Tem jogos que são tão bons que vão escalonando de forma épica para o final, mas quando chegam lá, acabam escorregando de maneira frustrante, não tornando a obra ruim, mas decepcionando o jogador pela expectativa criada.
Pensando nisso, resolvi montar essa lista com jogos que beiram a perfeição, mas que possuem finais decepcionantes.
Obs: Por motivos óbvios, essa lista contará com spoilers dos finais dos jogos. Então, sem mais delongas, vamos à lista.
Batman: Arkham Asylum
Como Batman: Arkham Asylum é bom! Toda a atmosfera criada no primeiro título da lendária saga Arkham beira a perfeição. No jogo, controlamos o Batman durante uma noite em que seus maiores vilões escaparam de suas celas no sanatório de Gotham City.
O jogo é bastante cadenciado, com momentos de stealth e ação bem equilibrados, e batalhas contra chefes bem criativas, como a do Crocodilo e a Hera Venenosa, até chegar no Coringa…
O Coringa nunca foi conhecido por ser um personagem porradeiro, mas sim pela sua psicopatia e insanidade, adentrando no psicológico do Batman. Contudo, no final desse jogo, a Rocksteady, desenvolvedora do jogo, achou de bom tom colocar o “Veneno”, droga usada pelo Bane, no personagem.
Resultado? Uma boss battle que é praticamente uma cópia da batalha contra o Bane, reutilizando as mesmas mecânicas. O final não estraga o jogo, longe disso, haja vista que Arkham Asylum tornou-se um clássico, mas essa batalha contra o Coringa destoa de todo o resto do jogo, talvez sendo a pior de toda a saga.
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Inside
Inside é um jogo da Playdead, mesma desenvolvedora do excelente “Limbo”. Ambos são bem parecidos: controlamos um personagem em um jogo 2D, com vários quebra-cabeças e uma ambientação mais madura, trazendo uma atmosfera mais pesada.
Embora o jogo não tenha um enredo nos moldes tradicionais, durante a campanha é possível notar críticas à sociedade, como a alienação das massas e o tratamento dos animais de corte, que podem ser entendidos como os humanos.
Apesar de não ser claro, é possível interpretar a trama do jogo, até chegar ao final…
No desfecho, o personagem se une a outros e se transforma em uma bola de carne que sai destruindo tudo. Sentido? Não existe.
Apesar de haver diversas teorias na internet, nenhuma chega a uma conclusão definitiva. Uma campanha que beira a perfeição, deslizar de tal forma no final, chega até a ser cômico.
Terra-média: Sombras de Mordor
Sombras de Mordor chegou em 2014 como quem não queria nada e surpreendeu o mundo com tamanha qualidade. O jogo é ambientado no universo de fantasia criado por J. R. R. Tolkien e se passa na Terra-Média, entre os eventos de “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”.
Sem entrar em muitos detalhes, na campanha controlamos Talion, um guardião que passa por um ritual macabro, é assassinado junto com sua família, mas retorna dos mortos em busca de vingança.
Foi neste jogo que estreou o inovador sistema “Nêmesis”, onde há hierarquia entre os inimigos, e, como Talion se torna “imortal”, toda vez que ele morre e retorna, o inimigo que o matou sobe de patente e se lembra da batalha travada.
O que a campanha tem de intrigante e inovadora, o final tem de pior. Na batalha final, enfrentamos Sauron, sim, ele mesmo, um dos, se não o personagem mais forte do universo de Tolkien. A expectativa estava alta até o início da batalha.
Em resumo, a batalha é em câmera lenta, com o personagem resolvendo tudo em quick time events. O final em si não existe, deixando uma lacuna para a sequência “Terra-média: Sombras da Guerra”, que só foi lançada no final de 2017.
Starfield
Starfield foi, sem dúvidas, o jogo mais hypado de 2023. Uma nova IP original da Bethesda depois de 20 anos, o jogo apresenta um universo sci-fi futurista, onde a humanidade conseguiu dominar a dobra, podendo viajar entre as galáxias.
Na trama principal, o personagem precisa encontrar artefatos que lhe concedem poderes para que possa adentrar a Concórdia, um lugar enigmático.
Porém, após diversas horas buscando os artefatos, enfrentando inimigos, descobrimos que a Concórdia nada mais é que uma espécie de portal para uma realidade paralela. Sim, o tão batido tema do multiverso é o foco principal do jogo.
Se o jogador resolver entrar na Concórdia, o New Game Plus será iniciado, com um universo paralelo que é praticamente igual ao original, mudando apenas detalhes, como personagens que podem estar mortos desde o início do jogo.
Uma jornada tão gratificante acaba de uma forma previsível e que já pode ser considerada genérica.
