Os filmes de ficção científica costumam partir de ideias fascinantes que exploram dilemas sociais, avanços tecnológicos e questões morais. No entanto, nem todos conseguem encerrar essas histórias de maneira satisfatória.
Muitos longas constroem mundos incríveis, mas acabam tropeçando justamente no momento mais decisivo: o final.
A seguir, estão alguns dos piores finais em filmes de ficção científica, que deixaram o público dividido ou decepcionado.
Essa lista contém spoilers!
Aniquilação (2018)
O filme de Alex Garland, estrelado por Natalie Portman, é uma experiência visual marcante e perturbadora. Inspirado no livro de Jeff VanderMeer, Aniquilação acompanha uma expedição científica que entra em uma zona misteriosa, onde as leis da natureza se distorcem.
Apesar de ter uma boa dose de tensão e de possuir um subtexto filosófico sobre autodestruição, o final decepciona. A conclusão simbólica e ambígua, em que a protagonista enfrenta uma versão de si mesma, parece apressada e deixa de explorar plenamente o tema da mutação da identidade humana. O resultado é belo, mas frustrante.
I.A. – Inteligência Artificial (2001)
Steven Spielberg apresentou um dos filmes mais melancólicos de sua carreira com I.A. – Inteligência Artificial, uma história sobre um robô que deseja ser amado como um menino de verdade. O conceito é poderoso, mas o final suaviza demais a tragédia.
Após uma jornada dolorosa, o protagonista encontra um tipo de redenção artificial ao reviver sua “mãe” por um único dia. A cena é emocional, mas soa manipuladora e incoerente com a dureza filosófica da narrativa.
O longa poderia ter terminado de forma mais ambígua, mantendo a reflexão sobre o que significa ser humano.
Contra o Tempo (2011)
Em Contra o Tempo, Jake Gyllenhaal interpreta um soldado que revive os últimos minutos da vida de outra pessoa para impedir um atentado. O filme constrói uma tensão excelente e uma premissa intrigante sobre identidade e tempo.
Porém, o desfecho muda completamente o tom da história. A revelação de que o protagonista sobrevive “dentro” da simulação e cria uma nova realidade quebra a lógica estabelecida até ali. O final “feliz”, embora emocionante, enfraquece o impacto da trama.
Vidro (2019)
M. Night Shyamalan é conhecido por seus finais surpreendentes, mas Vidro, último capítulo da trilogia iniciada com Corpo Fechado, não conseguiu cumprir o que prometia.
Após preparar um grande confronto entre os personagens de Bruce Willis, Samuel L. Jackson e James McAvoy, o filme encerra a história de maneira decepcionante.
A morte repentina de David Dunn (Willis) em uma poça d’água é desproporcional à grandiosidade que o enredo vinha construindo. O resultado é um final frio e decepcionante, que desperdiça o potencial dos filmes anteriores.
Lucy (2014)
Dirigido por Luc Besson e estrelado por Scarlett Johansson, Lucy começa com uma premissa interessante: o que aconteceria se o ser humano pudesse acessar 100% da capacidade cerebral?
O filme se desenvolve como um thriller de ação frenético, mas o final desaba sob o próprio peso. Ao transformar a protagonista em uma entidade onipresente e incorpórea, o roteiro abandona a ciência e mergulha em uma abstração que parece uma saída fácil.
Eu Sou a Lenda (2007)
O remake estrelado por Will Smith é aclamado por muitos cinéfilo, mas o final suaviza o tom sombrio do material original. No romance de Richard Matheson, a revelação de que o protagonista é o verdadeiro “monstro” aos olhos das novas criaturas é bem mais interessantes do que no longa.
Jurassic World: Domínio (2022)
A conclusão da trilogia moderna de Jurassic World tinha potencial para discutir a convivência entre humanos e dinossauros, mas se perde em uma trama confusa.
Ao focar em gafanhotos geneticamente modificados e deixar de lado o conflito central, portanto, filme abandona o tema mais interessante da franquia.
Mesmo com o retorno do elenco clássico, o final é superficial. O discurso sobre coexistência é forçado e ignora questões que o próprio filme levantou.
Watchmen (2009)
A adaptação de Zack Snyder para a obra de Alan Moore é visualmente fiel, mas conceitualmente equivocada. O final altera a essência dos quadrinhos ao substituir o plano original de Ozymandias pela manipulação envolvendo o Dr. Manhattan.
Portanto, o filme perde o impacto moral do original e encerra de forma incoerente uma das histórias mais complexas dos quadrinhos.
Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019)
Encerrando a nova trilogia da saga, A Ascensão Skywalker tenta corrigir os erros do filme anterior, mas termina comprometendo todo o aspecto narrativo.
O retorno improvisado do imperador Palpatine e a revelação sobre a origem de Rey são sem sentido e rasos. O desfecho, em que a protagonista se autodenomina “Skywalker”, tenta gerar emoção, mas se torna um símbolo do esgotamento criativo da franquia.
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