We Are OFK se posiciona como uma “série interativa” desenvolvida pelo estúdio Team OFK. Ela conta a história de como um grupo de quatro amigos conseguiram lançar um disco de estreia em meio às dificuldades da vida. Com uma proposta bem inusitada e diria até que única, será que vale a pena dar uma chance para a história? É isso que você vai descobrir neste review!
A cidade dos anjos
A história de We Are OFK é ambientada em Los Angeles, destino dos sonhos para praticamente qualquer pessoa que sonha em ser um artista/influencer/qualquer coisa de sucesso. Tida por muitos como a terra das grandes oportunidades, a cidade serve como um chamariz enorme para milhões de pessoas. Isso acaba gerando uma série de consequências com um enorme impacto cultural. As oportunidades acabam se tornando escassas e caríssimas. Não é segredo que o preço do aluguel em Los Angeles é um dos mais caros do mundo. Agora você deve estar se perguntando, por que diabos estou falando sobre isso em um review de uma série interativa?
Muito mais do que a história sobre a formação de uma banda, We Are OFK é um conto sobre a vida real e os desafios da mesma. Se você está na faixa dos 20 aos 30 anos, vai se identificar demais com muitos dos temas retratados na jornada. A necessidade de pagar as contas, a busca por um amor, o fato de estar preso em um trabalho que odeia.. A narrativa aborda uma história real e que gera fácil identificação.
Se dedicar integralmente ao que nós amamos ou focar em um trabalho detestável mas que paga as contas? Visando o seu público alvo, que imagino ser as pessoas na faixa etária citada acima, temos diversas referências a obras de outros formatos de mídia, como Prison Break e Flashforward. Os games também se configuram como uma peça chave no background da história. Os diálogos e a estética são autênticos e “descolados”, indicando que a equipe quis focar numa geração específica de pessoas.
A dureza de crescer
Dividido em formato episódico, uma das primeiras lições de We Are OFK é a seguinte: crescer é um processo doloroso e solitário. Mesmo estando cercado de amigos e família, no fundo, apenas nós sabemos o que se passa no interior e os efeitos que a vida gera em nossa mente e espírito.
Essa é apenas uma das diversas lições presentes de maneira subjetiva na história do game. O problema é a forma em que essa narrativa ocorre. As interrupções são frequentes e acontecem em forma de mensagens de texto no celular. Para uma série que se autodenomina interativa, os elementos interativos são bem poucos. A presença exagerada dessas mensagens de texto acaba gerando diversas quebras no ritmo e na construção das cenas e diminui e muito a vontade e o interesse em saber o que vem a seguir na história.
Como a presença de textos é bem grande, isso acaba gerando um problema para os jogadores brasileiros. O título não conta com localização em PT-BR, o que prejudica o entendimento dos diálogos e da história. O principal destaque na “jogabilidade” são os momentos em que o jogo se torna um clipe musical interativo, apresentando minigames e músicas excelentes.
We Are OFK: Vale a Pena?
Como deixei claro no texto, We Are OFK não é um jogo mas sim uma série interativa sobre a formação de uma banda indie em Los Angeles. Com músicas excelentes e uma estética fantástica, deixo a minha recomendação do jogo caso você goste bastante do tema. Caso contrário, não consigo pensar em nenhum motivo para recomendar o game. A história apresenta lições valiosas sobre o peso de ser um adulto, contudo, elas acabam sendo atrapalhadas por mensagens de texto irritantes. Bom, talvez até isso seja um reflexo do quanto a proposta é sublime. Os jovens estão de fato deixando de viver, presos em seus celulares.
PS: Este review foi feito com um código de PS5 cedido pela assessoria da Team OFK.