Já faz alguns dias que tivemos o State of Play de setembro, evento que reúne novidades do PlayStation. Entre diversas apresentações realmente excelentes, vimos um direcionamento que faz todo o sentido para a marca e seus fãs.
Ao longo dos anos, criou-se a percepção de que a State of Play seria um evento menos robusto. Parte disso se deu devido às comparações com os chamados “showcases”, eventos que em tese seriam de maior calibre, e a diversas edições do State of Play dedicadas a games indies.
Apesar disso, o evento soube encontrar seu tom e reunir cada vez mais jogadores esperançosos pela “próxima grande novidade do PlayStation”.
Vamos começar pelo fato de ser uma apresentação coesa. A State of Play começou e fechou com dois grandes futuros títulos do PlayStation: Saros e Marvel’s Wolverine. Saros, da Housemarque, chega em março de 2026 e promete ser um poderoso shooter em terceira pessoa nos levando a uma trama sideral e recheada de mistérios. Já Wolverine, da Insomniac, chega no segundo semestre e trará uma nova visão sobre um dos mais famosos mutantes da Marvel em uma narrativa violenta, abrangente e próxima ao personagem.

São dois jogos diferentes, mas que se interligam em um ponto: tratam-se de grandes títulos single-player, de estúdios first-party com grande investimento. Estes lançamentos vão na direção de um pronunciamento de Hermen Hulst, chefão da divisão PlayStation, onde foi dito que a marca lançaria ao menos um grande jogo single-player por ano.
Entre todas as novidades apresentadas, pudemos ver um foco grande em games single-player. Não é à toa que tivemos a data de lançamento de Crimson Desert, RPG muito esperado, o remaster de Deus Ex, a data de lançamento de títulos como Nioh 3 e Code Vein II e até um trailer da campanha de Battlefield 6.
Este foco no single-player pode antecipar um movimento da marca à medida em que a corrida para alcançar jogos como serviço (Gaas) bem-sucedidos se provou conturbada. Com o cancelamento de inúmeros projetos multiplayer e recentes comunicados, está claro que as equipes da PlayStation deram um passo atrás e estão aprendendo com as experiências até aqui, buscando testes mais rigorosos e um melhor polimento para que a qualidade importe mais que a quantidade nesse segmento.
Por último, mas não menos importante, é vital destacar a agressividade da marca na PlayStation Plus, serviço de assinatura. Em seu tier mais básico, a line-up é encabeçada por Alan Wake 2, AAA de peso que rivalizou com Baldur’s Gate 3 na disputa do jogo do ano em 2023. Já no tier Extra, os jogadores receberam The Last of Us: Part II.
Em resumo, a PlayStation está reafirmando sua força como casa de experiências single-player, ao mesmo tempo em que ajusta seus lançamentos de jogos como serviço e os trata com maior rigor. Também busca atrair e fidelizar jogadores para seus serviços de assinatura, investindo em títulos de peso para agregar ao catálogo. Seja como for, e considerando o iminente lançamento de Ghost of Yotei e os futuros projetos da marca, além do fato do PlayStation 5 ser o console mais lucrativo da empresa, um caminho já está traçado – e ele é fantástico.