Nós já falamos um pouco sobre nossa experiência com Persona 5 Tactica, mas agora chegou a hora de colocar um veredito na experiência final do jogo. Após cerca de 24 horas na campanha, cheguei em seu final e posso afirmar: temos um bom jogo, embora não um clássico, do gênero de RPGs táticos em mãos.
Um novo mundo de aventuras
Como eu disse na prévia, Persona 5 Tactica se esforça em suas primeiras horas de jogo para criar um ambiente em que cada regra e funcionalidade das batalhas seja introduzida de maneira funcional para o jogador, com ataques, sistemas de descanso e principalmente posicionamento para ataques em equipe apresentados de forma que o jogador não fique sobrecarregado de informações.
Após todas as mecânicas terem sido apresentadas e o jogo continuar, o que temos então é uma execução bem fechada do RPG tático, em que num campo de batalha vasto e estratégico, o combate se desenrola como um intricado tabuleiro de xadrez, onde cada movimento é crucial e cada decisão molda o destino da batalha. Os personagens, habilmente posicionadas, enfrentam inimigos em uma dança coreografada de estratégia e poder.
Os participantes, no caso os Phantom Thieves, se movem em turnos, planejando suas ações com base nas habilidades únicas de suas personagens e na topografia do ambiente. O terreno oferece vantagens e desvantagens, desde cobertura estratégica até elevações que conferem visão privilegiada. Cada escolha tática leva em consideração a posição relativa dos aliados e inimigos, bem como os recursos limitados disponíveis.
Magias e habilidades especiais são lançadas com precisão, criando efeitos espetaculares que transformam o campo de batalha. Além disso, os personas de cada personagem são importantes para que as peças possam ser movidas de maneira intricada e que alcancem os objetivos.
Além disso, a incerteza sempre paira no ar à medida que as ações são executadas, com os status dos bonecos participantes nos conflitos mais seus posicionamentos sendo lançados como dados no ar, determinando o sucesso ou não das ações. Com tudo isso, o combate de RPG tático transcende a simples troca de golpes, tornando-se uma dança estratégica onde a inteligência, a criatividade e a coordenação são tão importantes quanto a força bruta – mas infelizmente, após umas boas dez horas de jogo, ele também se torna maçante, já que não existem tantas possibilidades assim no jogo.
Mesmo com os personas de apoio, que permitem novas habilidades serem equipadas, ainda existe uma falta de customização e mesmo de opções de combate que tornam o jogo um tanto repetitivo a partir de um certo momento. Comigo aconteceu com 10 horas, com você pode acontecer antes ou depois – só ficando realmente preso na narrativa que, assim como no Persona 5 original, é engajante e interessante.
Mesmo com estética SD, narrativa surpreende
Mesmo olhando para bonecos SD que, sinceramente, são um tanto feios, a história não para de ter bons momentos e lidar com temáticas parecidas com a do Persona 5 original, principalmente com a presença do subtexto politico mais uma vez.
Por meio da liberação dos reinos do jogo, e da interação entre os personagens, cada vez mais momentos interessantes vão se desenrolando, e mesmo quando o combate estava em seus momentos mais maçantes, a narrativa me prendeu o suficiente para continuar jogando. É interessante como uma temática como adolescentes lutando contra o mal e as mazelas da sociedade pode prender o jogador.
A performance do jogo, por sinal, está um primor, com loadings rápidos e nenhum travamento ou queda de frames — mesmo que o jogo não precise tanto disso já que é por turnos, é bom ver a fluidez funcionando no título, além de que com os loadings a experiência se torna mais rápida e com poucos momentos de espera em telas pretas.
Só é meio chato não ter legendas em PT-BR no jogo. Sendo um RPG, a leitura é muito importante, e isso pode ser um verdadeiro bloqueio para quem não tiver habilidade com a linguagem inglesa – que já está bem representada com a dublagem do jogo, que continua impecável assim como no Persona 5 original.
Trilha incrível
A música de “Persona 5 Táctica” não apenas complementa o ambiente visual, mas também desempenha um papel crucial na experiência geral do jogador. Cada faixa foi cuidadosamente escolhida para se adequar aos diferentes momentos do jogo, desde os momentos mais descontraídos da vida diária até as batalhas emocionantes e os momentos mais intensos da história.
A trilha sonora incorpora uma série de estilos musicais, desde as faixas animadas e cativantes das cenas de batalha até as melodias mais contemplativas durante os momentos mais reflexivos do enredo. A diversidade musical contribui para a narrativa do jogo, criando uma conexão emocional entre o jogador e os personagens.
Além disso, a música dinâmica acompanha a progressão dos eventos da narrativa, no jogo, adaptando-se às mudanças de clima e eventos. Isso contribui para a imersão do jogador, o que torna ele um dos mais interessantes títulos em termos musicais e continua elevando a barra da franquia, que já é alta.
Review de Persona 5: Tactica – Vale a Pena!
Persona 5 Tactica é um bom título para quem quer interagir com os Phantom Thieves por mais um tempo, ou mesmo para quem quer um novo rpg tático. Embora simples e um tanto maçante em certos momentos, o jogo se destaca por uma trilha impecável e uma narrativa excelente, tornando ele um dos títulos mais interessantes deste ano, mesmo que não seja um clássico automático.
Se tiver oportunidade, jogue-o!
A Atlus conseguiu entregar mais um jogo primoroso dentro da franquia Persona, mexendo na fórmula enquanto a essência da saga é mantida.
- Narrativa e Lore
- Desempenho
- Trilha Sonora
- Visuais
- Jogabilidade