Se você aprecia bons indies, esse texto é pra você! Decidi falar um pouco sobre experiências maravilhosas que eu tive no ano passado.
É compreensível que AAs e AAAs acabem recebendo quase que toda a atenção dos jogadores mas acredito fielmente que todo projeto merece o seu espaço pra brilhar. Se você não aprecia indies, está perdendo narrativas e ideias fantásticas.
Mas, sem mais enrolação, confira nossa lista com 10 indies fantásticos que você deixou passar em 2024!
Saviorless
Eu tive o prazer de jogar Saviorless de maneira antecipada para fazer um review. O jogo, que é o primeiro indie da história de Cuba, me surpreendeu pela sua qualidade. Não somente a história é muito boa e com uma duração perfeita, as animações estão formidáveis, destacando que o país pode ser um ótimo exportador cultural com mais investimentos.
No jogo, controlamos dois protagonistas enquanto eles buscam ua saída da Smiling Islands, uma terra amaldiçoada. Sua estrutura narrativa é genial, contando uma história dentro de uma história. Como se trata de um jogo de apenas 5 horas, não irei dar mais detalhes.
Se você está lendo esse texto, você aprecia um bom indie, então, vale a jogada!
Terra Memoria
Terra Memoria é um RPG de turnos que presta homenagem aos clássicos do gênero. Até a própria história, que envolve magias e cristais, remete à saga Final Fantasy.
Um dos principais cernes dos RPGs clássicos é que, mesmo com o mundo do jogo prestes a ser destruído, o grupo central é otimista e se apoia constantemente. O mesmo é visto aqui, o que torna o game ainda mais especial. Os personagens jogáveis se complementam e são bem desenvolvidos.
Muito mais do que um mero jogo eletrônico, a narrativa de Terra Memoria também faz críticas pontuais à nossa sociedade atual. No quesito jogabilidade, ele aposta na casualidade e remove várias das barreiras dos JRPGs. Não existe a necessidade de grindar por horas e horas aqui e a duração do game é compatível com a vida corrida dos dias atuais.
Indika
Esculpido pela Odd Meter Studio, Indika é um jogo narrativo que se passa em uma versão alternativa da Rússia. A construção da história, as críticas sociais subjetivas e, claro, o pano de fundo religioso tornam Indika um game extremamente especial, quase que uma joia escondida.
Vale mencionar que as críticas que o jogo realiza são bem ácidas e não são fáceis de serem compreendidas sem um conhecimento do contexto histórico e atual da Rússia, e, claro, da Igreja.
A história é protagonizada por Indika, uma freira capaz de ouvir o próprio Diabo. Com um espírito curioso, algo inconcebível para a madre do seu convento, Indika é escalada para enviar uma mensagem. Diante disso, a história se desdobra de maneiras imagináveis, entregando uma das experiências narrativas mais orginais de 2024.
Nobody Wants to Die
Eu fiquei meio relutante em incluir Nobody Wants to Die nessa lista. Ele tem mais uma roupagem de AA do que de indie. Os visuais são absurdos mas, o que mais impressiona nele, é a qualidade impecável da escrita.
Desenvolvido pelo estúdio polônes Critical Hit Games, o jogo é o projeto mais próximo de LA Noire dos últimos anos. A diferença aqui é a mescla de elementos noir com a temática cyberpunk.
No universo do jogo, as pessoas vivem para sempre, transferindo suas mentes para corpos novos. A história é protagonizada por James, um detetive que perdeu a esposa e passa pelo processo de dessincronização, que acontece quando a mente não se adapta à “casca” nova.
O pontapé da história acontece quando James é escalado para investigar o assassinato do maior político da cidade. Os desdobramentos da narrativa e as críticas sociais desse jogo me fazem refletir até hoje, mesmo quase 1 ano após o lançamento.
Deathbound
Deathbound é um jogo soulslike brasileiro que apresenta várias ideias fantásticas e que são originais dentro de um dos gêneros que mais ganham expoentes anualmente.