God of War Ragnarök
A saga God of War sempre foi conhecida por suas batalhas épicas contra chefes. E os finais? Como esquecer o final do God of War 2, que faz a ponte perfeita para o 3, sendo talvez a melhor ligação entre dois jogos já criada. Aí chegamos ao último título da franquia, o Ragnarok.
Pelo nome, era esperado batalhas épicas, afinal, Ragnarok significa o fim dos deuses da mitologia nórdica. Durante o jogo, Odin pede a Atreus (Loki) que busque uma máscara que poderá ser usada para evitar o seu fim.
Asgard é apresentada, assim como os deuses que vivem lá, e Kratos encontra o Surtr, gigante de fogo que, segundo a profecia, irá participar da destruição de Asgard. Tudo encaminha para uma conclusão épica, até que…
O Ragnarok começa, porém, é basicamente um corredor em linha reta enfrentando inimigos, enquanto coisas acontecem ao fundo do cenário. A batalha contra Odin é patética, além de fácil, não impressiona. Jormungand, que se destacou no jogo anterior e que, pela trama, enfrentaria Thor de forma inacreditável, desaparece em menos de 15 segundos.
A máscara tão falada? Quebra e não serve para nada. Um desperdício tremendo de história e horas de jogo.
God of War Ragnarök não é ruim, longe disso, mas seu final morno passou longe das expectativas criadas pelos fãs e não faz jus ao apresentado pela saga durante anos.
Spider-Man 2
É difícil até explicar o quanto Spider-Man 2 foi esperado. Após o sensacional Spider-Man lançado em 2018 e a ótima DLC standalone do Miles Morales, o mais novo título da franquia prometia muito, unindo Kraven, o Caçador, e Venom, dois dos vilões favoritos da galeria do Homem-Aranha, além de ser o primeiro jogo a contar com Peter Parker e Miles Morales jogáveis ao mesmo tempo.
Os dois primeiros atos do jogo são excelentes, com a caçada do Kraven bem semelhante aos quadrinhos e uma boa apresentação do simbionte e seus efeitos positivos/negativos. Mas então chegamos ao terceiro ato do jogo e à introdução do Venom…
Em resumo, o Venom espalha o simbionte por toda Nova Iorque, criando espécies de “filhos”, e para impedi-lo, é preciso ir até seu ninho e acionar um dispositivo. Até aí tudo bem, só que para essa missão, o objetivo de ir até o local com o dispositivo é delegado para Mary Jane. Mary Jane, uma humana normal, com uma mera pistola, enfrentando dezenas de simbiontes, não faz o menor sentido.
E Miles Morales? Do nada, ele inventa que precisa de um novo traje, se apresentando com a roupa da imagem acima. Esse traje, além de não fazer sentido, haja vista que a ideia principal é ocultar a identidade secreta do personagem, mas esse mostra todo o cabelo de Miles, mais parece mais uma propaganda escancarada da Adidas, que deve ter desembolsado alguns milhões para aparecer no jogo.
O arco do Venom é concluído da mesma forma que começou, sem pé nem cabeça. Parece que os roteiristas estavam sem tempo para elaborar algo complexo e aceleraram ao máximo o final do jogo.
Bem diferente do jogo anterior, onde a batalha final contra o Dr. Octopus foi construída durante toda a trama e houve o sacrifício de Tia May, trazendo uma carga dramática bem pesada aos personagens.
Mass Effect 3
A saga Mass Effect conquistou os fãs como um RPG espacial onde suas escolhas realmente moldavam o curso da história.
O segundo título da franquia é extremamente aclamado, com uma missão final na qual a tripulação e seus amigos podem morrer dependendo das escolhas feitas.
Esperava-se algo desse nível para a conclusão da saga, mas não foi o que aconteceu. Apesar de apresentar três finais diferentes, nenhum deles agradou aos fãs, resultando em inúmeras reclamações nos fóruns oficiais do jogo devido à falta de escolhas e à ausência de explicações.
A polêmica foi tão intensa que, após o lançamento, a EA disponibilizou uma DLC gratuita (sim, a EA lançou uma DLC gratuita em pleno 2012) com um suposto final verdadeiro.
Mas o estrago já estava feito, Mass Effect 3 carimbou sua vaga na lista de finais mais decepcionantes dos jogos.
Os finais fazem os jogos serem ruins?
Como enfatizei durante o texto, os finais não estragam as obras citadas, até porque a maioria delas são excelentes, com começo e meio bem definidos, deslizando apenas nos “45 do segundo tempo”.
De qualquer maneira, recomendo a todos jogarem os jogos citados. Aposto que irão se divertir e talvez até discordem da minha opinião.
E você, concorda que os finais desses jogos foram decepcionantes? Fala para gente nos comentários!