V Rising é o mais recente título da Stunlock Studios, conhecida por títulos como battlerite que chamou a atenção na época que foi lançado mas caiu em esquecimento por falta de atualizações, após aprenderem essa lição o estúdio decidiu trabalhar em V Rising no formato de acesso antecipado por quase dois anos e no dia 8 de maio, lançou o título em sua versão 1.0, vamos conferir como ficou essa versão completa?
A premissa de V Rising
O jogo começa com uma animação que narra uma história interessante: veja, em um momento nós vampiros dominávamos a terra e as noites, mas os humanos nos derrotaram e quase nos exterminaram. Para sobreviver, nos escondemos nas profundezas das criptas. No entanto, chegou a hora de mudar isso e reconquistar o que é nosso, subindo novamente ao topo da cadeia alimentar deste mundo de trevas e monstros.
Embora o título não apresente uma história muito elaborada, ele nos dá uma ideia clara e define um objetivo a ser alcançado. É uma premissa simples, mas eficaz. No entanto, há sempre espaço para melhorias. Os chefes que enfrentamos ao longo do jogo possuem títulos cujo significado não é claro. Acredito que a narrativa poderia ser enriquecida com a inclusão de arquivos de texto que proporcionariam mais profundidade aos chefes e ao mundo do jogo.
Em outras palavras, além da introdução inicial, não há outras cenas, desenvolvimento de personagens ou história. Após a definição do objetivo inicial, seguimos até o final do jogo enfrentando diversos chefes cuja identidade e relevância não são exploradas, representando uma oportunidade desperdiçada.
A sobrevivência de um vampiro
Não demora muito para sermos lançados novamente neste mundo hostil, repleto de inimigos. Para garantir nosso sucesso, é crucial estabelecer uma base, que será nosso castelo. Esta é a parte de sobrevivência do jogo. O jogador deve buscar recursos para aprimorar suas ferramentas e mesas de trabalho, permitindo a produção de diferentes armaduras e armas para nosso vampiro.
A construção e personalização do castelo é um aspecto divertido do jogo. Podemos organizar baús, máquinas e mesas de trabalho de acordo com nossas preferências. Os recursos são geralmente obtidos em abundância, mas a demanda por eles é alta. No entanto, algo que incomoda bastante é o tempo necessário para produzir itens. Por exemplo, transformar toras de madeira em tábuas leva 30 segundos, e frequentemente precisamos de 300 tábuas, o que totaliza 9.000 segundos, ou 150 minutos, até que essas tábuas estejam prontas.
Esse tempo de produção existe porque o jogo é pensado para ser jogado em um servidor com outros jogadores, de modo que ninguém se sobressaia. Os desenvolvedores decidiram que haveria uma grande necessidade de recursos e um longo tempo de produção de itens para equilibrar a experiência online. No entanto, para uma experiência solo ou cooperativa, isso pode resultar em um tempo ocioso e arrastado.
A luta de um vampiro
Com o castelo pronto e as armas forjadas, é hora de entrar em combate. O jogo possui um mundo aberto fixo, com o mesmo mapa para todos os jogadores e servidores. Nesse mapa, encontramos uma grande variedade de inimigos com diferentes níveis e acampamentos espalhados. Entrar em combate é um passo crucial para a progressão do jogo, já que alguns itens e materiais só podem ser obtidos derrotando inimigos específicos pelo mundo.
Além disso, enfrentamos chefes através do sistema de “Sangue V”, onde podemos rastrear o cheiro do sangue de chefes disponíveis no mapa. Isso também significa que há chances de encontrarmos um chefe durante a exploração. Esses chefes guardam projetos importantes para a progressão, por exemplo, derrotar o chefe minerador possuído permite que criemos máquinas para transformar pedras em tijolos.
O combate em V Rising se assemelha bastante ao de Diablo, mas de maneira mais cadenciada. Temos à disposição diferentes armas, cada uma com golpes e habilidades próprias. Além disso, podemos adquirir habilidades mágicas, como transformar-se em lobo, conjurar uma orbe de caos ou lançar feitiços defensivos. O combate é ágil e divertido, permitindo lidar facilmente com numerosos inimigos normais simultaneamente, mas exigindo todo o nosso conhecimento e habilidade em lutas um contra um com chefes.
Não demora muito para entendermos o ciclo de jogabilidade: coletamos recursos, evoluímos nosso castelo, ferramentas e armas, e enfrentamos o próximo chefe da lista de “Sangue V”. Em minha experiência, joguei de forma cooperativa com mais dois amigos. Realizar todos os objetivos definidos pelo jogo e por nós tornou-se uma experiência bastante ágil. No entanto, enfrentar os chefes foi relativamente fácil, pois eles não recebem ajustes de dano ou vida para acomodar um maior número de jogadores simultâneos. Isso é um problema, pois trivializa a jogabilidade e elimina o desafio.
A progressão de um vampiro
O nível do nosso vampiro é definido de acordo com os equipamentos que temos à disposição. Armas, acessórios e armaduras se combinam para formar o nosso nível e definir nosso dano de ataque, defesa e dano mágico. Sendo assim, estamos constantemente buscando itens melhores para enfrentarmos chefes mais fortes.
Além disso, cada tipo de arma possui duas habilidades diferentes que agregam muito ao conjunto de golpes das armas. Para complementar, temos o livro de feitiços que oferece diferentes magias ativas e passivas de gelo, caos, sangue e outros, que podem ser ocupadas em quatro slots para formar o nosso kit de habilidades. Contudo, é um número muito pequeno de slots para a variedade de habilidades disponíveis. De certa forma, você se sente limitado e acaba com pontos de habilidades sem uso.
Aspectos técnicos e artísticos
O título adota gráficos estilizados, quase cartoonizados, mas os desenvolvedores aproveitam isso de maneira excelente para criar ambientes únicos neste mundo. As áreas são facilmente reconhecíveis pela cor da grama ou pelas estruturas presentes, o que proporciona uma ambientação excelente ao longo de todo o mapa.
Quanto à trilha sonora, ela é bastante ausente, mas isso não prejudica a experiência. Conseguimos ouvir claramente os sons do mundo hostil e dos monstros que percorrem o ambiente. Por outro lado, os sons dos golpes e das magias são bem elaborados, garantindo uma imersão satisfatória durante as batalhas. Assim, enquanto as músicas podem não se destacar, o trabalho sonoro geral é de boa qualidade.
Como resultado do período de Acesso Antecipado, V Rising rodou muito bem durante as minhas 25 horas de jogo. Em nenhum momento encontrei bugs ou glitches, mesmo jogando online com os amigos. A experiência não foi comprometida de forma alguma, o que demonstra o quão benéfico é quando um título passa por acesso antecipado e os desenvolvedores têm a oportunidade de otimizá-lo. Este é um excelente exemplo de como a colaboração entre os jogadores e os desenvolvedores pode resultar em um produto final mais sólido e satisfatório para todos os envolvidos.
V Rising – Vale a Pena?
Sim, apesar de algumas limitações apontadas, como o tempo de produção de itens e o combate facilitado em modo cooperativo, a experiência, no geral, foi bem divertida. A progressão constante e o ciclo de jogabilidade mantêm o jogador sempre ativo e, de certa forma, podem mantê-lo preso por horas. É sempre satisfatório derrotar um chefe e desbloquear um projeto para uma nova máquina ou arma, que vão deixá-lo cada vez mais próximo de poder derrotar o próximo chefe.
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Trilha Sonora