Durante a BGS 2022, tivemos a feliz oportunidade de entrevistar João Guerra. João é head de Comunicação e Eventos da Ubisoft para toda a América Latina. Em nosso papo, conversamos sobre a importância que a publisher dá para o Brasil, sobre as ativações da marca na BGS, localização de jogos e, claro, sobre os próximos lançamentos da companhia. Confira abaixo:
Como você enxerga o mercado de games no Brasil?
João Guerra: Recentemente, saiu uma pesquisa da Newzoo que mostrou que aproximadamente 100 milhões de brasileiros se consideram um gamer, principalmente pela expansão do universo de mobile games, isto é, jogos de celulares. Então, existem muitas formas de você ser jogador, de ser alguém que joga videogame, console de jogos. Videogame já não é mais nicho faz muito tempo, as marcas entendem isso, o mercado já entende isso. O Brasil é um território muito importante para a indústria dos games, o público brasileiro é um público muito passional, é um público que tem uma conexão muito grande com as marcas e com os personagens.
Para a Ubisoft é um território super estratégico, super importante. O feedback que a gente recebe da comunidade aqui, que a gente encaminha pros estúdios de cada um de nossos projetos, são analisados pra ver o que faz sentido, o que pode ser melhorado, então é um território que curiosamente continua em expansão mas ao mesmo tempo é um território extremamente importante. O videogame já é maior do que música, filmes e séries. A narrativa que se tem, o roteiro que se tem por trás de um jogo de videogame, já é tão consolidado, já é tão diversificado e rico, que não se distancia tanto de uma produção audiovisual de centenas de episódios. O Brasil é um território que entende isso, que entende o trabalho que se tem por trás do videogame, então certamente é um retorno estratégico para a Ubisoft.
A pandemia foi difícil pra todo mundo, a gente preferia que não tivesse crescido, mas é inegável que o entretenimento caseiro foi um segmento que cresceu muito durante o período. Muito por uma questão de entender a complexidade que existe por trás dessa mídia. As pessoas começaram a entender que no videogame não existe um nicho só, existem opções para todos os tipos de públicos.
A BGS historicamente é bem importante para a Ubisoft. Você pode comentar as ativações da Ubi no evento esse ano?
João: A gente tá muito feliz de estar aqui. Temos uma série de ativações e não viemos com um stand próprio de maneira proposital. A ideia esse ano foi unir forças com os nossos parceiros. Nosso carro chefe é o Mario + Rabbids: Sparks of Hope, um jogo desenvolvido pela Ubisoft em parceria com a Nintendo. Ele pode ser jogado no stand da Nintendo em uma demonstração de “portas fechadas”. Não demos essa oportunidade em nenhum lugar do mundo, então, a gameplay é super exclusiva, o jogo só vai ser lançado no dia 20 de Outubro, então, a oportunidade realmente é bem antecipada.
Os principais estúdios envolvidos no desenvolvimento do game são a Ubisoft Milão e a Ubisoft Paris, todo mundo fez questão de trazer essa oportunidade pro Brasil e o jogo tá muito legal. Recomendo o pessoal ir até o stand da Nintendo testar o game e ainda de quebra ganha um pôster lindíssimo. Além disso, com a PlayStation, temos um espaço de Assassin’s Creed 15 anos, para lembrar a nostalgia da franquia. Também contamos a presença de cosplayers e atividades em palco e com o apoio de outros parceiros trazendo mais de 100 gameplays de títulos da Ubisoft. No total estamos presentes em mais de 12 stands diferentes com mais de 15 games distintos. Temos Rainbow Six Siege na Lenovo e na Acer. Em outra iniciativa exclusiva, trouxemos o Rainbow Six Mobile no stand da Asus junto com a Fast Shop, o jogo só vai ser lançado no ano que vem. A ideia é que o pessoal conheça o jogo. O título está sendo inserido em um novo mercado respeitando a essência da experiência proporcionada pela franquia.
Também temos o Riders Republic em mais de 20 estações no stand da WD. O Riders é um jogo de esportes radicais muito divertido, muito bonito visualmente também. Então a gente tá praticamente em todo o evento com a finalidade de democratizar a presença da Ubi.
A ideia é atingir públicos diferentes. Cada um desses parceiros foram estrategicamente selecionados. A ideia era realmente trabalhar o setup ideal, os consoles ideais, se o relacionamento com o parceiro é de longo prazo, então a gente tá muito feliz que a comunidade pode encontrar nossos jogos em vários locais diferentes.
