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King of Fighters é uma das franquias de jogos de luta mais reconhecidas no mundo — mesmo que em vendas, não chegue perto do sucesso de Street Fighter. Para o Brasil e América Latina como um todo, a série também exala uma nostalgia dos fliperamas e dos anos 90.
Essa identidade “fliperamistica” da série fez com que quando os títulos mais recentes dela só começaram a ser disponibilizados para consoles caseiros, a franquia ficasse um tanto quanto nichada, mesmo com XIII, por exemplo, sendo um dos jogos de luta mais bonitos já feitos.
Agora, em 2022, a SNK lança um novo título da franquia – King of Fighters XV, que sai em um momento em que, por conta da pandemia, jogos online como um todo explodiram ainda mais em popularidade, e que obras em que treino e auto-aperfeiçoamento se tornam algo desejado por muitos jogadores.
Será, então, que o KOF XV tem o que é necessário para se destacar nesse meio? A resposta você confere em nosso review.
King of Fighters novo mas antigo
Logo de cara, é importante frisar que embora visualmente o jogo tente se afastar do título anterior da série, King of Fighters XIV, e seus visuais pouco refinados, em termos de jogabilidade ele se constrói em cima de tudo feito pelo predecessor.
Isso, obviamente, pode ser argumentado como algo comum na franquia, que desde pelo menos o segundo título, King of Fighters 95, vem pegando os padrões dos jogos anteriores e adicionando novas características e refinando antigas – e isso, em especial, é visto no auto combo do XIV que retorna no XV.
Diferente do título anterior, em que só existia uma combinação seguida de um mesmo botão que sempre era encerrada em um especial específico de personagem, em KOF XV agora a sequência pode ser modifica no quarto botão, gerando diferentes finalizações – que podem variar de desde uma magia básica até o especial mais poderoso do boneco escolhido.
Isso pode parecer uma facilitação enorme de execução de combos no jogo, mas a realidade é que na prática essa combinação não serve para qualquer situação, inclusive abrindo janelas enormes de punição para qualquer jogador que tentar utiliza-la em qualquer momento da partida.
Esse fato acaba se tornando uma importante medida de estratégia no jogo, principalmente para jogadores mais casuais, que podem garantir o acerto de uma técnica muito poderosa se aguardarem a oportunidade correta – ao passo que não elimina a necessidade de aprender coisas mais complexas do jogo, servindo como uma das assistências mais interessantes que já vi no gênero.
Online intenso e divertido
A comunidade de jogos de luta há anos vem pedindo para que os lançamentos do gênero abandonem o netcode delay para partidas online e adotem o rollback – em que em vez de uma desaceleração da partida, o jogo tenta prever os comandos possíveis do jogadores e, caso erre, volta para o frame em que ele rolou, dando experiências com menos lag.
KOF XIV saiu com delay, o que cooperou para uma rápida morte de seu online, mas seu sucessor adotou o rollback e isso, na semana que pude testar o jogo, já se demonstrou um grande acerto.
Conexões com ping de até 300 ms rendiam partidas incríveis e quase tão perfeitas como se o adversário estivesse ao meu lado. Claro que, quanto menor a grandeza, em especial ficando abaixo das centenas, mais fluído e com mais facilidades os comandos saem.
Pelo menos ao final desses primeiros sete dias com o jogo, seu modo online parece promissor e pode se manter vivo por muito tempo – o que, por consequência, pode se tornar um importante vetor da popularização do jogo.
Modo offline infelizmente fraco
Mas enquanto o modo online é o grande acerto do título, o modo offline se mostra com pouco conteúdo. As missões de cada personagem, que ensinam combos deles, se limitam a cinco por boneco, e para pelejas contra o computador, só existe uma variedade, o modo História, que não passa do clássico modo Arcade com um novo nome.
Honestamente, senti falta de um modo de sobrevivência, em que a vida do seu personagem se mantém entre as lutas, que é algo que é padrão em jogos do gênero, e também queria uma galeria mais completa, parecida com a de KOF XIV, que continha imagens e itens promocionais de toda história da franquia, sendo liberadas a partir de missões específicas.
O modo offline, ao menos, serve para liberar as trilhas sonoras de todos os jogos da franquia, mas não deixa de ser um tanto quanto maçante a forma que isso ocorre – em vez de missões específicas como vencer uma luta contra um personagem específico usando um boneco relacionado, em KOF XV tudo é liberado a partir de repetições do modo história.
No fim, isso acaba se tornando a parte mais fraca do jogo, mas não deixo de pensar que talvez seja um reflexo de um desenvolvimento realizado principalmente no tortuoso cenário da pandemia.
Conclusão
King of Fighters XV agradará os fãs de jogos de luta, mas talvez não atraia um público novo pela falta de seu conteúdo offline. Por outro lado, quem engolir e decidir encarar o díficl cenário online do jogo, com players experientes que provavelmente lhe darão porradas absurdas, poderá descobrir um novo amor nos videogames.
PS: Avaliamos o jogo na versão de PS5 graças a uma chave cedida pela Koch Media