WrestleQuest é um jogo desenvolvido pela Mega Cat Studios e publicado pela Skybound Games. Ele combina a temática de luta livre profissional (Wrestling em inglês) com elementos de jogos de RPG japoneses. O jogo foi lançado em 22 de agosto de 2023 e está disponível nas plataformas Windows PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X e Series S, Nintendo Switch e Netflix Games.
O enredo de WrestleQuest
Em WrestleQuest, vivemos as aventuras de dois protagonistas, Muchacho Man e Brink Logan, e suas respectivas equipes (algo comum no gênero RPG), em busca de alcançar o título de campeão da luta livre profissional. Muchacho Man é um novo lutador que acredita que tudo na luta livre é real.
Brink quer se tornar um campeão, mas também se preocupa em não prejudicar os negócios da empresa de sua família, chefiada pelo seu pai – “Painho Logan” em Português do Brasil. (a localização merece um parágrafo especifico.)
Esses dois personagens chamam a atenção do Sr. L. F. Font, proprietário da PAW, a maior organização de luta livre. O Sr. Font não está satisfeito em apenas estar no topo; ele quer controlar toda a luta livre e usa táticas comerciais agressivas e métodos ilegais para isso.
Os caminhos de ambos se cruzam enquanto lutam para salvar não apenas o mundo da luta livre profissional e a própria realidade…
…porém, todos os personagens não passam de brinquedos! Isso mesmo, brinquedos, neste mundo chamado A Caixa de Brinquedos.
Jogabilidade
A princípio, o tema luta livre pode não ser o mais popular em terras tupiniquins, especialmente hoje, como um dia pôde ter sido quando canais de TV aberta transmitiam as “lutas” em meados dos anos 90. O jogo apresenta muitas referencias a este mundo da luta livre encenada, desde a nomenclatura dos movimentos até animações dos golpes. Aliado a isso, temos os elementos de combate dos RPG da era 16 bits, em sua maioria japoneses, ou seja: combate por turno.
São estes os pilares que sustentam a jogabilidade em WrestleQuest.
Há um mapa com várias regiões disponíveis para que possamos explorar enquanto avançamos nas histórias de nossos protagonistas. O level design é típico do gênero, entao é bastante tranquilo e intuitivo caminhar ou correr (a diferença na velocidade não é tão acentuada, infelizmente) através do mapa. Entretanto, a todo momento vemos os inimigos em tela para que possamos decidir engajar em uma luta ou evitá-la; ou seja não há encontros aleatórios – para a alegria de muitos.
O combate propriamente dito é tranquilo, visto que, como dito acima, é por turnos, porém quase todas as ações que escolhemos durante o combate são acompanhadas de pequenos momentos de QTE (quick-time event) fazendo com que os jogadores e jogadoras precisem participar da execução dos golpes apertando botoes de confirmação.
Dessa forma, há um equilíbrio interessante entre a estratégia por turnos incrementada com elementos de ação.
Se usarmos os mesmos golpes sempre, corremos o risco de deixar a audiência entediada, fazendo com a barra de Hype (Euforia, na versão brasileira) diminua. Caso isso aconteça, os inimigos ficam mais fortes. Se os jogadores usarem uma variedade de movimentos e estratégias de luta livre, poderão aumentar a barra de Hype para desbloquear movimentos bônus e especiais. Outro elemento de luta livre no combate é o sistema de imobilização, que nada mais é do que outro QTE.
Alguns inimigos podem ser derrotados reduzindo seus pontos de vida a zero, enquanto outros precisam ser imobilizados, como em uma luta livre.
Entretanto, algumas mecânicas e opções de combate ficarão disponíveis apenas após várias horas de jogatina. Uma decisão não muito interessante, na minha opinião.
Os jogadores podem personalizar sua rotina de entrada e saída das lutas, escolhendo a música tema, a pirotecnia e os efeitos. Antes das lutas contra chefes, os jogadores podem provocar verbalmente seus oponentes, permitindo que você comece a luta com a barra de Hype já cheia ou perto de estar cheia.