Existe alguma dificuldade em trazer demos para o evento? Perguntamos para algumas pessoas e muita gente sentiu falta do Assassin’s Creed Mirage
João: O Mirage foi anunciado agora no showcase do Ubi Forward no dia 10 de Setembro. O jogo ainda está em fase de desenvolvimento, então, a gente costuma trazer os games pros eventos quando eles estão em uma fase mais avançada e que podem oferecer uma experiência mais condizente com o estado final do game. Nem a gente da própria Ubisoft tivemos acesso a uma demonstração do jogo. Os estúdios ainda estão trabalhando, aperfeiçoando os personagens, já é um jogo super bem consolidado, em termos de roteiro, em termos de personagens, mas ainda existe um caminho que precisa ser respeitado sobre o processo de desenvolvimento. Com certeza pra eventos futuros a oportunidade pode vir a surgir, mas pra BGS ainda esse ano, ele foi recém anunciado e ainda existem coisas que precisam ser trabalhadas.
Eu gostaria de saber se a ideia de localizar Mario + Rabbids: Sparks of Hope para o nosso idioma partiu da Nintendo ou da própria Ubisoft?
João: Nós entendemos completamente sobre a importância das legendas em nossos jogos, principalmente durante a união dos jogadores. Apenas 3% da população fala fluentemente o inglês e isso seria algo importante para nós. Especificamente sobre o Mario + Rabbids: Sparks of Hope, essa foi uma decisão que partiu da própria Ubisoft. Por se tratar de um jogo em parceria com a Nintendo, eles participaram de todo o processo de acompanhamento do jogo. Vale ressaltar que as legendas estão muito legais já que não foi realizada apenas uma tradução por um tradutor, mas sim uma localização que respeita detalhes do Brasil, tentando adaptar para nossa linguagem de uma forma divertida. Não vou dar muito spoiler mas tem coisas super legais e que se você não for “fluente em português” você poderá perder referências da cultura brasileira e que a Ubisoft fez questão de adicionar por lá!
Quais foram as dificuldades durante o processo de criação do Mario + Rabbids: Sparks of Hope?
João: O Mario + Rabbids: Sparks of Hope está sendo produzido desde 2018 e desde então a Ubisoft e a Nintendo continuam trabalhando no desenvolvimento do roteiro e em tudo que diz respeito a ideia do projeto inicial. A extensão de tempo é exatamente para que tudo seja feito com calma. Quando o trabalho é realizado com tempo e calma, diversos erros serão evitados durante a sua produção. Muitas vezes uma publisher pede para postergar a entrega de um jogo final pois ele entende que algumas coisas precisam ser refeitas ou que podem melhorar. Por conta disso, o processo de localização foi muito fluído, sendo realizado dentro do tempo previsto. Consequentemente, problemas podem surgir mas graças ao tempo proposto, o produto chega ao público sem erros. A Ubisoft é uma empresa que possui jogos para diversos perfis e a maior parte deles são localizados, regionalizados ou dublados. Existe também uma questão de experiência e caso exista alguma dificuldade, geralmente podem ocorrer por erros humanos ou dificuldades com dublador.
2023 e 2024 prometem ser um dos maiores e melhores anos da Ubisoft! Você pode dar dicas da lineup e o que está por vir?
João: Muita coisa legal está sendo produzida e além do Rainbow Six Mobile que estamos muito ansiosos para lançar, a ideia é expandir ainda mais e fazer com que as pessoas consigam levar Rainbow Six para todo lugar. A Ubisoft também possui parcerias imensas com grandes parceiros de indústria, onde contamos com um jogo de Star Wars em parceria com a Lucas Films e a Disney. Isso só prova que as grandes empresas possuem confiança na Ubisoft em utilizar seus grandes personagens. Nós temos também Avatar: Frontiers of Pandora que foi postergado recentemente para realizar alguns ajustes. Então tem muita coisa bacana vindo por aí. Aguardem!
Para finalizar, qual é o seu jogo favorito da Ubisoft?
João: O meu jogo favorito da Ubi é o Immortals: Fenyx Rising porque eu sinto que ele é um jogo recente. Eu gosto muito de jogos de aventura, jogos de estratégia e jogos com perfil “Nintendo”. Nós até brincamos que ele é uma mistura do Assassin’s Creed com Zelda, onde ele acaba trazendo a exploração e uma narrativa muito mais intensa. Eu gosto muito do console Switch e eu joguei ele inteiro por lá. Na minha opinião ele é um dos maiores acertos que a Ubisoft teve nos últimos anos.
Considere ler o nosso preview de Mario + Rabbids: Sparks of Hope:
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