A série Kingdom Rush é uma velha conhecida dos jogadores de games mobile – misturando visuais coloridos e frenética ação de Tower Defense, os títulos da franquia podem ser encontrados em celulares das mais diversas pessoas. Em 2021, porém, a abordagem tentou ser modificada pela primeira vez.
O resultado dessa mudança de abordagem foi Legends of Kingdom Rush, lançado inicialmente para Apple Arcade e que agora, um ano depois, chega a Steam. No título, os elementos de Tower Defense ficam de lado para uma experiência mais próxima de um RPG. Confira como essa alteração se sai no nosso review.
RPG tático fácil de aprender, mas com complexidades
A premissa básica é que o reino de Kingdom Rush está se deparando com uma ameaça mais complexa que as anteriores, que para ser vencida precisará de vários heróis em conjunto. Para isso, o jogador sai em uma jornada por diferentes ambientes para montar uma equipe.
A primeira situação notável do gameplay de Legends of Kingdom Rush, para se adaptar a essa premissa, ocorre quando o jogador começa a explorar o mundo, que começa a apresentar desafios únicos e com escolhas em certos momentos, quase como eventos narrativos. Um dos primeiros que encontrei foi uma gigantesca parede de gelo, que eu podia destruir com uma bola de fogo, caso meu personagem soubessem bem magia, ou no soco – mas tudo modificando um pouco o procedimento da história naquele local, com eventos, interações com NPC e até batalhas diferentes.
É um sistema simples mas que sinceramente mostra bem aos jogadores sendo uma jornada com escolhas próprias – mesmo sendo extremamente simples e até mesmo clichê, muitas vezes. Mas isso não é ruim, e sim só uma afirmação de como mantendo as coisas em um patamar menos denso, é possível introduzir mecânicas interessantes.
O combate nem tão simples de Legends of Kingdom Rush
A aparência simples de um sistema é algo que se repete na mecânica de luta de Legends of Kingdom Rush. A premissa dele é que os jogadores, após reunirem por meio da exploração do mundo uma party, entram em conflitos que acontecem em um grid hexagonal – pense em um Fire Emblem com uma arena mais limitada.
A comparação com Fire Emblem continua já que não se trata de simplesmente escolher um golpe, mas movimentar seus heróis de maneira que, estrategicamente, eles consigam se sair melhor contra certos tipos de inimigos – e como alguns conflitos são previstos no mapa, isso permite que a construção da estratégia tenha início antes mesmo do embate.
Além disso, montar a equipe com uma sinergia de habilidade entre os membros é importante também – o problema, e o ponto mais negativo do jogo, é que para um título que se preza tanto em tentar mostrar uma apresentação simples, essa sinergia das habilidades não é facilmente visível, já que as explicações do título não são suficientemente completas para que os jogadores encaixem de forma rápida e simples.
Isso resulta, um pouco mais a frente no título, em situações desconfortáveis cujo o jogador possa ter que repetir alguns confrontos por não ter noção de sua real estratégia – veja bem, o problema não é ter que jogar mais, mas sim perder por não ter explicação o suficiente dos sistemas.
Para um jogo, então, que parece a todo momento ter como principal objetivo a simplicidade para engajar os jogadores, isso se torna um erro gritante, e que talvez afastes muitas pessoas.
Conclusão
Legends of Kingdom Rush é um jogo simpático, interessante e surpreendentemente cheio de conteúdo para um RPG de origem mobile. É claro que com tantos expoentes do gênero em 2022, ele não fica no topo de recomendações, mas talvez ele seja um título interessante e leve para quem não quer fritar muito a cabeça – pelo menos nas primeiras horas, já que após elas a mal-explicação de habilidades e afins pode alienar quem estiver o jogando.