Podemos escolher o estilo de luta de nossos personagens, outro elemento do mundo da luta livre, aqui chamados de Hype Type. Algumas opções são: Technician, Showman, Powerhouse e outros.
Outro aspecto importante a ser mencionado sobre a jogabilidade, que pode, inclusive, ser mesclado com a narrativa é a barra de Karma. Em diversos momentos durante a jogatina, especialmente após algumas lutas chave, ou interações com alguns personagens, podemos decidir entre duas posturas: Herói ou Vilão. Criando, assim, a nossa persona enquanto lutador profissional. Mais um elemento oriundo do mundo da Luta Livre profissional.
Aspectos Audiovisuais
A direção artística de WrestleQuest mirou em homenagear a quarta geração de videogames, os consoles de 16 bits, especificamente os jogos RPG, e a era do mundo de luta livre profissional entre o final dos anos 80 e meados dos anos 90 (eu tive que pesquisar essas referências ao mundo da luta livre visto que nunca foi tão popular por aqui como é nos EUA) E acerta em cheio no alvo. Os gráficos são bem agradáveis. Andar pelo world map do jogo, ou dentro das diversas áreas disponíveis é bem satisfatório.
As animações são bem coesas para atender a proposta relatada acima. Os personagens se assemelham não apenas a diversas personalidades reais do universo WWE e WWF, mas também como da cultura pop do período citado anteriormente.
Em relação ao som, o jogo conta apenas com algumas frases, bem simples, e com final quase sempre balbuciados, mas em quantidade bem limitada e que se repetem ao ponto de criar incomodo já nos primeiros minutos de jogo.
A musica é, no máximo, regular. Não é memorável e não passa de alguns conjuntos, ou tentativas, de jingles. Jogar no silencioso enquanto ouvimos outra coisa não altera a experiência.
Localização
Conforme mencionei no inicio deste artigo, a localização merece um parágrafo, ou dois, especial. WrestleQuest, como dito anteriormente, apresenta áudio de pouquíssimas frases, e ainda bem limitadas, os diálogos são em forma de texto. Joguei em inglês, o idioma original dos produtores do jogo, e em “brasileiro”. Sim. Isso mesmo, você não leu errado. O jogo não está português do Brasil, mas, sim, em, pasmem, brasileiro. Por grande parte da jogatina, podemos perceber erros de localização bizarros, que são sinais de que a localização, muito provavelmente, não foi realizada por nativos de nossa língua.
Não seria algo digno de nota se todo o alicerce desse jogo fosse um tema popular entre os brasileiros, que, mesmo diante de palavras estranhas, que pouco, ou nenhum, sentido fazem em diversas interações, não resultariam em confusão no entendimento de alguns diálogos e explicações que o jogo apresenta.
Conclusão
WrestleQuest é uma boa pedida para quem quer voltar ao mundo dos jogos RPG dos anos 90 de maneira descompromissada. Os elementos de humor podem render várias risadas ao longo das quase 40 horas de jogatina – lembre-se que jogamos duas histórias ao mesmo tempo. Ele diverte, apesar dos riscos de ser monótono em vários momentos do gameplay, e o tema de fundo, o mundo da Luta Livre encenada, não ser muito popular entre os brasileiros.
WrestleQuest é uma boa pedida para quem quer voltar ao mundo dos jogos RPG dos anos 90 de maneira descompromissada. Os elementos de humor podem render várias risadas ao longo das quase 40 horas de jogatina – lembre-se que jogamos duas histórias ao mesmo tempo. Ele diverte, apesar dos riscos de ser monótono em vários momentos do gameplay, e o tema de fundo, o mundo da Luta Livre encenada, não ser muito popular entre os brasileiros.
- Narrativa e Lore
- Jogabilidade
- Conteúdo Secundário
- Direção de Arte
- Som (Música e Efeitos)
- Desempenho
2 Comentários
Análise F0da de um jogo f0da por uma pessoa f0da! Parabéns! Vou comprei!
Que bom que gostou, Jacob. Espero vê-lo jogando em breve. Obrigado pelas palavras!