Sem aviso prévio, a PlayStation publicou um documento detalhando seus planos de curto, médio e longo prazo. Irei detalhar os planos da empresa em relação a cada segmento, dando minha opinião sobre cada diretriz. Existem previsões para o ano fiscal de 2023 (que se encerra no dia 31 de Março de 2024) e para o ano fiscal de 2025 (que se encerra no dia 31 de Março de 2026). Os anos fiscais da Sony sempre começam no dia 1 de Abril e se encerram no dia 31 de Março.
A PlayStation e os jogos como serviço
Fruto de preocupação de muita gente, a empresa decidiu ser o mais clara possível em relação aos seus investimentos no que diz respeito aos tipos de jogos. Atualmente a companhia investe 88% em títulos considerados tradicionais e apenas 12% em games serviço. A meta até o final do ano fiscal de 2025 é investir 55% em jogos como serviço e 45% em games tradicionais.
Opinião: Não tem muito o que fazer aqui. Os jogos do tipo serviço costumam compensar bastante no custo x benefício. Existe uma grande quantidade de títulos neste formato que geram bilhões de dólares em um ou dois anos, tornando inevitável a busca das grandes publishers por este tipo de lucro. O desafio da PlayStation vai ser em criar jogos que gerem um engajamento significativo da comunidade que cresceu, se acostumou e ama jogar títulos focados na narrativa e não em grupos.
Atualmente a empresa considera que só possui um jogo como serviço: MLB the Show, que nem é mais exclusivo. O plano atual é de ter 3 franquias caracterizadas como live service até o final do ano fiscal de 2022 (até 31/03/23). As duas adições mais prováveis são Twisted Metal e The Last of Us: Factions. A meta é ter 12 franquias nesse molde de serviço até o final do ano fiscal de 2025, ou seja, eles prentem lançar 3 jogos deste tipo de maneira anual.
Opinião: Sei bem a relutância da comunidade em jogos deste tipo, porém, estamos falando sobre a PlayStation. Se existe uma empresa que preze pela qualidade e que conhece bem os fãs, são eles. De repente os títulos terão qualidade o suficiente e irão proporcionar diversão o suficiente para mudar a opinião das pessoas. É recomendável ter cautela, mas, pessimismo acho exagerado. O histórico da empresa é bom o suficiente para darmos um voto de confiança.
Agressividade no mobile e VR
Como todos já sabem, a PS vai continuar persistindo na ideia do VR. Com o novo PSVR2, reformulado para atender as queixas dos fãs em relação ao modelo antecessor, a companhia busca atingir um público que busca por mais imersão nos games. Para atingir este objetivo, a PlayStation está em contato com diversos estúdios e o plano atual é lançar o aparelho com 20 jogos disponíveis em seu catálogo!
No campo dos games mobile, a empresa está flertando com a ideia de co-desenvolvimento, usando estúdios mobile já estabelecidos para transportar suas principais franquias para um número maior de pessoas. Muito provavelmente a Sony vai firmar parceria com empresas chinesas como a Tencent para usar sua alta (e aprimorada) capacidade de desenvolver games mobile. Eles também citam que estão construindo equipes de excêlencia no que tange o mobile com o objetivo de se tornar uma publisher de liderença no segmento.
Gestão das propriedades intelectuais
Falando sobre as propriedades intelectuais, hoje 77% dos investimentos da PlayStation estão concentrados em IPs já existentes e 23% em IPs novas. O plano até o final do ano fiscal de 2023 é aumentar o investimento em IPs novas para 34%. Já a meta de longo prazo é atingir um equilíbrio de 50/50%. Com isso podemos inferir que a alta gestão pretende fornecer uma liberdade criativa maior para os times de desenvolvimento.
Como as principais propriedades intelectuais, como God of War e The Last of Us, já estão no “ápice”, o objetivo da companhia é estabelecer novas franquias que consigam fazer tanto sucesso quanto essas, aumentando a receita gerada de maneira agressiva. Isso também está alinhado com a PlayStation Productions, a divisão de filmes e séries da marca. Quanto maior o catálogo, maior vai ser a quantidade de opções que a companhia vai conseguir explorar.
O universo do PC e a estratégia em serviços
As vendas dos jogos no PC no ano fiscal de 2021 geraram U$80 milhões para a empresa. A meta atual até o final do ano fiscal de 2022 é atingir U$300 milhões em receita. Apesar da PS não ter indicado como pretende fazer isso, é seguro assumir que eles pretendem adotar uma estratégia agressiva de lançamentos. Curiosamente, nessa semana os fãs avistaram Returnal sendo listado na Steam, logo, tudo indica que a Sony lance pelo menos 2 títulos nessa plataforma durante esse ano. Uncharted: Legado dos Ladrões já está confirmado!
No que diz respeito aos serviços, a PlayStation pretende ultrapassar a marca de 50 milhões de assinantes da PS Plus até o final de Março de 2023. A companhia conta com a reformulação para atrair cada vez mais pessoas. Curiosamente, também foi levantando um índice de satisfação com a assinatura, mostrando que 73% dos consumidores estão satisfeitos. Através de investimentos estratégicos, como o que foi feito com a Devolver, a PS pretende fortalecer o catálogo com jogos expressivos, servindo de isca para captar mais assinaturas.