Jogos de plataforma são como uma lasanha de domingo pra mim. É aquele local de paz, aconchego e que perpassa o momento ideal pra dar uma relaxada.
Tendo jogado dezenas de games do gênero (e platinado a maioria), tive a oportunidade de desfrutar de Boti: Byteland Overclocked de maneira antecipada.
Mas será que o mais “novo” jogo de plataforma do pedaço faz jus ao seu tempo? É isso que vamos descobrir nesse review!
Fiel ao tema
Como o título já indica, Boti usa os computadores como sua temática central. Todos os cenários do jogo usam peças de computador como inspiração visual principal, o que ajuda a garantir uma identidade própria ao jogo.
Apesar do recente Astro Bot ter uma abordagem levemente similar, os cenários, personagens e a história de Boti são bem únicas, o que é algo muito bem vindo. O gênero de plataforma é conhecido por povoar vários jogos que acabam sendo quase clones uns dos outros!
Um toque bacana é a “vida” dos NPCs do jogo. Os robozinhos possuem uma agenda própria e seguem sua “vida” independente da presença do jogador.
Novo peão no velho rodeio
No quesito jogabilidade, existe pouca inovação aqui. A jogabilidade e o sistema de hub segue a mesma trilha de grandes clássicos do gênero.
Podemos correr, desviar, pular… Ações corriqueiras dos títulos que permeiam essa categoria. Um ponto inusitado é que Boti é incapaz de se segurar em beiradas, algo que considero muito perplexo para um jogo de “pular”. A ausência dessa mecânica acaba tornando o jogo mais difícil em alguns trechos mas nada que se torne impossível.
Na medida que progredimos nas fases, também nos deparamos com minigames variados. A responsividade de alguns, como os da “corrida” com boias, poderia ser um pouco melhor mas não é nada que chega a incomodar.
Um problema sério do jogo é o level design. Ele reflete a inexperiência do estúdio Purple Ray. As fases começam em áreas abertas que vão se estreitando e se tornando surpreendentemente lineares.
Por conta disso, caso você perca algum colecionável, o processo de backtracking acaba sendo insuportável. Ao jogar, fiquei com o sentimento de que a equipe fez isso de propósito para criar artificialmente um fator replay no game.
Terminou a fase mas deixou algo pra trás? Basta refazer o estágio. O problema aqui é que o level design é bem insosso, o que acaba eliminando a vontade de repetir as fases.
Para ajudar no processo de coleta, podemos usar um sensor bem eficaz que marca tudo que pode ser coletado numa pequena área. O sensor acaba sendo uma bela mão na roda e ajuda demais os completistas!
Outro ponto importante é que fiquei com a impressão de que o jogo foi feito, em primeira instância, para ser jogado em co-op. Esse atrativo foi muito usado no marketing do jogo, o que reforça esse sentimento. Ele funciona bem jogando sozinho, mas se torna muito melhor ao ser experimentado com um amigo.
Pra quem tem criança em casa, Boti acaba sendo uma excelente pedida! Não existem muitos games desse tipo no mercado e é legal ver um estúdio ainda apostando nisso.
Mais bonito que um PC Gamer
Boti: Byteland Overclocked é fácil um dos jogos de plataforma mais bonitos que eu já joguei.
O design dos personagens e dos cenários não é nada de outro mundo mas a iluminação e a direção de arte do jogo se destacam. Com cores vibrantes e que casam perfeitamente bem com a temática, é difícil não ficar sorrindo ao jogar ele.
E, por se tratar de um jogo de plataforma indie, o feito se torna ainda mais impressionante. O polimento visual que ele apresenta geralmente só é visto em jogos de empresas maiores como os Bob Esponja da THQ, Astro da PlayStation e por aí vai.
Um ponto negativo é a parte sonora. Temos um caso curioso aqui. Os diálogos entre os personagens são bem legais, com vozes condizentes com as personalidades dos bots, só que a trilha sonora e os efeitos sonoros do jogo são quase que inexpressivos.
Esse pode ser inclusive considerado o Calcanhar de Aquiles do jogo. Os efeitos sonoros são um componente fundamental em games desse gênero, o que acaba sendo uma pena.
O combate também acaba sendo esquisito pela falta de peso nele. A sensação é a de bater em borrachas. Eu joguei no PS5 Pro e me deparei com os dois modos gráficos tradicionais: Resolução e Desempenho.
Para a minha enorme surpresa, o resolução beira o injogável, mesmo no PS5 Pro. Como ele não recebeu nenhum patch, o FPS fica abaixo dos 50, o que passa aquela sensação de estar jogando em câmera lenta. A situação é inusitada visto que o jogo, em teoria, é super leve.
O estúdio precisa otimizar mais o modo resolução.
Review de Boti: Byteland Overclocked – Vale a Pena!
Apesar de não ser perfeito, Boti é um jogo de plataforma bem competente e que ajuda a elevar o gênero.
Cheio de identidade e com visuais belíssimos, recomendo o jogo pra quem gosta da proposta, principalmente se tiver um amigo para jogar em co-op.
Boti: Byteland Overclocked é um bom jogo de plataforma que se torna melhor ainda ao ser desfrutado com um amigo.
Pontos Positivos
- Co-op online e local
- Visuais belíssimos
- Temática interessante
Pontos Negativos
- Level design poderia ser melhor
- Parte sonora inexpressiva
- Falta de peso no combate
- Narrativa
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som