Se você é dono de um Xbox, esse começo de geração está bem turbulento. Diria até que está mais turbulento do que o começo desastroso da geração do One. Com um marketing apático, vendas estagnadas pela falta de experiência com hardware e exclusivos sendo lançados de qualquer jeito, o nível de insatisfação da comunidade chegou ao limite.
Ontem (01), tivemos o lançamento de Redfall. A mais nova aposta da Arkane Austin que mescla looter shooter com vampiros. Cheio de bugs, problemas de desempenho e texturas péssimas, Redfall rapidamente se tornou um “símbolo” do esgotamento da comunidade para com seus líderes. Procurando por culpados, três nomes estão sendo muito citados: Phil Spencer, atual CEO da Xbox, Matt Booty, chefe dos Xbox Studios e Aaron Greenberg, chefe de Marketing da Xbox.
Nem mesmo os fãs mais roxos, que atuavam como uma linha de defesa pra marca, estão passando pano pra situação atual, passando a vocalizar a necessidade por mudanças.
O estopim da maior crise da história do Xbox
Podemos considerar o lançamento de Halo Infinite como o estopim da atual crise da marca. Com problemas similares aos de Redfall, o estado deplorável do jogo em seu lançamento rendeu diversos memes na Internet e destacou o óbvio: a Xbox deveria ter mais cuidado com seus exclusivos, principalmente com o jogo que é carro chefe e faz parte de uma das propriedades intelectuais mais importantes da indústria.
A longa espera por jogos de destaque e os inúmeros problemas internos dos estúdios principais foram ganhando forma e destaque na imprensa. Everwild sofreu outro reboot, Fable, Avowed e Elder’s Scrolls ainda vão demorar demais, Hellblade 2 até hoje não deu as caras, Perfect Dark precisou de ajuda externa..
As pequenas doses de esperança na marca vieram de… projetos pequenos. Grounded, Pentiment e Hi-Fi Rush destacaram o quanto as equipes podem ser criativas e apresentarem obras de qualidade. A dificuldade tem sido transportar esse talento e destacar o mesmo em projetos de porte maior.
O mundo está de olho
Agora, as expectativas estão todas nos “ombros” de Starfield. Considerado amplamente como um dos maiores lançamentos de 2023, o RPG sci-fi da Bethesda tem a dificílima missão de provar que um exclusivo de Xbox pode brilhar no palco principal. E a importância disso é extrema. O atual modelo de negócios da marca diminuiu a dependência nas vendas dos first parties, contudo, aumentou a dependência no aumento de assinaturas do Game Pass. Para isso, a companhia precisa manter o nível de confiança dos consumidores, caso contrário, todo o modelo pode ruir.
Nesse momento em que a marca precisa desesperadamente de uma vitória, outro problema gigantesco surgiu no horizonte: a compra da Activision, que serviria como uma excelente cortina de fumaça, foi bloqueada pelo CMA, o que só agravou a crise atual da Xbox. Vale destacar que o bloqueio ainda pode ser revertido, apesar disso ser altamente improvável.
Com o lançamento terrível de Redfall, muitos fãs começaram a cogitar inclusive a capacidade de gestão da Xbox em relação à Activision. Se a gigante americana tem sofrido pra dar conta de seus próprios estúdios, imagine adicionar mais uma dezena de estúdios problemáticos em seu portfólio…
Outro ponto a ser considerado é que Jim Ryan, CEO da divisão de entretenimento da Sony, é conhecido por ter um modelo de gestão bem agressivo e orientado para resultados. O executivo pode aproveitar o momento ruim da Xbox para tentar converter milhares de fãs. Rumores de um showcase recheado pairam no ar, além disso, a PS está munida de Final Fantasy 16 e Marvel’s Spider-Man 2, dois títulos de grande renome e que despertam muito interesse.
Como solucionar a maior crise da história da Xbox
Já se tornou mais do que evidente que o problema da Xbox não está relacionado ao talento dos estúdios e sim a gestão dos mesmos. Boa parte dos projetos estão sendo lançados sem o menor cuidado. Fora que parece não existir nenhum tipo de controle interno, o que gera diversos reworks e reboots no desenvolvimento.
Uma mudança no quadro de gestores da marca certamente seria um primeiro passo fundamental para se obter melhorias. Em segundo lugar, mapear processos internos dos estúdios e agir em cima disso. Equipes que antes eram reconhecidas pela genialidade estão lançando projetos grotescos com erros básicos de desenvolvimento, o que torna a situação incompreensível. Como uma empresa lança uma obra prima e 5 anos depois lança um projeto tão problemático?
Felizmente nem tudo está perdido. Apesar dos esforços deploráveis com os exclusivos, o Game Pass deve receber ótimos jogos Day One em 2023: Lies of P, Flintlock, Eiyuden Chronicle, Hollow Knight: Silksong.. ao menos eles devem ajudar a tirar o gostinho de decepção da boca!
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