser muito difícil tirar da minha playlist por muito tempo.
Porém é na direção de arte que também encontro o maior ponto negativo do jogo: a pouca exclusividade de classes e visuais únicos dos personagens. Fire Emblem é claramente uma das inspirações de Unicorn Overlord, e em Engage, ultimo jogo da franquia, praticamente todo o meu time principal era composto por classes exclusivas, com visuais, animações e até habilidades pertencentes à apenas um personagem, entregando uma variedade massiva no combate e customização da jogatina.
Unicorn conta infelizmente com pouquíssimas classes exclusivas, com praticamente 90% dos personagens recrutáveis compartilhando animações e visuais com inimigos padrões do jogo, o que acarreta num sentimento genérico e de pouca novidade durante o game.
Liso e leve
Por conta do estilo de jogo de Unicorn Overlord, não é surpresa que o jogo roda extremamente bem no PlayStation 5, com uma resolução bem nítida, nenhum problema de desempenho e com zero bugs durante minha jogatina, com exceção de uma habilidade que estava com sua descrição errada, mas que a Atlus já reconheceu e pretende consertar. Infelizmente não notei as funções do DualSense sendo bem utilizadas no jogo, com apenas vibrações padrões sendo usadas.
Review de Unicorn Overlord – Vale muito a pena!
Unicorn Overlord infelizmente peca em alguns pontos que considero essenciais no gênero, como variedade de classes exclusivas e dificuldade desafiadora durante todo o jogo, mas continua sendo praticamente obrigatório para os amantes de RPGs táticos, entregando uma história simples, mas cativante, um gameplay inspirado nos melhores da categoria, abundância de conteúdo e com visuais e trilhas dignas das saudosas animações e jogos 2D.
- Narrativa/Lore
- Jogabilidade
- Conteúdo Secundário
- Desempenho
- Visuais
- Som