O estúdio brincou com o conceito de “partysouls”. Temos vários personagens jogáveis e podemos equipar 3 simultaneamente. Ficar trocando entre os personagens é vital para se adaptar às situações e construir combos.
Apesar dele não ser perfeito, eu fiquei genuinamente surpreso com a criatividade de Deathbound e ele é um expoente perfeito do quanto o Brasil tem potencial no cenário de desenvolvimento de games. A Trialforge entregou um ótimo exemplar do gênero mesmo sem apoio extensivo. Imagine se existisse um maior apoio para os devs do país.
Pepper Grinder
Quando eu vi Pepper Grinder pela primeira vez, eu confesso que não dei muita bola para o jogo. Ele parecia mais uma daquelas propostas arcades de antigamente e isso não me atrai muito.
Contudo, graças às palavras positivas de um amigo no X (obrigado, Luiz!), acabei dando uma chance para o jogo e me surpreendi MUITO.
Ele realmente tem essa pegada arcade mas a jogabilidade é extremamente satisfatória. É até impossível descrever o quão bom jogar é Pepper Grinder com palavras. O foco do jogo quase que por completo é o gameplay.
Logo, deixo a minha total recomendação. Ele é um aperitivo excelente para ser consumido entre AAAs gigantescos!
Snufkin: Melody of Moominvalley
Snufkin é uma recomendação bem particular. O jogo é baseado em uma série de livros infantis de sucesso na Europa.
Apesar dele ser incrivelmente simples na jogabilidade, a história é maravilhosa e, como mencionei acima, voltada para um público infantil. Se você tem filhos em casa, ele é uma opção perfeita para introduzir a criançada na jogatina com foco na narrativa e, o melhor, ensinando lições importantíssimas para ele.
Um dos principais temas do game é a importância de preservar o meio ambiente.
Biomorph
É quase impossível fazer uma lista de indies sem colocar um metroidvania nela, não é mesmo? E Biomorph cumpre esse papel.
Desenvolvido pela Lucid Dreams, o jogo tem uma mecânica fantástica onde o protagonista pode absorver todos os inimigos comuns. Ao absorver as formas (e aí que vem o nome do jogo), podemos usar as habilidades deles.
O estúdio fez um trabalho genial ao integrar essas formas dos inimigos com a travessia nos biomas. Graças à isso, temos dezenas de habilidades de travessia e uma exploração altamente prazerosa e intuitiva.
Se você gosta do gênero, recomendo MUITO Biomorph!
Harold Halibut
Harold Halibut é um jogo sobre pessoas. O que as une, o que as separa, o que as afligem, o que as emociona, o que as faz sorrir.. É um dos melhores indies que eu já joguei na vida e alguns de seus diálogos e personagens ficarão comigo para sempre.
Vale mencionar, no entanto, que não é um jogo para todos. O ritmo é extremamente lento e a jogabilidade basicamente consiste em fazer tarefas cotidianas e conversar com as pessoas.
É um jogo pra quem gosta de diálogos e uma boa história. Se você busca experiências mais voltadas para a ação, passe longe.
10) Nine Sols
Nine Sols, na minha opinião, é o melhor metroidvania já feito. Os visuais são fantásticos, o combate é altamente prazeroso, com um ótimo nível de desafio, as missões secundárias são incríveis e ajudam a desenvolver os personagens, que, por sinal, são muito bem escritos.
Eu tentei de todas as formas buscar defeitos em Nine Sols e falhei miseravelmente. O jogo é perfeito em todos os sentidos da palavra.
Faltou algum jogo na lista? Conta pra gente nos comentários!
2 Comentários
Dessa lista já havia ouvido falar do Saviorless, está na minha lista de compras.
E Nine Sols eu aguardava ansiosamente desde que joguei a Demo um bom tempo atrás. É realmente um metroidvania perfeito!
Opa, espero que tenha curtido as outras indicações. O Nine Souls é maravilhoso demais!