O filme “Sede de Rio”, primeiro longa solo do cineasta Marcelo Abreu Góis, chegou nos cinemas de Salvador, na Bahia, 18 de setembro após passagem de sucesso em festivais e mostras nacionais e internacionais. Nesta primeira semana, o longa será exibido na Saladearte CineMAM, diariamente, às 17h35, e no Cine Glauber Rocha, sempre às 18h30.
Além disso, o Cine Glauber Rocha exibe uma sessão gratuita e seguida de debate com o diretor terça-feira (23), às 18h30. Com uma abordagem híbrida que trafega entre a ficção e o documentário, a obra percorre as águas, memórias e silêncios do Rio São Francisco através da vida de Nitercílio Ferreira de Morais, mais conhecido como Seu Nir e um dos últimos capitães ribeirinhos da região.
Realizado ao longo de três anos, com filmagens iniciadas ainda no fim da pandemia e finalizado em 2024, Sede de Rio mergulha na trajetória espiritual e simbólica de Seu Nir até a cidade de Bom Jesus da Lapa (BA). A cidade é conhecida por sediar a segunda maior romaria do Brasil e serve como cenário e inspiração para esta narrativa que atravessa fé, luto, mitologia e pertencimento.
O ponto de partida da obra surgiu a partir de da série documental Orquestra do Mundo – Rio de São Francisco, trabalho anterior do diretor sobre cultura e música. Durante as gravações, Marcelo conheceu Seu Nir e se deparou com uma figura singular: um homem moldado pelas águas, que ainda mantém vivo um modo de vida ancestral e simbiótico com o rio, mesmo após a tragédia de perder um filho afogado nas mesmas águas que sempre foram fonte de vida.
Mais que uma biografia ou registro etnográfico, Sede de Rio, que será distribuído nos cinemas brasileiros pela Cajuína Audiovisual, é um ensaio audiovisual sobre a permanência e a delicadeza do existir. O filme alterna momentos de contemplação, paisagens espirituais e depoimentos entrelaçados a cenas ritualísticas, em uma linguagem que evoca o realismo mágico e os traços de um cinema sagrado.
Destaque em circuitos
O documentário vem se destacando no circuito de festivais de cinema, com importantes prêmios e uma ampla presença internacional. Entre os principais reconhecimentos, conquistou o Prêmio Especial do Júri e o de Melhor Som no Festival Internacional de Cinema de João Pessoa, além de quatro prêmios no Moonlight Online International Film Festival: Melhor Direção (Primeiro Longa), Melhor Fotografia, Melhor Montagem e Melhor Criação Artística. Também foi premiado com o Audience Choice Award pela Lift-Off Global Network, o Bronze Award de Melhor Documentário e Melhor Direção no Sevilla Indie Film Festival, além de Melhor Fotografia no Indie Doc Pro Film Festival e uma Menção Honrosa no Director Talents Movie Awards.
A trajetória do filme também inclui seleções oficiais em diversos festivais internacionais, como o Lisboa Indie Film Festival, Madrid Indie Film Festival, Tokyo Lift-Off Film Festival, London Lift-Off Film Festival, Festival Internacional de Nador (Marrocos), e Los Angeles Movie and Music Video Awards. No Brasil, foi exibido na Mostra Sesc de Cinema – Panorama Bahia, no Festival FACINE – Chapada Diamantina, no FECIBA – Festival de Cinema Baiano, e na Mostra de Cinema Portal do Sertão.
“Este filme traz a necessidade de refletirmos sobre a preservação das águas e das culturas presentes às margens do rio. Mais do que assistir ao filme, espero que o público sinta o rio, suas águas, os sons e a espiritualidade”, declara o Marcelo Abreu Góis.