Desde seu anúncio, God of War Ragnarok vem criando expectativas de fãs da franquia por seu subtítulo, um nome utilizado em muitas obras com referências de mitologia nórdica para representar pontos de virada ou críticos nas narrativas.
Em God of War, porém, considerando o papel maior que os deuses tem, e também em como já no primeiro título algumas alterações importantes mas notáveis na mitologia clássica ocorreram, é possível que o subtítulo represente sim um ponto importante, mas não sabemos exatamente a que proporção.
Para tentar já deixar os entusiastas preparados para alguns possíveis pontos da nova aventura de Kratos, explicamos então o que é o Ragnarok da mitologia nórdica. Confira:
O crepúsculo dos deuses
Ragnarok, na língua nórdica antiga, significa “crepúsculo dos deuses” ou “destino dos deuses” – e na verdade, ele é exatamente isso. De forma geral, ele é quase que um evento apocalíptico para os deuses mais conhecidos da mitologia nórdica, significando o fim de um ciclo e o começo de outro em que eles não existem no plano terreno mais.
Visto como uma profecia pelos vikings, os relatos do Ragnarok foram preservados e compilados a partir da compilação do século XIII Poetica Edda, que compilou vários poemas tradicionais da mitologia nórdica, e no mesmo período, no Prose Edda – embora cada um dos livros apresente diferenças claras em algumas partes do relato, em especial no pós-ragnarok.
Segundo os relatos em ambas as versões, o Ragnarok é inevitável, e já está há muito tempo programado a acontecer – desde os eventos da morte de Balder, mais amado dos deuses da mitologia nórdica original, que faleceu após uma série de confusões criadas por Loki. O deus trapaceiro, após o assassinato, é preso pelo panteão em pedras com cobras no topo, que ficam derrubando veneno em seu rosto – levando a uma quebra completa no relacionamento entre ele e Odin, outro sinal iminente do crepúsculo.
Outro importante ponto é que Asgard também teria prendido o grande lobo Fenrir, filho de Loki na mitologia original, que só aceitou ser contido se alguém fosse suficientemente corajoso de colocar o braço em sua boca – ato aceito pelo deus Tyr, que acabou perdendo o braço mas fez com que o lobo fosse aprisionado com correntes mágicas criadas por anões para evitar a possibilidade que ele pudesse se soltar.
O aviso do Ragnarok e o começo do fim
Dado os sinais da proximidade do crepúsculo, as profecias compiladas na Poetica Edda e no Prose Edda afirmam que, quando o Ragnarok se iniciar, três galos avisarão os mortos, os deuses e os gigantes que o fim do mundo está próximo. O primeiro galo, Fjalar , irá alertar os gigantes. O segundo, Gullinkambi, alertará os deuses nódicos e o último, Helhein, alertará os mortos.
Enquanto isso, em Midgard, terra em que os homens vivem, também passará por uma provação nunca antes vista – Fimbulwinter, o inverno mais severo de sua história, que durará três noites sem nenhum clima mais quente durante todo o período. O acontecimento será duro e, segundo a profecia, fará os homens entrarem em guerra e caos, em que laços como parentesco ou irmandade se perderão em troca da sobrevivência brutal.
Os lobos Skoll e Hati, personagens da mitologia nórdica que perseguem o sol e a lua desde o começo dos tempos, finalmente alcançarão suas presas, fazendo o mundo entrar em um estado de trevas – e Yggdrasil, a árvore que sustenta os 9 mundos da mitologia, começará a causar terremos tão intensos que, segundo o texto, até montanhas ruirão.
E finalizando as mudanças apocalípticas nos reinos, o solo deles partirão, dando espaço para os gigantes de Muspelheim começarem a invadi-los. Fenrir quebrará suas amarras e partirá comendo tudo que vê pela frente e, por fim, Jormungandr, a serpente de Midgard que ficava andando somente no mar, irá sair dele, inundando toda à Terra e espalhando um veneno que matará o solo, o ar e o oceano.
A grande batalha do Ragnarok
O terremoto causado pela instabilidade em Yggdrasil também causará o navio dos mortos, Naglfar, a surgir na superfície, e Loki, recém-liberado de sua prisão também por consequência do desastre, assumirá o comando e a usará para chegar e lutar contra os deuses nórdicos – tudo isso com a ajuda de seus filhos: Fenrir, Jormungandr e Hel – essa última, a deusa do reino dos mortos.
Já Balder também retornaria dos mortos e se juntará aos deuses nórdicos. O conflito irá começar, com Loki comandando também gigantes e atravessando a ponte Bifrost e entrará em Asgard – junto dele, Surt, um velho inimigo dos nove reinos e o primeiro gigante de fogo, também se juntará ao deus da trapaça, e colocará fogo nos nove reinos.
Vendo a movimentação, Heimdall, o guardião de Bifrost, soará seu berrante, convocando os deuses para batalha – todos liderados por Odin, em um verdadeiro conflito desesperador e até a morte – que terá como consequência a morte de boa parte deles, muito sendo devorados por Fenrir enquanto outros cairão em combate contra gigantes.
Odin e sua morte durante o conflito com Fenrir é encarado como o verdadeiro momento em que o Ragnarok finaliza a mitologia nórdica conhecida pela maioria. Um momento pesado e que mostra que nem o líder dos deuses estará a salvo. Já o popular Thor morre em combate com Jormungandr, com tanto veneno da serpente cobrindo-o que, mesmo vencendo com certa facilidade ela, o deus do trovão acaba perecendo.
O pós-ragnarok
Existem duas versões do pós-ragnarok: uma que fala que quando o conflito acaba os nove mundos afunda no mar, com nada sobrando deles; enquanto a segunda indica que um novo ciclo se inicia, com alguns poucos deuses nórdicos sobrevivendo e ajudando a reconstruir os reinos e com algumas fontes até mesmo afirmando que Balder voltará a vida.
Para estudiosos, a versão em que nada permanece é a original, vinda das crenças vikings reais, enquanto a da renovação dos reinos já conta com influências cristãs.
E em God of War Ragnarok?
Conhecendo agora o Ragnarok da mitologia, não é díficil notar algumas semelhanças na trama do primeiro jogo: o destino de Balder que causa mudanças na estrutura dos nove reinos e a presença de um Loki no momento fatídico, mas nada ainda que indique diretamente que o crepúsculo está chegando.
Porém, nos trailers de God of War Ragnarok a situação se mostrou com mais semelhanças: os personagens comentam que um grande conflito está chegando e a presença de Fenrir. Além disso, diversas informações espalhadas pelo mundo do primeiro título da nova saga de Kratos indicam também que o protagonista junto de seu filho, Atreus, terá um papel na batalha, mas que ela terá como consequência a morte do Fantasma de Esparta.
A questão é que até o jogo sair, em novembro de 2022, não teremos como saber o que realmente será o Ragnarok do título. Se ele será um evento apocalíptico ou somente uma grande guerra – mas é inegável que a narrativa da franquia da Sony está apresentando uma interessante interpretação da mitologia nórdica.
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