A Koei Tecmo e a Omega Force são conhecidas (e creditadas) como as criadoras do gênero Musou. Em jogos deste tipo, o jogador é lançado em um campo de batalha com generais lendários e milhares de inimigos.
O exemplar mais recente do gênero, Dynasty Warriors: Origins, revitalizou a fórmula e já ultrapassou a marca de 1 milhão de unidades vendidas.
Com o apetite por mais, a Koei anunciou (e lançou) de surpresa Warriors: Abyss, um novo spin-off que flerta com o gênero musou e o roguelike, entregando uma experiência bem diferente dentro da franquia.
Pense em uma mistura de Vampire Survivors com Dynasty Warriors, essa é a descrição perfeita de Warriors: Abyss. Mas será que essa proposta funciona e diverte? É isso que você vai descobrir em nosso review de Warriors: Abyss.
“Roguemusoulike”
A proposta de Warriors: Abyss é óbvia: apresentar uma nova roupagem para os fãs da IP “Warriors” com um DNA próprio. Ele segue algumas trends de mercado que, quando unidas com a identidade da Koei Tecmo, se torna uma experiência bem particular dentro da indústria.
O alicerce principal de Abyss é o gênero roguelike, portanto, a dificuldade é um pouco mais acima do que boa parte dos títulos. Apesar dessa aproximação com o gênero, a quantidade gigantesca de inimigos na tela, uma das marcas registradas do Musou, permanece aqui.

As hordas de inimigos são gigantescas e extremamente agressivas. O timing correto da esquiva é profundamente essencial para se manter vivo, afinal, o seu uso não é ilimitado e o jogador precisa estar atento ao tempo de recarga.
No final de cada fase, precisamos fazer uma escolha com alguns caminhos possíveis:
- Recrutar um aliado aleatório
- Recrutar um aliado de um emblema específico
- Acesso à loja de itens
- Aumento e recuperação de vida
- Moeda do jogo extra
O jogo é consideravelmente extenso, tendo ao todo 4 mapas, cada mapa possui um total de 8 fases que são totalmente aleatórias. Ao final das 8 fases do mapa temos uma batalha de chefe, que confesso a vocês que pode se tornar algo desafiador.

Os chefes possuem combos variados e, ao dar muito dano em um chefe, você o nocauteia por um tempo. Se você não conseguir derrotar ele nesse meio tempo, ele consegue trazer tropas aliadas para vir te atacar. Isso deixa as lutas mais desafiadoras e adiciona um senso interessante de urgência.

Um grande ponto negativo é a falta de localização dos textos para o nosso idioma. A prática, infelizmente, tem sido meio que comum para a Koei Tecmo. Resta sonhar para que um dia isso mude.
Diversos caminhos em Warriors: Abyss
Um detalhe formidável de Warriors: Abyss é a quantidade gigantesca de personagens presentes no jogo. São 86 personagens, cada personagem conta com um sistema de combos e um sistema de afinidade com outros personagens.
Com essa grande variação de personagens, consequentemente temos milhões de combinações disponíveis. Para cada personagem que escolhemos podemos ter 6 aliados ativos em nosso grupo, onde podemos usar suas habilidades para termos vantagens em campo.

Fora isso podemos ter mais personagens disponíveis como um reforço que acabam fornecendo suas habilidades passivas, aumentando nossa vantagem em campo. Podemos também alterar a nossa formação de batalha. Ela tem impacto direto no nosso poder de ataque. Escolher a formação mais adequada aumenta o poder de ataque e até gera modificações das habilidades.
O jogo também conta com um sistema de árvore de habilidades chamado Emblemas. Cada emblema representa uma árvore de habilidades passivas que concedem vantagens estratégicas.

As vantagens de cada emblema são ativadas através do recrutamento de aliados específicos. Cada emblema fornece um conjunto de vantagens e melhorias em combate, tornando essencial analisar quais são os melhores com o seu personagem para maximizar o dano que pode ser causado.
Hall das almas ligadas
Certamente essa é uma das melhores inovações que trouxeram ao gênero. O Hall das Almas Ligadas é uma espécie de árvore de personagens e buffs.
Ao final de cada jogatina, recebemos a Brasa de Carmas, que funciona como a experiência do jogo. Com ela, podemos desbloquear novos personagens jogáveis, e cada novo guerreiro adicionado ao nosso elenco também melhora os nossos atributos, como vida, defesa ou ataque, dependendo da escolha feita.

Além disso, podemos usar a Brasa de Carmas para obter vantagens adicionais, como aumentar a taxa de drop desse recurso ou a quantidade de Lágrimas de Sangue, a moeda do jogo.

A lágrima de sangue é uma moeda que usamos durante as partidas. Gastamos essas lágrimas na loja para comprar estratégias e recrutar aliados, expandindo ainda mais nossas opções táticas naquela run.
O desempenho
Bom certamente a Koei Tecmo mais uma vez provou que está adepta a inovações e marcando presença na nova geração. Entregando um jogo inovador e bastante viciante, fornecendo horas de diversão.
Em relação às tecnologias do console, temos presente como de costume o modo qualidade e o modo performance. O jogo está rodando muito bem no PS5.

Durante minha jogatina não me deparei com nenhum bug ou queda de frames. Fiquei impressionado com a quantidade de inimigos na tela e em nenhum momento o fps caiu, mantendo-se fixo mesmo com tanta coisa acontecendo na tela.
Um ponto negativo é que o DualSense foi pouco explorado no título, quem sabe no futuro podemos ver a desenvolvedora explorar mais os recursos do controle.
Review de Warriors: Abbys – Vale a Pena?
A Koei Tecmo conseguiu usar uma de suas principais IPs para entregar uma proposta diferente do comum e que garante horas e horas de diversão frenética. Pode-se dizer, com tranquilidade, que Warriors: Abyss é o “puro suco de videogame”.

No fim das contas, o jogo consegue conversar muito bem com os dois públicos que ele seleciona como alvos: os fãs do gênero roguelike e, claro, a comunidade crescente de jogadores que adoram a franquia Warriors. Mesmo se tratando de um spin-off, Abyss segue à risca o DNA muito bem definido pela Koei Tecmo.
Pontos Positivos
- Ótimo nível de desafio
- Variedade absurda na jogabilidade
- Excelente fusão de ideias
Pontos Negativos
- Mapas com pouca variedade
- História rasa
- Visuais deixam a desejar
- Sem PT-BR
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Trilha Sonora