Persona 5 não morre. Entre expansões, spin-offs de dança e musou, agora chegou a vez de uma sequência para o clássico jogo de 2016 no ambito dos RPGs táticos – mas se engana quem acha que teríamos uma experiência mais Shin Megami Tensei Devil Survivor no título, com ele prezando muito mais uma abordagem que permita a todos participarem e entenderem seus sistemas sem muita complexidade, pelo menos inicialmente.
PS: Não foi permitido usar capturas próprias para ilustrar o preview.
Confira nosso preview:
3 contra o mundo
Experienciando Persona 5 Tactica, o que fica mais evidente em suas primeiras horas de jogo é como o título se esforça para criar um ambiente em que cada regra e funcionalidade das batalhas seja introduzida de maneira funcional para o jogador, com ataques, sistemas de descanso e principalmente posicionamento para ataques em equipe sendo pacientemente apresentados de forma que o jogador não fique sobrecarregado de informações.
Isso narrativamente é apresentado de maneira que o jogador é levado a reunir os Phantom Thieves durante as missões iniciais, de forma que as vantagens e as fraquezas de cada um deles são bem apresentadas e a escolha antes de cada missão das 3 unidades que irão compor o time seja rápida e dinâmica, dependendo muito do posicionamento dos inimigos no mapa e o quão rápido o jogador quer terminar a missão.
Essas escolhas também são consolidadas pelas recompensas das missões, que envolvem o cumprimento de requisitos específicos para que mais personas possam ser recebidos e as famosas fusões da franquia possam ser realizadas – com um porém dessa vez: não se trata de fundir personas principais, mas sim secundários que servirão mais como um apoio para o jogador do que máquinas de trucidar inimigos.
Nesse início do jogo, a verdadeira profundidade desse sistema ainda não pode ser vista, mas é claro que com a opção de utilizar o persona secundário servindo muito mais para aumentar o HP e SP dos personagens do que qualquer outra coisa, mas admito que já consigo enxergar que mais tarde, lá pela metade do jogo, isso fique muito mais complexo, permitindo jogos de fraqueza e resistência para ganhar os One More Turns famosos da franquia de maneira muito mais efetiva.
Aliás, os All Out-Attack e os One More Turns foram adaptados de maneira genial para o contexto de um jogo tático, com eles só ocorrendo em momentos que os inimigos ficam realmente vulneráveis para que o sistema não seja completamente quebrado, mas ainda sim exigindo uma certa análise dos adversários para que eles possam ocorrer, não sendo algo tão simples quanto só apertar botões e torcer que a estratégia dê certo.
Estética SD causa estranhamento, mas torna-se agradável
Desde o anúncio, eu vinha entortando o nariz para o Persona 5 Tactica principalmente por conta de seu visual, mas nas primeiras horas de jogo confesso que o preconceito sumiu. Para os mapas e as batalhas funcionarem nesse mundo tático, foi necessária essa adaptação, que permite uma visão maior do campo de batalha sem estranhamento – mas ainda sim nas cutscenes é um pouco estranho ver palavrões sendo usados livremente por personagens bonitinhos, um efeito meio South Park das ideias mas nada muito sério.
No total, para este preview, joguei cerca de 4 horas do jogo, e até agora as músicas também continuam mantendo a excelência da franquia, com temas cantados e muito mais. Sinceramente, a única coisa que senti falta até agora foram de Social Links, mesmo que a interação entre personagens esteja efetiva e dinâmica, mas entendo que se trata de um spin-off e não de um jogo principal da franquia, o que faz com que essas coisas estejam distantes do escopo.
De qualquer maneira, as impressões iniciais são extremamente positivas, e estou ansioso para continuar o jogo em breve.